Sábado,
01/03
Acordamos para um almoço tardio no
restaurante que fica embaixo da pousada. Comida boa e barata. Depois de
enchermos a pança, uma sesta para repor as energias para a noite que prometia. Enquanto
nos arrumávamos para o segundo dia do festival, lembrávamos do dia anterior,
dos shows e papos com amigos, além de curtir um pouco o presentão que o amigo
Jorge Carvalho nos deu. Banho tomado, câmeras fotográficas na mão, cerveja
comprada, etc., e rumamos de carro com o Maninho (que também esteve trabalhando
com imprensa no evento), Jéssica e Luis para a fazenda. Chegamos já era final
de tarde. Visitamos amigos nos seus acampamentos, curtimos um pouco da banda
que tocava num dos acampamentos e continuamos nossa excursão, registrando,
conversando, rindo, tudo entre um trago e outro. Recreação infantil e diversas oficinas
somavam-se ao clima do festival. Outro aspecto bom do Psicodália é a bebida a
preço acessível, como sempre foi. Comida legal também. Depois, a noite caia e
com ela o público ia lotando a frente do Palco Psicodália, transbordando abaixo
da gigantesca estrutura coberta.
Galera mandando uma sonzeira num dos acampamentos...
Gabriel Romano Gonzalez e Grupo – Palco Livre (Saloon), 18h aprox.
Em passagem pelo Saloon para um chopinho no
início da noite, esse grupo acabou me chamando a atenção. Parei para ver/ouvir
e foi então que percebi a presença do Wagner Lagemann no baixo. O cara volta e
meia aparece por Xapecó para tocar com uma das bandas mais instigantes da
cidade, a John Filme. Cheguei até a comentar algumas vezes com a Liza que, se a
John Filme chegasse a tocar no festival, faria o público vibrar, com certeza,
principalmente se fosse em modo ‘trio’. Mas enfim, essa banda mandou bem, com
boas composições e musicalidade.
Jarrah
Thompson
– Palco Psicodália, 21h aprox.
Mais uma vez a banda australiana Jarrah
Tompson fez uma bela apresentação. É a terceira vez que vemos a banda ao vivo, duas
no Psicodália e outra no festival Rock’n’Roll Night, em Francisco Beltrão no
Paraná no ano passado - veja em:
...e as três vezes foram muito boas. A banda tem pegada e uma qualidade sonora
que dá vontade de ficar, nem que seja, só ouvindo. Destaco os rifes marcantes,
a voz principal, a percussionista e, principalmente, o saxofonista espetacular e
o baixista que é um monstro no palco: tocam demais! Não há como, em palavras,
descrever os dois tocando, só vendo/ouvindo ao vivo mesmo. Em suma, um belo,
musical e prazeroso show!
Cadillac
Dinossauros - Palco
Psicodália, 22h30min. aprox.
Não tenho exatas as vezes que vi a Cadillac
tocar. Só posso dizer que a banda é muito boa. Todos tocam bem e tem uma boa
pegada. Um tanto mais pesada do que já fora um dia, porém, mantendo, o que pro meu gosto, é o melhor da banda, seu swing, seu balanço. Já bastante conhecida
do ‘público psicodálico’, mais uma vez, a Cadillac fez o serviço bem feito. Tocou,
comunicou, encheu o palco de participações (literalmente!), e abasteceu de energia o público para o grande momento que viria a
seguir...
* No intervalo de um show e outro, um 'gaitista de boca', ou seja, um 'tocador de harmônica' também fez seu show, bem ao lado do palco principal, botando a galera pra dançar e sorrir, um momento inusitado que faz parte desse mundo, desse espírito que é o Psicodália...
Tom Zé - Palco Psicodália, meia-noite aprox.
Eis que, mais uma vez dentro da história do
Psicodália, sobe ao palco o mestre Tom Zé, num show explosivo e rico em
sonoridades, musicalidade, poética, literatura, crítica social, etc. Considero
o Tom Zé, além de um grande artista da música brasileira, um poeta, contador de
histórias, mestre nas linguagens e um grande filósofo, não ao modo europeu, mas
brasileiro de ser, para além das autorizações acadêmicas. E tudo isso somou-se
na versatilidade da sua apresentação. Acompanhado, impecavelmente de músicos de
alto nível, Tom Zé comunicou, brincou, sorriu e fez cantar. Começou o show com sua
versão do hino Mutante e futurista, composto por ele, Arnaldo Baptista e Rita
Lee: ‘2001’ ou ‘Astronauta libertado’. Depois, cantou o disco mais recente, com
rabo e tudo. Tom Zé, integrado ao espírito do Psicodália, mais uma vez fez
ecoar e o povaréu (tantas mil pessoas) cantar e dançar, sem ser ideólogo, em
que a música foi a grande integradora. É por isso que, mestre é mestre!
Geringonça – Palco Psicodália,
2h aprox.
Nunca tinha ouvido falar dessa banda. Mas ao
subir ao palco, o que pude ver/ouvir, foi uma apresentação muito viva, cheia de
nuances e muito comunicativa. Depois da ‘aula’ que foi o Tom Zé, a Geringonça fez
jus ao momento e deixou seu recado. Figurinos engraçados, assim como parte da
sua apresentação cheia de energia. Em alguns momentos, lembrei da banda
chapecoense Repolho. Um show muito bem humorado e com vários ritmos. Não pude
curtir até o final, pois a condição não permitiu, mas o tanto que pude curtir,
achei bem bom.
*
Noite terminando e a fome batendo. Rumamos até
o restaurante para saciar a fome e descansar um pouco antes de voltar para a
pousada, sempre batendo um bom papo com amigos/as. Depois, uma passada rápida
pelo Saloon para a saideira. Por fim, acabamos em frente a uma Kombi psicodélica com 'jams' de músicos muito bons rolando. Ali ficamos mais algum tempo curtindo a vibe. Em breve estaríamos na pousada, felizes e descansando. O dia e a noite seguintes também prometiam...
... e por falar em psicodelia - rock na Kombi...
Continua...
Um comentário:
Parabéns, mais uma vez. Gostei D-E-M-A-I-S !!!!
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