segunda-feira, julho 17, 2006

poema, Syd Barrett e o rock nosso de cada dia...

* Compus este poema a aproximadamente dois anos atrás, ouvindo Syd Barrett, o ‘gênio perturbado’, um dos fundadores e compositor da banda Pink Floyd, em sua primeira fase, ainda nos meados dos anos sessenta. Propago estas linhas em memória deste que é um dos ‘mestres’ do rock psicodélico, e que há muito inspirou este que vos escreve a compor e criar músicas. Ainda hoje, esta inspiração atinge-me fortemente, ecoando em elementos que compõe o atual repertório de músicas ‘próprias’ da banda Epopéia. Em dias de gravação de nosso primeiro disco, ‘viaja’ Syd Barrett, e isso, de certa forma, influencia no emocional das canções, acrescentando algo mais; algo... mais... Tudo ligou-se: música, poesia, gravação, morte, renascimento, influência, fluência... neste que é ‘oficialmente’ o dia mundial do rock, digamos, veio a calhar... Sem mais...



MINHA QUERIDA IMAGINAÇÃO
(escrita com a ajuda musical de Syd Barrett – In memoriam)

Vamos para um bar obscuro
Num dia sombrio de chuva
Beber nosso tempo
Em mil doses de loucura.

Vamos nós, falar da vida
De coisas proibidas e imorais
E entre um trago e outro
Trocarmos olhares comunicantes.

Vamos nos calar por um instante
Para depois nos empolgarmos
Ao falar de poetas loucos e malditos
E no fim, percebemos que loucos também somos.

Quando as energias se esgotarem
Quando o tempo saturar
Vamos nós, beber a última dose
Como se fosse um último beijo.

E depois...
Depois não sei
A embriaguez nos fará mais sensíveis
E a chuva que cai lá fora
Molhará nossos corpos quentes.

Até que a estrada se torne o único caminho
Em direção a lugar nenhum
Simplesmente andaremos, sem rumo
Para chegar a um final, sim, um final, apenas isso...

Herman G. Silvani (Niko)