quarta-feira, março 27, 2019

MULAMBA EM CHAPECÓ!

Gravado pela HAI Studio e pela canadense BNB Studios, AO VIVO no Psicodália 2019, vídeo mostra toda a potência do sexteto no palco e o público de Chapecó poderá conferir o show ao vivo neste dia 30/03/19.

Fotos: Divulgação/ Duda Dalzoto

São Paulo, EM 31 março de 2019 – A Mulamba lança o vídeo ao vivo de “P.U.T.A”, gravado pela curitibana HAI Studio e pela canadense BNB Studios no Psicodália 2019. A música viralizou em 2016, com quase três milhões de acessos no Youtube. Com uma letra forte que relata situações de violência contra a mulher, um público de 5500 pessoas canta com a banda do começo ao fim e mostra toda a potência do sexteto no palco. 

“Uma força que eleva a outros níveis. Uma troca sentida fisicamente através do não material, do energético, e que energia se concentra no Psicodália... Onde sentimentos se mesclam em vozes, forças, união, poder, gritos. Entramos num tempo/espaço diferente onde o momento se torna a maior intensidade que podemos vivenciar e cada segundo foi transmutado pra que as energias acompanhassem tudo junto à arte. Foi forte, e que essas energias sigam emanando amor e força”, diz Fernanda Koppe.


Uma das mais recentes revelações da nova MPB, o grupo é formado por Amanda Pacífico (voz), Cacau de Sá (voz), Caro Pisco (bateria), Érica Silva (baixo, guitarra e violão), Fer Koppe (violoncelo) e Naíra Debértolis (guitarra, baixo e violão). Após o lançamento do álbum homônimo, o sexteto está rodando o país apresentando a obra. São canções que abordam, de uma forma muito honesta e confidencial, temas importantes na vida dessas mulheres: amor, amizade, família e indignação sócio-política. Suas influências musicais vão do rock à música erudita.

SHOW NO TEATRO DO SESC CHAPECÓ

Quem quiser conferir toda a potência da banda ao vivo já tem encontro marcado em Chapecó, no Teatro do Sesc, no dia 30 de março de 2019 - 19:30 a 22:30 - Local: Sesc - Rua Brasília, 475 D - Jardim Itália 
Retire seu ingresso a partir das 19h
Programação Gratuita 

Confirme sua presença:


As apresentações da banda têm sido sempre muito elogiadas por crítica e público, graças à sua potência e qualidade artística e instrumental. Em “Mulamba”, “Espia Escuta”, “Lama”, “Vila Vintém” e “P.U.T.A”, as meninas mostram seu viés ativista, enquanto “Desses Nadas”, “Provável Canção de Amor para Estimada Natália” e “Interestelar” falam de amor com suavidade.

SOBRE MULAMBA

Mulamba é uma banda curitibana que pulsa força e poesia, unindo influências que vão do rock à música erudita. Juntas desde dezembro de 2015, Amanda Pacífico (voz), Cacau de Sá (voz), Caro Pisco (bateria), Érica Silva (baixo, guitarra e violão), Fer Koppe (violoncelo) e Naíra Debértolis (guitarra, baixo e violão) são contundentes em reiterar os anseios e as inquietações de quem transforma a luta pela igualdade de gênero em batalha diária. O sexteto conquistou visibilidade após a repercussão do vídeo de “P.U.T.A”, que está quase atingindo a marca de três milhões de visualizações no Youtube. Suas composições traduzem temáticas de cunho social e político, mas também falam de amor, família e amizade. A banda já participou de importantes festivais nacionais como o Psicodália (SC), Soma Sonora (SP), SIM São Paulo (SP) e Festival Vento (SP). Foi indicada à categoria de “Melhores Instrumentistas”, no Women’s Music Event 2018. Foi convidada para participar do projeto “Escuta as Minas”, do Spotify, ao lado de Elza Soares, Karol Conká, Maiara & Maraísa e outras grandes mulheres da música brasileira. Lançou seu homônimo álbum de estréia, gravado no RedBull Station (SP), em novembro e a obra figurou na lista de “Melhores do Ano” de diversos veículos especializados. Inclusive, está na respeitada lista do APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) como um dos melhores 25 lançamentos do segundo semestre de 2018. Em janeiro de 2019, foi indicada como “Artistas pra ficar de olho 2019” pelo Youtube Music. Mulamba representa um grito de vozes silenciadas, reforça o protagonismo feminino na música nacional.

Integrantes:
Amanda Pacífico (voz)
Cacau de Sá (voz)
Caro Pisco (bateria)
Érica Silva (baixo, guitarra e violão)
Fer Koppe (violoncelo) 
Naíra Debértolis (guitarra, baixo e violão)

Discografia:
Mulamba (2018): https://spoti.fi/2yOaFGt

Redes Sociais:

Streaming:

Singles:
P.U.T.A. (2016) - https://youtu.be/ZdpZ-93uUnY
Lama - Sofar Sounds (2018) - https://youtu.be/fmSU0J1tWvU
Dessas Nadas (2018) - https://youtu.be/w1aHN_65fVo

Participações:
Showlivre (2017) - https://youtu.be/kqm1DI4xPA0
Sofar Latin America (2017) - https://youtu.be/XId_xH6WlYY
Elefante Sessions – Festival Vento (2017) - https://youtu.be/2WLzekzO9M8
“Escuta as Minas”, Spotify (2018) - https://vimeo.com/295838087

FICHA TÉCNICA DE “P.U.T.A” AO VIVO:

Vídeo por HAI Studio & BNB Studios (Canadá)
Captação: Leticiah Futata, Luciano Meirelles, Buio Assis, Jen Doerksen, Bruno Nogueira e Lucas Ajuz
Direção e montagem: Leticiah Futata


Informações à imprensa:

Alets Comunicação
Letícia Tie
leticiatie@gmail.com
(11) 9 4867-8963


terça-feira, março 19, 2019

Psicodália 2019, dias intensos...

         

Textos: Herman Silvani
·       Fotos: Liza Bueno e Herman Silvani

(Epopeia e Lado B - Abba)

Parte I (sexta e sábado):

Mais uma edição do Psicodália se realiza na fazenda Evaristo em Rio Negrinho, norte de Santa (e às vezes não tão bela) Catarina. É a 22ª edição, sendo a nossa 13ª (minha e da Liza). De 2007 para cá, desde que começamos ir, quando era em São Martinho ainda, não falhamos uma. São 9 ou 10 anos trabalhando como imprensa (independente / alternativa) no festival, mas, desde de 2007 viemos divulgando, registrando em fotos e resenhando textualmente o Psicodália. Dois destes anos todos tocamos com a banda Epopeia e dois (incluindo este ano) apresentamos com o Grupo Vertigem de Ações Poéticas. É uma satisfação e enorme prazer poder contribuir e participar de um festival multicultural como é o Psicodália, sabendo que somos parte desta construção. E este ano, como todos os outros, mais uma vez, o Psicodália ofereceu ao seu público grandes e intensos shows, apresentações artísticas das mais variadas linguagens e dias de muita diversão, amizades, aprendizados.

Nestes dois últimos anos, um fato ‘novo’ e não tão agradável deixou o Psicodália um tanto triste: a pressão e policiamento do Estado. Por meio da Polícia Militar e de instituições como o Conselho Tutelar, tivemos batidas policiais na entrada (e saída) do evento. A ‘justiça’ proibiu a entrada de menores de idade no festival, que sempre tratou com respeito, carinho e ofereceu diversão e aprendizado (eventos socioeducativos) para as crianças. Isso fez com que muitos desistissem de ir ao evento. Pela fazenda, nos shows, nas oficinas e apresentações artísticas, um manifesto ecoou:

“Devolvam nossas crianças!”

De nossa parte, foi um tanto triste não ver crianças durante o dia, sorridentes brincando com seus pares, seus pais, novos amigos/as, monitoras/os, cães, pela fazenda. Muito das minhas fotografias perderam suas cores por isso. Passamos por um momento duro na história de nosso país, onde o ‘moralismo’ submete a liberdade e a própria moral, e onde, ao invés da sinceridade, honestidade e respeito ao ser humano, ao brasileiro, temos restrições estúpidas por parte de uma elite burocrática e conservadora que se organiza em torno e dentro do poder. Ainda na primeira madrugada, final de noite, eu e Liza fomos até a sala da imprensa descansar e comer alguma coisa, antes de irmos dormir. Foi quando fiz o registro acima. Conversamos um pouco sobre a falta das crianças, vendo de cima o casal que, espantosamente, apreciava a belíssima exposição fotográfica de crianças no Psicodália, um ‘manifesto artístico’ do grande fotógrafo Giovani Paim. Imaginamos e comentamos como seria uma sociedade sem crianças. Não foi fácil conter as lágrimas. A Liza chorou. Eu, internamente. E nos juntamos ao coro: “Devolvam nossas crianças!”.

Mais um ano de trabalhos na imprensa e de apresentação artística com o Grupo Vertigem. Uma alegria enorme para nós. Além de trabalhar e nos apresentar, poder curtir o festival. E mais uma vez, foi intenso e belo, principalmente nas suas atrações musicais e artísticas. Vimos muitos dos shows (infelizmente não dá para assistir tudo). Na primeira noite (Sexta-feira) nos palcos Lunar e dos Guerreiros (do Sol durante o dia) vimos as belas apresentações de Samuca e a Selva e Amaro Freitas. E em destaque o intenso espetáculo da grande mestra Elza Soares, cantando seu disco “Deus é mulher” e outras canções do disco “A mulher do fim do mundo” (duas belíssimas obras), que apresentara em uma edição passada do Psicodália. Mais um grande show com belíssima produção. Um dos grandes shows desta edição. Emocionante do início ao fim: “A mulher é você! A mulher sou eu!”. Obrigado Elza!

Em seguida o rock visceral dos amigos da Patrulha do Espaço também deixou sua marca no festival. Aliás, Patrulha sempre deixa. Não há como passar alheio a ela. O público do Psicodália mudou muito nos últimos anos, tanto que o rock já não é o principal elemento musical do festival, como fora anos atrás. Não que ele não tenha seu espaço e reconhecimento, mas as coisas vão se transformando através dos anos, e nisso o rock diminui seus espaços, mas ele sempre está, com música e espírito, e Patrulha é uma síntese disso. O fato também, é que a Patrulha é, e sempre foi, uma das resistências do rock autoral independente nacional. E como foi bom cantar e curtir a Patrulha depois de anos, poder rever e bater um papo com os amigos, os mestres Júnior (um dos grandes bateristas de rock da história deste país) e Luiz Domingues (também um mestre do contrabaixo rock), assim como o Rodrigo Hid, grande guitarrista e vocal, além de conhecer pessoalmente a Marta Benévolo (vocalista). Enfim, dá-lhe Patrulha!








Sábado pela manhã, no Palco do Lago (em forma de disco voador), registramos a bela apresentação de As Iyagbás (RJ). Show de ritmos africanos, afro-brasileiros e que contou histórias destas culturas. Um show de resistência e arte. Belíssimo trabalho musical com dança e forte elementos étnico-culturais. Final da tarde, mais uma vez, tivemos a honra de ver/ouvir o mestre Tom Zé no Palco do Sol (foi a terceira vez que vimos um show dele no Psicodália, este um pouco mais simples que os anteriores). Um provocante show, como haveria de ser. Tom Zé sendo Tom Zé, improvisando, comunicando, satirizando, manifestando. Musical e instigante como sempre. Obrigado mais uma vez mestre!

22h e chega um dos shows que mais queríamos ver. Eis que sobe ao Palco Lunar o do Cordel do Fogo Encantado. Já tivemos a oportunidade de vê-los no Morrostock 2018 (até conversarmos com eles pessoalmente), quando apresentamos e fizemos uma instalação poética com o Grupo Vertigem. E o que dizer deste show? Muito! Tanto que nem cabe aqui. Simplesmente hoje, talvez o maior show do Brasil. Uma obra de arte que envolve música, áudio-visual, poesia, performance, interpretação, manifesto sociocultual e político. Ou seja, um grande espetáculo! Tive o prazer de conhecer pessoalmente o Lira (Lirinha) alguns anos atrás em Salvador, num show do seu primeiro disco solo e vê-lo apresentar poemas e histórias, por intermédio do amigo Pinguim, que na época tocava com ele. Um dos grandes nomes da arte nordestina jovem no país. Na ocasião também conheci a Patrícia, que produzia ou dirigia seu show, e que hoje produz e/ou dirige o show do Cordel. Também conversamos com ela numa edição passada do Psico, quando dirigia o show da banda Cidadão Instigado (outra grande banda). Mais uma vez nos recebeu com muita cordialidade e atenção. No mas, o show deu vontade de que nunca acabasse. Um belíssimo espetáculo que fala da natureza e da relação humana com ela, assim como de aspectos importantes da história. Só vendo para se ter uma ideia, pois em palavras fica difícil explicar. Grandes emoções e, como diria Nietzsche, ‘vontade de potência’. Foi isso. Uma grande energia que eleva a alma e o corpo. Combustível para viver este tempo, com Arte! Enfim, obrigado Cordel do Fogo Encantado!

Na sequência, outro por nós, aguardado show, o da Dona Onete. E que show, que festa! Com sua simpatia, sua maestria e seus ritmos do Pará, a mestra Onete deu uma injeção de energia e alegria no público. Vou te dizer rapá, esta sequência de Cordel e Onete não dá para não querer viver mais mais corpo, mais ritmo, mais Psicodália. Esperávamos deste show, e, felizmente, foi ainda mais do que pensávamos. Músicos de primeira e a simpatia, a energia e sabedoria popular da Dona Onete. Contagiante aos sensíveis e ouvidos e corpos livres, abertos. Isso também é Brasil meus amigos e minhas amigas! Enfim, uma noite e tanto, cheia de musicalidade, arte, energia. E como diria a mestra Onete, parafraseando: “É carimbó, é chamego, é rock, é tudo!”. Obrigado Dona Onete! Obrigado Psicodália!

Como saideira da noite, a já clássica no festival, Bandinha Di Da Dó. Conjunto musical de palhaços auto-intitulado de Clown Music, do amigo e baterista, organizador do Morrostock, Paulo Barcellos, o Zé Docinho. Novamente um alegre e festivo show, como sempre. E o coro a partir das palavras de Zé Docinho se ouviu durante todo o festival, durante os shows, as apresentações, nas madrugadas, escrito pelas paredes: “Devolvam nossas crianças!”.

Continua...