domingo, setembro 19, 2010

Epopeia & Rick Boy Slim no Morrison...


Sábado, ‘11 de Setembro’. Aniversário de 9 anos do trágico-espetacular ataque as torres gêmeas nos EUA. Festa da Expo-Tattoo (exposição de tattoos que ocorreu no Centro de Eventos durante o dia). Morrison Rock Blues bar, hoje o grande espaço do rock e blues na  cidade. Espaço aconchegante, cheio de estilo. Fazia tempo que não via tantas bandas boas tocar diretamente num mesmo lugar. A maioria blues. Nesta noite, fomos indicados e contratados pela casa para tocar no evento de tattoo e dividir o palco com o Rick e sua banda. Já havia visto duas vezes o cara tocar. E como toca! Foi muito legal dividir o palco e o conhecimento com esses caras, que são músicos ‘profissionais’ já faz anos. Jantamos juntos e foi então que podemos dialogar sobre pedais de efeitos, guitarras e timbres, além de música e outros assuntos mais alheios. Os caras são muito simples e divertidos. Tocamos um repertório misto, com algumas releituras, versões de bandas que gostamos de ouvir e tocar como Grand Funk, The Spencer Daves Group (do grande vocal Steve Merriot: Blind Faith e Traffic), Mutantes, Patrulha do Espaço, The Kinks, T-Rex (já que a proposta do bar é diversão), entre outros, e composições próprias. Para nosso deleite, fomos mais aplaudidos pelas composições próprias do que pelas releituras. Isso incentiva e dignifica qualquer banda que luta com suas próprias músicas. Rick Boy Slim e sua banda tocaram por sua vez, além de clássicos do blues, também bandas como The Cream, Jimi Hendrix Experience e Steve Ray Voughan. No final rolou ainda Jam com as duas bandas. Casa cheia, o rock e o blues fizeram da noite uma grande festa que começou lá pelas 22:30h do sábado e só terminou às 5h da manhã do domingo com um grande público ainda presente. Este ano tocamos pouco, mas esta foi, junto com o concerto no teatro do SESC, a nossa melhor apresentação. Enfim... não há fim.

A Epopeia continua...

Herman G. Silvani (Niko)








• Teatro também é lugar de rock!


Isso tudo só comprova que, por mais que alguns chatos ainda cismem e teimem em dizer que teatro não é lugar pra rock e/ou música elétrica, as apresentações de rock estão comprovando o contrário. Lotam! E o som, mesmo mais alto e elétrico, fica muito bom (Quando a banda é boa e sabe o que está fazendo, não tem erro!). Na maioria das vezes tem dado mais público nas apresentações de rock do que nas acústicas e/ou clássicas. No início do ano com a banda xapecoense Ultraleve, lotou! Depois, nós, Epopeia, lotou! Outros concertos de rock aconteceram durante o ano e a maioria deu casa cheia, como foi o caso desses últimos três. O rock parecia estar quase aniquilado por aqui, mas não. Talvez só tenha migrado das casas de shows que priorizam hoje o sertanejo universitário, para as salas de teatro e auditórios da cidade. Mas isso tudo não é novidade. Historicamente, no Brasil e fora dele, bandas de rock tocavam e tocam em teatros. No Brasil, por exemplo, na década de 1970, era comum bandas do rock progressivo tocarem em teatros. Por mais que ainda existam pessoas que subestimem o potencial do rock enquanto um produto cultural de certo nível artístico, os próprios fatos afirmam que o rock é tiro certeiro. Nisso, o rock continua vivo e se mostra um potencial.
Quando os modismos terminarem ou diminuírem, quem vai prosseguir deixando a cultura musical pop de pé, é o rock, certamente. Let’s rock!

O Projeto Unocultural apresentou:

Cassim & Barbária

Terça-feira, ‘7 de Setembro’, feriado. Dormi até ao meio dia aproximadamente. Não sou dado a desfiles cívicos, ainda mais quando é de manhã bem cedo. Geralmente durmo tarde, muito tarde, aí compenso dormindo de dia quando posso. Fiquei sabendo uns 4 dias antes do show. Foi no SESC. Depois da grande apresentação do Júpiter Maça pelo projeto Unocultural, foi a vez da banda de Florianópolis Cassim & Barbária. Já havia ouvido a banda, mas de leve. Uns dois dias antes me empenhei e vi vídeos e ouvi mais músicas. Gostei da banda. Mas nada melhor do que ver ao vivo. Logo na chegada ao SESC, um figura que não era estranho me cumprimentou. Sabia que conhecia, mas não lembrava de onde. Tratava-se do Xuxu, ex- guitarrista da banda Pipodélica. Conheci o figura faz um tempão, quanto a Pipodélica veio tocar aqui, no tempo da Cristal Beer, junto com Los Hermanos se não me engano. Depois do show conversando com ele lembrei que havíamos conversado na época. Sem dúvida alguma, um dos grandes shows que presenciei no ano todo aqui em Xapecó. Loucura! Sou suspeito em falar, pois sou doente por efeitos de pedais e sintetizadores e timbres de guitarras. Foi um grande show. Belas composições tocadas e cantadas. Muito bem tocadas e muito bem cantadas. Um coro de voz criativo. Efeitos e imagens propagadas no palco. Bateria, percussão, equipamentos eletrônicos, sintetizações, três guitarras e três vocais. Tudo muito bem composto, pensado. Improviso e detalhes programados. Psicodelia contemporânea. A banda que foi fazer uma turnê pelos EUA e Canadá, fez espetáculo no teatro do SESC, lotado.



Crédito das fotos: Yusanã Mignoni



Pata de Elefante

Terça-feira, 14 de setembro. Dia ‘útil’ de semana. Chegamos ao SESC era aproximadamente 18:15h, pegar os ingressos para ver a Pata de Elefante. Havia falado com o Roberto dias antes por telefone, e ele me pediu sobre o Pata. Sabia que é uma banda bem rodada no meio independente, na internet e tudo mais. Uma das grandes bandas instrumentais do rock brasileiro. Rock no sentido mais visceral da palavra. O SESC seria pequeno. E foi. Tanto que tiveram que fazer duas seções, lotadas as duas. Havia convidado amigos de outra cidade que curtem muito a banda e quando me disseram que não havia mais ingresso, não consegui disfarçar, fiquei um tanto irritado. Sabendo que já tinha esgotado os ingressos, pedi que a Liza ligasse imediatamente para eles. Já estavam na estrada. Putz, não poderia deixar pessoas de mais longe perderem a viagem. Mas tudo se resolveu, ainda bem! Já havíamos, eu e a Liza visto a banda por três vezes. A primeira foi em Passo Fundo, RS, no festival Armênios on fire, anos atrás. Depois vimos ainda por duas vezes em duas edições do Psicodália. E todas as três vezes, o Pata proporcionou belos espetáculos. Desta vez em Xapecó, não foi diferente. Rock instrumental de primeira! Simplicidade e complexidade, diálogos sonoros e musicais. Timbres valvulados. Um legítimo Power trio. Baixo e bateria casados, formando uma cozinha das melhores. Guitarra solando com técnicas e feeling característicos do bom e velho rock. Quando o baixista e guitarrista trocaram de instrumentos o show mudou, mas continuou. Grandes composições, riffs, solos, melodias. A guitarra cantava. Um dos grandes shows do ano por aqui também. Mais uma vez um tiro certeiro do projeto Unocultural seus idealizadores e propagadores. Um grande espetáculo que já anuncia no subconsciente: Qual será o próximo?!

Herman G. Silvani (Niko)



Crédito das fotos: Liza & Niko