PARTE II
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30/12 – terceiro dia...
Já era manhã e o dia nascia quando fomos deitar, depois de tirar a
lama do corpo, é claro. Acordamos lá pelas 14h. e fomos direto pro almoço no
restaurante ao lado da pousada. Comida boa a preço acessível. Depois nos
arrumamos e pé na estrada para mais uma empreitada psicodélica. E a chuva ia e
voltava e a lama só aumentava, junto a curtição e a felicidade dos
psicodalianianos, já que esta seria uma das noites mais esperadas pelo grande
público, a noite dos Mutantes. Então, tudo certo. O que vale é o espírito, a
festa e a música. Uma das bandas que queríamos ver era a Quarto Astral, mas devido ao horário, não foi possível. Já lá pelo
final da tarde tocou Davi Henn em
formato ‘monoband’. Vi/ouvi um pouco, mas de longe. Boa apresentação, como
sempre. Outro cara que acompanhamos já a algumas edições do Psicodália, desde a
banda Vitrola Velha e depois O Conto, Davi Henn é muito talentoso, como
compositor e performance. Caída a noite fomos pra frente do Palco Psicodália
ver a banda Gentileza que tocou
antes dos Mutantes. Um belo show. Musicalmente muito bem tocado e alegre. Uma
mistura de ritmos e elementos que dão uma boa dinâmica ao som da banda. Já conhecia
a banda de seus belos vídeos clipes (muito bons, diga-se de passagem).
banda Gentileza...
*
Chegou a hora muito esperada pela maioria do público. Fazia tempo
que não via tanta gente reunida. Foi foda! Muita, mas muita gente! E Os Mutantes entraram contudo. Pelo que
pude perceber, tocaram o disco “Tudo foi feito pelo Sol” (1974), cronologicamente, e algumas outras músicas da
mesma fase que não estão no disco, como a belíssima ‘Cavaleiros Negros’, e no
bis, ‘Anjos do Sul’, do disco ao vivo. Após mais de três décadas, Os Mutantes e sua formação
mais progressiva, com Sérgio Dias (guitarra/voz), Túlio Mourão (teclados),
Antônio Pedro de Medeiros (baixo) e Rui Motta (bateria), além da bela voz de Esmeira
Bulgari acompanhada de um backing vocal (masculino), voltou para esse
espetáculo histórico. O disco foi executado na íntegra pela última vez, há mais
de 30 e tantos anos, afirmou Sérgio Dias na coletiva de imprensa. Quando
perguntado da importância do Psicodália nisso, Sergio resaltou o valor
inestimável da proposta dos organizadores em reunir novamente, depois de tantos
anos, essa formação, o que aconteceu com muita alegria. É senhores e senhoras,
e quem viu-ouviu, pôde sentir de perto o que foi aquilo. Sergio Dias, certamente,
um dos grandes guitarristas desse país, assim como o é, Túlio Mourão nos
teclados. E a cozinha magnífica de Rui Motta na batera e Antônio Pedro no
baixo, putz! O povo fez tanto barulho que pude sentir debaixo dos meus pés o
chão tremendo. Já na primeira música os sorrisos de toda a banda não escondiam
a alegria que contagiava o Psicodália inteiro. Teve momentos que o Sergio Dias
parou de cantar deixando que o público cantasse. E o coro da multidão era pura
energia. Resumindo, foi ducaralho!
Esmeira Bulgari & Sergio Dias
Mr. Sergio Dias
Túlio Mourão
Antônio Pedro de Medeiros
Grande público no show dos Mutantes
*
Antes do show, a tarde, fomos participar da coletiva de imprensa
com Os Mutantes, e entre risos, piadas e diálogos, a banda toda foi muito
simpática. Já tivemos (eu e a Liza), a oportunidade, anos atrás, numa edição do
Psicodália quando ainda era em São Martinho, de conhecer pessoalmente e ter uma
conversa com o Sergio Dias, que na época foi nos apresentado pelo amigo e
grande baterista Rolando Castello Júnior, da Patrulha do Espaço, que naquele momento - assim como o Sergio Dias
(fez um show dos seus discos ‘solos’) - tocou no festival com seu projeto ‘Rolando
Rock’. Lembro que desta feita perguntei sobre seu irmão, o Arnaldo Baptista, de
quem somos muito admiradores, e o Sergio foi muito simpático nessa conversa. Almoçamos
na mesma mesa naquela vez, e ele acabou lembrando disso num breve diálogo
comigo e com a Liza depois dessa coletiva.
Coletiva de imprensa com Os Mutantes e organização do Psicodália
Alexandre (Goya), Rui Motta (baterista Os Mutantes) & Maninho (Epopeia)
Sergio Dias & Liza.. diálogo e entrega do CD da Epopeia...
Liza, Herman & Anaterra (imprensa Psicodália)
*
Para encerrar os shows da noite no Palco Psicodália, sobe ao palco
uma das bandas mais engraçadas, anárquicas e queridas do público, trata-se da
banda gaúcha Bandinha Di Dá Dó, um
quarteto de ‘palhaços’ (clowns) que se auto denomina dentro do estilo musical ‘clown
music’. E que show! Levantar a galera depois dos Mutantes não deve ser fácil,
mas a Bandinha fez isso com maestria. Apresentando um novo, engraçado e bom guitarrista,
a banda fez o público gargalhar e curtir um espetáculo musical, com muito humor
e irreverência. Bateria, baixo, guitarra e gaita compõem a parte instrumental
da banda. Sempre quando vejo a performance da Bandinha no palco, lembro de uma
banda de que, durante muito tempo, fui apaixonado (ainda curto muito), a banda
inglesa de punk rock Toy Dolls. E show
da Bandinha tem um ‘Q’ punk, tanto é que o público faz roda, pula, se esbarra
(mas sempre de boa), canta e sorri, enquanto o vocal ‘faz moch’ acima do
público. Uma farra, uma festa, um espetáculo. Desta vez, para entrar no clima,
fizeram uma música ‘progressiva’, separada em partes, brincando com o tempo da
música. Bem, só vendo pra crer. Foi de rachar o bico rindo. Mais uma vez, a
Bandinha Di Da Dó proporcionou um belo e divertido espetáculo no Psicodália,
alegrando ainda mais aquele ambiente cheio de pessoas dispostas a curtir e
trocar.
Bandinha Di Dá Dó - 'It's Clown Music!'
*
Mais uma vez a festa continuou para os ‘guerreiros’ dionisíacos, e
a noite acabou e o dia começou no Saloon, com muita música, dança e diversão. Acabamos
indo até o restaurante para comer algo e rir um pouco mais dos feitos do dia. Depois,
rumo a pousada para aquele descanso, já que também teríamos um show para fazer pela
frente. Yé!
Restaurante
Maninho
Jone
Eliz
Liza
Diogo
final de noite...
Jone, Eliz, Herman, Liza & Marciano (roud)..
Continua...
Um comentário:
Foda!
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