Depois da Fantástica virada de ano e boas-poucas horas de sono, e tudo mais, levantamos perto do meio dia: banheiro, almoço e palco. Chegamos no ‘palco do Sol’, para ver a banda curitibanda Trem Fantasma. Já conhecia a banda de outros psicodálias e de algum contato pela net. Subiram ao palco e deixaram sua marca, com uma pegada, belos timbres e riffs de guitarra ‘a la’ Cream, Slade e Allman Brothers. Destaque para o guita, que manda bem. Depois conversei com o cara, muito gente boa! Bela apresentação, como a do psicodália anterior, que mexeu com o público e fez jus ao que estava acontecendo na fazenda.
Passaram-se alguns minutos, e como também sou psicodélicamente humano, fui comprar uma gelada. Sentei na sombra de algumas árvores com o povo da ‘calsa rasgada’ para relaxar um pouco, até que começasse a próxima banda. A banda paulista Massahara subiu no palco, tocando seu hard rock setentista, com muito estilo e competência. Belos riffs e uma pegada hard para ninguém ficar alheio. O baixista estava um pouco ‘a pé’ de instrumentos (leia-se fotos abaixo). E o rock comeu solto.
Depois, voltamos as barracas, descansar, comer algo, banho, etc. Já estava escurecendo quando começou no ‘palco do Pasto’ a banda de Curitiba, do xará- guitarrista e vocal Hermann, Mesa Girante. A banda fez uma apresentação boa, como da outra vez que a vi. Gostamos, eu e a Liza, muito da música ‘Assombrações’, uma bela canção com pegada blues e um clima jazzístico soturno. A platéia correspondeu cantando junto algumas canções. Destaco as belas composições, os serenos e belos arranjos de guitarra do Hermann e os solos e arranjos de harmônica (o cara toca muito!). Depois, por algumas vezes encontrei o xará por lá com a vocal, sua companheira (a mina alcança um agudo que se confunde com o agudo do wah da guita, nossa!), sempre simpático e divertido, além de talentoso (também, com um nome desses, não poderia ser diferente, não é? Hehe!).
Em seguida subiu ao palco a banda, já ‘clássica’ também no festival, O Sebbo. A banda fez uma apresentação boa, com suas músicas cantadas pelo público e tudo mais. Mas algo havia mudado. Sim, Hermann (o xará), saiu da banda, sendo substituído por um guita, a altura, diga-se de passagem. O bicho toca bem também, só que com uma pegada pouco mais pesada. O batera é novo também, e entrou no lugar daquele que era um dos maiores bateras do festival. Mesmo não sendo fácil, o cara mandou bem. Mas, se dissesse que o batera anterior não fez falta, estaria mentindo. E senti falta também do vocal do Hermann, se bem que o tecladista canta e toca muito! Uma bela apresentação, diferente eu diria. Talvez a mudança tenha dado uma balançada na banda, mas O Sebbo, ganha muito com suas belas composições.
A próxima apresentação foi a da banda também curitibana Sopa. Já conhecia a banda dos outros psicodálias, e só posso dizer que suas apresentações são sempre boas. Uma banda que enche o palco com seus vários membros e instrumentos. Uma banda boa de se assistir, pois tem uma boa presença de palco, usa cores e a vocal é a melhor interprete feminina das bandas na minha opinião. Tem um vocal estridente, mas que combina com a proposta da banda e com ela mesma. O baterista é o Ivan (vocal-flauta do Confraria da Costa), e também canta. Uma das bandas mais competentes no palco. Baita show, outra vez.
Chegou a hora de uma das bandas mais esperadas do festival. Não por mim, confesso, a porto alegrense Pata de Elefante. Mas mudei de idéia durante o show. Os caras denotam, literalmente! Já conhecia a banda ao vivo. A primeira vez que a vi, foi em Passo Fundo/RS, no festival Armênios On Fire, há alguns anos. Depois, no psicodália passado, no carnaval. E os dois foram grandes shows. Não é por nada que é uma das bandas mais cultuadas do rock instrumental. Uma cozinha simples, mas de primeira, que deixa o guitarrista nas nuvens para tocar. E o bicho, o guita, toca. Toca demais! Uma grande apresentação que fez o público vibrar. E eu vibrei também! Nem fotos tirei, acabei esquecendo, acho... hehe! ‘Do cão!’
Depois da detonação do Pata, foi a vez de uma das bandas, também mais esperadas do festival, a curitibana Blindagem. Também já vi Blindagem uma vez aqui em Chapecó. E na época, tinha sido um belo show, só que com o Ivo Rodrigues (vocal), meio ‘malecho’. A banda tocou clássicos de sua carreira, como ‘Gaivota’, do primeiro disco, com um belo e longo solo de guitarra ‘a la’ Floyd. Tenho este disco em vinil. Conheci a banda em meados dos anos 90, quanto tocávamos em um festival em Francisco Beltrão/PR, e ganhei o disco de um amigo de uma antiga banda de lá. Músicas de outros discos, com ‘Dias Incertos’, foram tocadas e cantadas em coro pela multidão. Agora, o cume, o gozo, o ápice do festival, pelo menos para mim (e creio que para grande parte dos presentes), foi quando subiu novamente ao palco a belíssima Michele - que já havia cantado no show da Sopro Difuso - e sua voz magnífica, e cantou junto como o Ivo (outro grande vocal), e em coro com a multidão, o clássico dos Beatles, na versão de Joe Cocker, cantada na Woodstock em 1969: With A Little Help From My Friends. Só estando lá pra crer. Emocionante! Dois dos melhores vocais do festival cantando isso com todo o sentimento, ish! Minha boca salgada! E pra não deixar barato, na seqüência mandaram a música ‘Loba da Estepe’. Sem chance! Foi de perder a voz e o rumo. Mas o ‘espetáculo’ não havia terminado. O Ivo largou a voz para o ‘Pato’ Romero, um dos maiores bateristas de rock do Sul do país, que segurou a onda. Nisso, tocaram até alguns cover’s clássicos do rock mundial: Deep Purple, Led Zeppelin e Stepenwolf. E o bicho fez um solo de batera que, ‘sai de baixo!’ Em suma, um dos melhores shows que já vi no psicodália.
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