Impressões e divagações... (por Herman ou Niko)
Saímos de Chapecó na quarta dia 30, por volta das 23:30h. Conversas, risos, tragos, dvd`s e som durante o percurso. Entre uma parada e outra para idas ao banheiro, algum café ou outro algo que sacie a fome ou vontade (no meu caso vicio), humanas. Já perto do destino, numa parada em um posto de gasolina, encontramos uma van que também seguia o mesmo rumo, e para minha surpresa, esta van levava uma das minhas bandas favoritas nacionais atualmente, a Plástico Lunar. Conversamos com o produtor da banda por um tempo - cara muito legal. Depois iríamos nos encontrar por diversas vezes na fazenda. Seguimos viagem, e por volta das 6:45 chegamos no Psicodalia. Feitos os procedimentos “legais”, estávamos todos dentro. Eu e a Liza havíamos nos inscrito para a imprensa, já que sempre fazemos fotos, textos e contatos, contribuindo de certo modo com o evento. Recebemos o “ok!” da organização, mas não sei o que houve, nosso nome não estava na lista da imprensa. Voltamos, do acampamento até a entrada do evento, conforme pedido de umas garotas da organização, por umas 3 vezes e nada. Na quarta, já havia perdido a paciência, cansado de correr e argumentar. Tudo tem limite, inclusive minha paciência (e olha que sou paciente, nisso, pelo menos). Tentamos encontrar a responsável, como sugerido pelas garotas da portaria, mas nada. Da terceira vez, levamos junto até o PV (Rodrigo), um amigo que foi conosco e que também se inscreveu na imprensa, pois tem site e tal, para comprovar que tínhamos um trabalho desenvolvido e que havíamos nos inscrito também, mas não foi o suficiente. Então desistimos. “Maldita burocracia”, aflige também o dito “universo independente”. Faltou, creio, um pouco de confiança e bom senso por parte de alguém ali. Apesar dos pesares, as fotos e textos estão aqui, e se não foram melhores, foi devido a um erro que não foi nosso, pois fizemos tudo como foi pedido. Então se o erro não foi nosso, não devíamos também ter sido os que correram atrás do conserto deste erro, não acham? Mas fazer o que, nem sempre a justiça prevalece (ou quase nunca).
Pensava que o local não seria tão bom quanto era em São Martinho, no vale, mas já na caminhada de reconhecimento (que tradicionalmente faço quando acampo), percebi quão grande e bonito era aquele lugar. No fim, achei melhor ainda do que quando era em São Martinho. Uma fazenda gigante, de um tal Evaristo. “Lugar do caralho!”. Encontramos uma boa sombra para montar o acampamento e montamos. Ao contrario dos acampamentos nomeados pela organização do evento, o nosso tinha um nome próprio, dado por nos mesmos. Portanto, quando alguém nos perguntava onde estávamos acampados, a resposta era: “la no Calça Rasgada”, o mais clandestino dos acampamentos – éramos os amotinados. Tínhamos ate uma bandeira própria e um líder messiânico (líder não sei do que, mas tínhamos), o “Otavio Conselheiro”, também conhecido – e só por nos - como “Transitions”.
Otávio Conselheiro (o Transitions) Os amotinados do 'Calça Rasgada' e o Poeta (Evaristo), o fazendeiro
Pontos positivos, vários. A começar pelo público, que sempre dá um show à parte, mostrando que a tolerância ao diferente constrói um mundo melhor e mais colorido. A organização também, melhora a cada festival. As bandas, o som, a alimentação, muito bons! Eu sempre digo, grande parte dos técnicos de som da minha cidade e parte das bandas, deveriam ir ao psicodalia para aprender algumas coisinhas essenciais. O festival tomou proporções grandes. Desta vez foram mais de 4000 pessoas reunidas em 5 dias de rock e boa convivência. Enfim... Elogiar não precisa muito, pois são nos erros e faltas que se aprende, e neste sentido, criticar é colaborar na construção.
Pontos negativos, apesar de poucos, existem (e creio que sempre existirão), mas também creio, que alguns podem ser saneados. No último dia, os banheiros se tornaram inutilizáveis, e quem precisou deles para as necessidades básicas, teve que procurar o mato. Outra coisa foi o problema das dálias (o dinheiro local – o que é algo muito interessante!), que se repete outra vez. No último dia, muitos comércios internos já não aceitavam as dálias, e outros ainda não as trocavam. Fazer o que então? Um furo aí, que gera certo incômodo, mas que pode ser consertado, para o bem de todos e de tudo. Acho também que deveria haver uma espécie de rodízio de bandas. Existem muitas bandas boas que gostariam de tocar em eventos deste porte, com esta estrutura e público sensacional. Seria uma oportunidade para outras bandas mostrarem seu trabalho e serem conhecidas, motivando a continuidade de seus projetos. Acho isso essencial no mundo independente. Nós mesmos já tentamos conseguir um espaço. Algumas até valem a repetição, mas seria interessante inovações neste sentido. Enfim...
Um comentário:
Salve pessoal! boa resenha do festival e pelo que vi o blog tem muito material interessante, que vou degustar aos poucos!
Abraço!
Ronaldo
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