sexta-feira, dezembro 31, 2010

Mas me diga chê, qual é mesmo a ‘situação do rock xapecoense’?

* Cuidado ‘cambada’ da minha ‘laia’! Agora Xapecó tem ‘el justiciero’, aquele que vai ‘desmascar’ o rock e os ‘donos’ do rock xapecoense!



Férias, sombra e cerveja fresca. Alguns amigos e conhecidos me fazem perguntas sobre uma polêmicazinha de internet que andou ou anda rolando. Não tenho muitas respostas a dar (mais a fazer). Então, para deixar a coisa um pouco esclarecida, resolvi escrever sobre o fato (um pouco medíocre, porém engraçado). Dias atrás, escrevi neste blog alguns textos (abaixo), referentes ao ‘cenário’ do rock xapecoense (e esse me é um tema corrente, já que abordo e pesquiso na área há pelo menos uns 13 anos). Eis que, navegando pela internet, visitando sites e blogs, encontro um texto de um indivíduo (vou reservar seu nome, pois tento não praticar o individualismo burguês que ‘pessoaliza’ tudo, aquele típico em tramas de telenovela) que mesquinhamente zoava com meus textos com um ar de autoridade no assunto que o mesmo não tem. A questão é que este indivíduo não tem ‘moral’ nem conhecimento suficiente para tentar desfazer um tema ou alguém que há muitos anos estuda, pesquisa e de certo modo participa ativamente da dita ‘cena’ do rock xapecoense. ‘Cena’ esta que, valoriza, justamente, a composição própria (leia-se projeto Entrevero do Rock, entre outros do passado) - Minha pesquisa que contempla a História do rock em Xapecó, dita de ‘caráter duvidosa’ pelo mesmo (sem ao menos ter lido), por enquanto é a única no assunto, e tem elementos científicos, de pesquisa e fundamentação teórica suficientes para se auto ‘legitimar’, e não é qualquer ‘nêne’ que vai desfazer isso. Ela só poderá realmente ser questionada a partir do momento em que  existir uma tese bem fundamentada que contrarie os debates teóricos e elementos históricos, sociológicos e antropológicos nela levantados, e não a mera ‘opinião’ efêmera e vazia de alguém que pouco ou nada sabe sobre o tema. Além disso, o sujeito levou a publico um texto pretensioso que supostamente fala da ‘situação do rock em Chapecó’, digno de um artigo demagógico como alguns da revista Veja (por exemplo), desconsiderando questões essenciais do tema, diminuindo e banalizando um assunto complexo. E já que envolveu meus textos, revidei. Mas fui discreto. Ao invés de publicar, enviei uma resposta por email para evitar a exposição do dito cujo. Como estudo linguagens e tenho a pesquisa na área de História (um levantamento do rock ‘autoral’ em Xapecó) que debate indústria cultural, comportamento, juventude, etc., fiz breves considerações sobre o uso da linguagem no seu texto, abrangendo elementos da História do rock xapecoense (e a carência de fundamentação em tratar desse tema no seu texto), alguns conceitos e discursos contidos no texto, afim de não deixar a questão na superfície, respondendo ‘pessoalmente’ e não ‘publicamente’ seus devaneios. Mas o indivíduo não teve o discernimento e a cautela que os ainda ‘bons estudantes’ têm e partiu para o embate sensacionalista e pessoal, tornando-o público. Devido às ofensas pessoais publicadas, muitos me disseram que enfiariam um processo no rabo do sujeito, mas como sou avesso a burocracias, não o farei (ao menos que isso atinja meu limite de tolerância). No seu texto, ataca estupidamente até uma das únicas instituições que, bem o mal, promove a cultura local. O mais cômico de tudo, foi (ou está sendo), o camarada se auto-proclamar ‘aquele que vai desmascarar o rock, ou os donos do rock chapecoense!’ Mas, quem é ele mesmo? De onde vem? Quanto poder! Vai, é claro que vai! E os ditos ‘roqueiros chapecoenses’ tremem de medo! Muita pretensão não é? Como que se houvessem as tais ‘máscaras’ e os ditos ‘donos’ do rock xapecoense (coisa de noiado!). Mas ainda assim, teria que ter ‘moral’ pra isso! (além do conhecimento e de um bom e real motivo para tal). O bicho entrou numas de ‘medir forças’ – Quer mostrar ou provar algo pra alguém com isso? Agora qualquer comentário mais ácido em seu bloguezinho: ‘foi o Niko!’. Que nóia! Tenho coisas interessantes pra fazer, portanto, não desperdiço meu tempo com tolices deste tipo, capiche? É sabido que na psicologia e na psicanálise, se estudam fenômenos referentes à mente humana. E eu, com meu raso conhecimento na área, não tive dificuldades em compreender os motivos de tudo isso. Quando acontece um fato desse tipo, geralmente a pessoa se retira do meio do fogo cruzado depositando suas pendengas no ‘outro’, usando suas ‘deficiências’ e/ou ‘calamidades’ como alvo, só que, na figura do ‘outro’ (e nem são necessárias citações para que se comprove isso). Nisso, o bicho se auto-convenceu, frente ao espelho decerto, que me deu uma ‘surra intelectual’ (sendo que nem ouve o debate – e quem disse que eu sou um intelectual?). ‘Acontece que quem nasceu ontem, tem que aprender a andar antes’. O bicho se doeu com a resposta que recebeu por email e começou a delirar. Revolta típica de iniciante que vai apanhar muito ainda da vida para adquirir certa ‘humildade’ e só assim, sabedoria. Paranóia (não falo da banda mais antiga da cidade em atividade), arrogância, falta de bom senso, ego inflamado... Isso tudo, gera certas atitudes agressivas e carentes teoricamente. Muito discurso e pouca base. Numa fala (escrita), com tom típico de um nazifascista, o ainda estudante pretendente a filósofo (de academia – se ainda fosse de butéco!), mas que já cospe em diplomas, passa por cima de contextos (como se não vivesse dentro de um), e não respeita e nem considera a História dos outros, com todo seu ódio e orgulho transpassados (traços típicos da frustração), me chamou de ‘rato’, incluindo amigos e afins, com os termos ‘os da tua laia’, ou a ‘tua cambada’. Meus amigos, ou minha laia, ou minha cambada, são poucos, mas todos muito dignos no que são e fazem - e eu sou serpente, não rato, Mané! (no chinês). Não vou citar nomes para não engordar a ‘putaria’ toda. Numa demência de disputa por alguma coisa que nem existe, chegou a escrever em um comentário no seu blog: ‘Perdeu!’. Perdi o que, que ainda não sei? ‘O cara’, disse estar ensinando. Ensinando sobre escrever, sobre filosofia, sobre o rock xapecoense, a mim e a ‘minha laia’. Não conhecia esse sujeito, conhecia outro (só que era beeeem menos!). Mas, o menos, às vezes é mais na cabecinha dos iludidos e paranóicos, não é? Agora acontecem críticas e ofensas às bandas que fazem cover onde incluem a Epopeia nesse pacotão. Sempre lutamos pela composição própria. Nem gosto de dizer que fizemos algum cover, pois já estamos nas ‘versões’ ou ‘releituras’, chegando ao ponto de dar nossa ‘estética sonora’ a qualquer coisa que tocamos – daqui uns dias, Epopeia completa 10 anos de rock (isso também se adquire ouvindo, observando, estudando, pesquisando, e com o tempo, depois, rompendo e propondo – alguns pensam estarem rompendo e propondo antes mesmo de conseguir criar algo – para melhor compreensão disso, tem um livro chamado: ‘A voz do escritor’ de A. Alvarez, um GRANDE ensaísta!). Aliás, o sujeito esse, participa com sua banda do Entrevero de Rock, um projeto bolado e escrito por mim e pela Liza com a colaboração da Michele e do Jakson da banda Joio & Trigo (tocando nele por mais de uma vez inclusive – mais do que nós mesmos) em locais que, se não fosse o projeto, jamais tocaria. Contraditório cuspir no próprio copo em que bebe sua água. O Entrevero visa mais espaços para as bandas de composição própria, autorais (já que estes espaços para quem produz é restrito por aqui). Um projeto que, bem o mal, acontece, e já deixou suas marcas em vários locais. Tamanha ironia, é que o bicho disse um dia que começou escrever depois que conheceu a literatura de Efraim Medina Reyes, um escritor colombiano (da minha ‘laia’), e eu próprio fui o responsável por isso, já que indiquei Efraim para o dito cujo. Como alguém que renega o passado (não o conhecendo e nem fazendo questão disso), passa cegamente por cima dos contextos históricos e não respeita a História dos outros, acha que tem condição de falar sobre a situação do rock em Xapecó?  Para seguir um caminho diverso e cheio de curvas, é necessário conhecê-lo antes. Correndo desse jeito meu chapa, está dando de cara em paredões ou caindo em precipícios. Isso demonstra pressa e imprudência próprias de iniciantes ou tolos. Mas isso tudo se resume numa frase que um dia ouvi por aí, e que diz: ‘Existem dois tipos de pessoas: as elegantes e as enfeitadas!’.
Enfim... Cuidado roqueiros xapecoenses! Protejam suas bandas! ‘El Justiciero’, aquele que vai mudar o rumo do rock xapecoense chegou. Todos de joelhos e o reverenciando com o braço levantado. Talvez assim, ele os poupe dos tiros de festim da sua metralhadora giratória imaginária.  

Herman ou Niko (O ‘rato’ – aquele que roeu a roupa do rei!, líder da facção ‘laia-cambada’ do rock xapecoense que sofre de tanto apanhar de reio nas ilusões molhadinhas e mirabolantes de Alice)

quinta-feira, dezembro 23, 2010

Fortalecimento de um tempo presente

Estúdio A & Uno Cultural – breve apanhado 2010

Durante o ano fui um assíduo ‘assistidor’ do programa Estúdio A, vinculado pela UnoWebTV (na internet), dirigido e produzido pelos amigos Odoni (das antigas! – não a banda, ok?!), Maninho (baita batera!) e apresentado pelo Zé Boita Jr., amigo e companheiro de publicações e outras maldições literário-poéticas. Durante este primeiro ano do programa, passaram por ele coisas muito peculiares e boas. Outras nem tanto. Mas vou me conter no que gostei, no que julgo de mais teor artístico – pelo menos mais próximo ao que eu considero relevante para escrever a respeito (talvez, alguns até fiquem de fora, perdão!).  Dentro disso, aconteceu uma parceria do SESC com a Unochapecó no projeto Unocultural, tendo como um dos agitadores dos eventos o Roberto Panarotto, vocalista/compositor entre outras coisas, da banda Repolho (um ícone da música rural, cibernética e do rock xapecoense – o fato é que Repolho não se define tão simplesmente). Dentro do projeto, tive a oportunidade de ver das melhores apresentações musicais do ano na cidade. Entre eles o ‘mestre’ Jorge Mautner, o gaúcho Nei Lisboa, o genial Júpiter Maça (acompanhado do amigo-produtor e ‘moognista’, Astronauta Pinguim), a sensacional Pata de Elefante (considerada uma das grandes bandas do rock instrumental brasileiro), a experimental e também sensacional Cassim & Barbária, um dos criadores da Graforréia Xilarmônica, o Marcelo Birck (na ocasião pude até reencontrar um amigo das antigas que veio acompanhar o Birck no contrabaixo. Trata-se de Daniel Téo - irmão do Marcelo, o segundo guitarrista da minha primeira banda, montada no final de 1993, a ‘Princípio do Fim’, quando eu ainda era um guri! - Daniel que iniciou sua ‘trajetória’ musical como baixista da banda ska-punk ‘X-Meleka’, junto comigo e com o Giva (Ruído/mm e RedTomatoes),  hoje é dono e produtor de estúdio em POA), entre outros. Já pelo Estudio A, passaram entre outras que destaco (musicalmente, pelas entrevistas e pelo próprio programa em si), os amigos Marcio Pazin e Carol, Júpiter Maça, os Irmãos Panarotto, Repolho, O Teatro Mágico, Os Variantes, Marujo Cogumelo, Joio & Trigo, Paranóia, Giovanni Caruso e o Escambau, parceiros da Setmo Selo e Epopeia (nós é claro!).


Retrospectiva (mixtape # 1): alguns destaques de 2010 + Programa ‘especial’

Em primeiro lugar, como admiradores do belo trabalho do Odoni, Maninho e Zé, frente ao Etúdio A, devido a sua importância na vinculação de artistas e bandas locais,  queremos deixar registrado que foi um prazer dividir a primeira parte do mixtape com ‘talentos’ como Márcio Pazin & Carol e Júpiter Maça. Pessoas e bandas que também admiramos por suas artes e suas perseveranças dentro do mundo artístico. Pessoas que fazem a coisa acontecer. Foi também um prazer (trabalhoso e divertido), participar da produção e filmagens (em nossa casa – minha e da Liza, na pequena sala de estar) do programa especial de fim de ano do Estúdio A, interpretado pelos ‘atores’ Zé Boita e Maninho (indicados ao prêmio ‘nostalgia’ de atuação independente), com participação especial da Teckila (nossa cadela), homenageando os Ramones e Nirvana (duas bandas essenciais na História do rock e que cruzaram nossos caminhos – graças a Dionísio!). Contudo, já esperamos as novidades do programa para o ano que vem. Sem mais... Let’s rock baby!

Confiram nos links abaixo, os programas mencionados acima:



  • Programa ‘especial’ – Ramones:


Vida longa ao Estúdio A!

Fábrica e manutenção de ídolos (quem é quem nessa história?)

Noite dessas, um calorão, depois de me empanturrar numa pizzaria da cidade e de algumas cervejas, cheguei em casa e liguei a TV, como de costume. Quase que diariamente faço isso. Dou uma ligadinha no aparelho só pra conferir o que anda rolando. Isso me ajuda a ter assuntos diversos na hora de escrever minhas crônicas para o jornal. Dou de cara com um ‘especial’, novelinha teen ou algo assim, que levava o nome de ‘Tal filho, tal pai’. E lá estavam os dois, na telinha da Globo. Fiuk e seu pai Fabio Júnior. Ia mudar de canal quando vi o ídolo teen num palco representando uma banda de rock, com discurso rocker e tudo. Na ‘estória’ do programinha, Fiuk era o vocal estereotipado de uma banda de rock estereotipada que estava no palco abrindo um show de axé. Sob vaias, uma mulher de peruca loira elevou um discurso ‘radical’ para a platéia enfurecida, um chavão clássico que diz mais ou menos assim: ‘Que violência é essa? Essa é uma banda de rock and roll, e rock and roll é paz e amor!’ tentando acalmar a platéia que esperava o show de axé e vaiava a dita banda de rock, arremessando copos e papéis sobre o palco (e que encenação de quinta categoria!). De uma hora pra outra, quando a banda começa a tocar seu tal ‘rock and roll’ (uma balada medíocre, ‘fiukiana’), a platéia de irada passa a adoradora, cantando em coro a canção. Nunca foi tão fácil e rápido uma banda de rock conquistar seu público. Depois do sucesso, o foco do programinha, Fiuk, acaba ‘pegando’ a Alessandra Negrini (a atriz que fez ‘Engraçadinha’, texto de Nelson Rodrigues, num seriado para a televisão), bem mais velha do que ele, despertando com isso o ciúme das outras garotas apaixonadas pelo ídolo. Uma mulher mais velha sendo ‘pega’ por um garoto que poderia ser seu filho - uma espécie de tentativa de atingir um público mais ‘adulto’, algo assim. Com o ídolo pop teen do momento, Justin Bieber, está sendo assim também. Uma sacada dos empresários e produtores para abranger mais público, creio eu. Crianças e/ou adolescentes ‘pegando’ mulherões. Muita coincidência disso estar acontecendo em locais diferentes e ao mesmo tempo, não é? Fiuk acabou de se lançar à carreira solo, portanto, nada melhor do que vinculá-lo mais vezes na programação da rede de TV que o criou. Melhor ainda, colocá-lo ao lado de seu pai, o já estabilizado cantor Fábio Júnior. Tudo soma. Talvez, por não ter um termo apropriado, é que chamo isso de ‘fabricação de ídolos’ (se alguém tiver um título melhor ou mais apropriado, eu agradeço!). Teve um momento no programinha, que Fiuk, numa conversa com o paizão na beira da piscina, abre uma revista que traz um texto em que sua banda é chamada de ‘bandinha teenager’. Ele não gosta, pois ‘não é verdade, e sua banda é uma banda madura, incrível, do mais visceral rock and roll’. Tudo muito apelativo. Tudo muito ideológico, pensado, com objetivos obscuros aos mais ingênuos e desavisados. A Globo e seus eleitos, seus produtos. Para os que acham que estou sendo cético demais, devo perguntar: Mas como não se posicionar frente à tamanha imbecilidade que tenta transformar tudo em produto de consumo, vendendo idéias mentirosas que mostram, por exemplo,  como uma ‘banda de rock’ sai da garagem e atinge o grande público pelo próprio esforço e qualidade musical (como se fosse só isso, e tão fácil assim). Se isso é uma questão político-ideológica, que toma os espaços que se dizem ‘democráticos’, elegendo alguns e aniquilando outros, conforme seus interesses mercadológicos e políticos, assim, não permitindo que a diversidade artística e cultural aconteça na grande mídia (a não ser no discurso – mas não na prática), canalizando e induzindo, desta forma, o acesso dos ‘bens culturais’ a população conforme os interesses do mercado. Então, como ficar alheio, consentindo tamanha farça? Em tempos de discurso e das pseudo-igualdades de condições e oportunidades, do ‘deixa disso’, da imposição de gostos e valores, da publicidade ideológica de mercado e do predomínio do inconsciente coletivo, posicionar-se, manifestando questionamentos, se faz extremamente necessário, para que tudo não termine em mero entretenimento e na bestialização artística e cultural do ser humano.

sábado, dezembro 18, 2010

Isso não é um manifesto, nem uma resposta. Talvez, uma pergunta! Para além da filosofia...

·         Referente ao debate que se criou acima do texto anterior

...gosto um pouco da contradição. É isso! Jogar contradição no espaço. Aprendi com Nietzsche (não que tive aulas com ele. Não sou tão velho. Foi lendo mesmo, estudando). Muitos que se dizem Nietzscheanos parecem se assustar com isso. ‘Existem pessoas mais radicais do que eu’. Sou leve. Alguns mais radicais do que eu, perguntam: “Mas porque participar de um concurso desses se já sabia como seria?” Não darei uma resposta direta. Seria muito fácil. Então faço o mesmo e pergunto: “E porque não participar?”. Alguns gostam do seu quarto, do seu mundo interior, pequeno, sujo, num canto de qualquer lugar. Eu também gosto disso, tanto é que vivo mais nele do que no mundo globalizado, interneteligado. Porém, divago e em momentos gosto deste outro mundo, maior, amplamente espacial, mesmo que mesquinho e idiota. Sintoma de liberdade. Só assim, vejo e sinto a contradição. Não me adapto e não sou maior do que tudo isso. Mas nem menor! Ficar gritando frente ao espelho ou com aqueles que já não respondem mais (os cadáveres com quem Zaratustra cansou de falar e carregar nas costas, então tratou de enterrá-los – olha o ‘Niti’ aí de novo!), ou ainda, com aqueles que já sabem e nem precisam mais ouvir, é o mesmo que dar um tiro no próprio nariz, ou só enxergar o próprio umbigo. Sou um cara que, desde quanto ascendeu pro mundo numa iluminura de racionalidade fragmentada e relativa (se bem que o escuro muito me seduz), passou a não gostar de ser subestimado. Por isso, há tempos já, também tento não subestimar ninguém. Pra mim, virou uma questão de respeito. Aprendi a conhecer as pessoas quando me despi dos preconceitos mais corriqueiros e absorvi certa serenidade, botando o olho. Assim, escolhi o combate, a posição, desde que se tenha uma (argumentos e conhecimento se constituem no caminho, na experimentação, e não vem pronto do além nem de uma academicismo provinciano), e é onde as contradições aparecem para serem postas a prova. Mas para não me estender muito mais, vou tentar ser mais sucinto. Acontece que, uma das nossas ‘premissas’ enquanto banda e seres humanos que vivem dentro de uma determinada cultura, é torná-la indeterminada, ou seja, ampla, sem muitas restrições, o que, às vezes, se confunde com limite. Não, é o contrário. Uma das nossas posturas, eu diria assim, é participar de tudo o que acharmos válido. E este concurso no qual eu me referi no texto passado, é um exemplo. Válido porque? Porque, foi mais interessante naquele momento participar do que se excluir. Nosso som não preenche os requisitos na página de inscrição do livro do espetáculo, porém, não acreditamos na impossibilidade de furar o bloqueio imposto. Um ato de coragem, eu diria. No mínimo, no mínimo, gerou audições e contatos, e foi o que aconteceu. Tocando meia dúzia de pessoas com a música, o resto é secundário (ou acham que não dormimos mais por isso?). Cá entre nós, não somos ingênuos pra tanto. Ingênuos os que pensaram desta forma e que subestimaram nossa ‘lucidez’ nisso. Portanto, o que tiver de mais comercial e  bizarro, estamos dentro! Ou fora, dependendo do momento e motivo pessoal. Agora, não abrimos mão da crítica. Isso nunca! Pois estamos vivos em potencial humano e sonoro. Somos do tempo (que também é agora, ainda!), que o rock tinha (e tem), o que fazer no mundo além de aparecer em revistas de fofoca e ser trilha sonora de novelinhas juvenis. Aceitar tudo assim, tão fácil, é abandonar o navio em plena tempestade marítima, e isso cabe aos covardes. Se para alguns rock é moda, passa tempo, discurso ou irmandade religiosa, pra nós é um impulso, uma energia coletiva que se traduz em eletricidade e timbres quem saem vibrantes pelos auto-falantes, e certamente, vão dar em algum lugar (leia-se teoria do Caos). De tempo em tempo, volta o tempo das posições, das posturas, das discussões. E agora é o tempo. Depois, já estaremos velhos e decadentes demais pra isso. Todos! Inclusive os que já estão aí e os que virão. “A vida é agora!”


Jovem, sempre jovem! Rock, sempre rock! (olha o senso comum!)

Amigos-irmãos-camaradas! Não dá pra generalizar assim! O que há com vocês? Estão ficando velhos? Aderiram ao mundo burocrata e formalizador do adulto-homem-sério-pai-de-família-nuclear-conservador? Nem todo jovem é surdo! Nem todo jovem só quer festa, cerveja e menininhas. Alguns querem menininhos também (ainda mais hoje, no ápice do modismo bissexual com as bandinhas emo-coloridas). Nem todo jovem sempre quis ‘só’ isso. Eu pelo menos, nunca fui ‘só’ assim, e conheço uma pá de gente que nunca foi também (não nego que isso é uma busca e é muito atrativo, porém, tem mais...). Aliás, meus amigos, os da minha geração, nunca foram ‘só’ dessa forma. Alguns sim, admito. Alguns! Portanto, já que a juventude, ao contrário do que muitos pensam, é algo heterogêneo e não homogêneo, é algo polimorfo, que varia no tempo e espaço, não dá pra subestimar essa faixa etária e cultural dessa maneira tão simplista. Não tenho mais 15 nem 20 anos, mas de tempo em tempo, renovo meu espírito, e concilio a idade física com a mental. A maioria das coisas que faço e pratico e ouço e penso, é radical demais para parte da juventude atual. Muitos, nunca vão fazer o que já fiz, da forma que fiz. Mas isso não vem ao caso agora. Só que acontecem algumas comparações, que não consideram períodos distintos, momentos com suas peculiaridades, contextos e tudo mais, que, como estudioso (pesquisador) e historiador, na área cultural-comportamental (juventude e indústria da cultura), não posso deixar passar em brancas nuvens. Portanto, amigos, vamos tentar olhar além do horizonte que nos apontaram para perceber que há algo por detrás do que os olhos podem ver.

segunda-feira, dezembro 13, 2010

Concursos de bandas e outras premiações: fábrica de ídolos?

Uma máxima diz que ‘a voz do povo é a voz de Deus!’ Outra já diz que ‘toda a unanimidade é burra! (ou toda a maioria)’. Ficou com a segunda opção.



Terminada a primeira fase do concurso Band me Up (iniciativa da escola de línguas Yázigi), que visa produzir uma banda para o ‘sucesso’, nenhuma surpresa. Participamos já sabendo um pouco como seria (pois já participamos de outros semelhantes), e nossa chance seria mínima (sem hipocrisia, pois a maioria das bandas de rock como nós, lutam arduamente por seu espaço, onde ser reconhecidas e sobreviver da sua arte é o objetivo, mas sem apelar nem cair em modismos). Abrir voto aberto ao grande público, do jeito que as coisas estão, é óbvio, ou quase, saber do resultado. Tudo deságua no comércio, no dito mercado ‘cultural’. É só ouvir as bandas que se classificaram (pelo menos a maioria delas – salvo uma ou duas), e ver/sentir a falta de criatividade e de conteúdo artístico do som e principalmente das letras. Rimas pobríssimas e conteúdo ‘zero’. Levou quem se mobilizou mais, quem destinou certo tempo a isso e quem teve mais votos pelo ouvido danificado da maioria dos votantes. Melodias e construção musical óbvias demais. Nenhuma surpresa, nenhuma novidade, nada! Tudo muito repetitivo. Tudo isso, devido a falta de audição, falta de conhecimento musical-cultural-artístico, da pouca exigência de parte significativa dos jovens que vivem grudados na internet, rádios e/ou televisão, da mídia que propaga essas sonoridades ‘fabricadas’, miseráveis em quase tudo. Antes que digam qualquer besteira, não estou aqui ‘chorando mágoas’, pois , como disse antes, devido ao rumo que o ‘rock’ mais pop e/ou comercial tomou no Brasil, é fácil saber resultados quando a votação é aberta. Mas qualquer conhecedor musical ou pessoa que tenha um pouco de senso crítico, percebe, ao ouvir as bandas participantes, que a grande maioria pelo menos, é muito limitada, artisticamente falando. Não sei onde entraram os jurados nisso tudo. Muito menos quem são, nem dos seus critérios (mas imagino!). Composições efêmeras, geralmente levam o porco pra casa! Das boas, entre as 10 classificadas, uma ou duas tem algo que dá pra explorar, artisticamente falando (falo aqui da questão cultural, artística e musical, e não do potencial mercadológico, que fique claro – música, muito além de produto, é arte, e produto por produto, é efêmero). Mas antes que eu me esqueça, parabenizo a banda xapecoense Regina, que meu primo e guitarrista Maurício toca. A gurizada é gente boa e tocam legal, além de estarem abertos auditivamente a outras sonoridades e estilos. Talvez uma das poucas que mereçam a classificação pelo empenho, certa musicalidade e buscas pessoais. São novos e se mostram disponíveis a crescer artisticamente (torço e espero que assim seja!). Voltando ao tema, infelizmente hoje, até a ‘qualidade’ e a musicalidade são submetidas ao mercado, a publicidade e a produção. Se vende mais estética humana e pessoal do que música: cabelos, rostos, roupas, cores. A música está em segundo ou terceiro plano. E nesse concurso mesmo, de rock, teve muito pouco ou quase nada. Aí entra uma definição histórica do que seja rock: atitude e ousadia, mas principalmente, rebeldia. Mas não aquela rebeldia meramente estética, forçada. Não maquiagem nem teatro de rebeldia, nem rebeldia virtual, de twitter, Orkut, internet, sem causa, mas a rebeldia característica, do modo de se posicionar, da linguagem, que acontece mais na estética sonora, depois no palco, nos timbres e letras, por último no visual. O rock, historicamente, sempre trouxe letras razoáveis, quando não, muito boas (no mínimo críticas), ou pelo menos com um sentido mais amplo e profundo, bem diferente dessas bandas modistas atuais a La Restart e Cine, que só choram suas lástimas e escrevem de forma medíocre sobre assuntos intimistas e banais. Desculpem, mas isso tá mais pra sertanejo universitário do que pra rock! Ou o que define o rock é a distorção de um pedal? Acho que não! Nada pessoal, mas não digo (escrevo) isso por sacanagem nem por desabafo ou mágoa, mas porque pesquiso, ouço, estudo, portanto conheço, mesmo que parcialmente, como funciona a indústria da cultura, seus modos e ideologias e o que isso gera (e não sou só eu). Não que o rock tenha morrido, mas ele não está tão descaradamente no ‘gosto popular juvenil’, como já foi outrora. A maioria das bandas que ganham em votações abertas, prêmios televisivos e etc. (a maioria e não todas! Aliás, quase todas!), são produtos de uma cultura estúpida e medíocre. E o Brasil, consome isso tudo sem sentir o sabor. Lixo cultural e enlatado. Pior de tudo, é o rock sendo usado como discurso e/ou bandeira para essas falcatruas de produtores-empresários que vendem ilusões. Em defesa de algo que conheço, pois vivo essa realidade de dentro, digo que isso não é rock. Isso é qualquer outra coisa, mas não rock. Não preciso me estender mais tentando explicar. Agora, antes de qualquer questionamento vazio, liguem um disco do Restart, Cine e similares, ouçam algumas das bandas deste concurso, depois tirem um tempo para ouvir um Pink Floyd, The Who, Beatles, Mutantes, Patrulha do Espaço, etc., e para não dizerem que sou retrógrado, pode ser também, Raconteurs, Mars Volta, White Stripes, Radiohead - no Brasil, Cidadão Instigado, Teatro Mágico, Confraria da Costa, Sopro Difuso, Ruído/mm, entre outras bandas atualíssimas, e se forem aptos, comparem, levando em conta TUDO. E verão que a única coisa que faz as modistas serem famosas, é justamente o que assassina a arte, ou seja, o produto em si, confeccionado, para ser ‘bonito’ esteticamente e não bom musicalmente. Assim se cria uma geração de amor cego, digo, surdo, ligada a imagem atrelada aos meios de comunicação. A música interessa muito pouco neste caso. A maioria dessas bandas da moda, não faz musica-arte e sim musica-produto, seguindo ordens de mercado e produtores que, através de investimentos, enriquecerem a si e aos meios. As bandas ficam com a fama e os restos, além de servirem de instrumento de manobra, destinados a massa alienada que se empanturra com toda essa parafernália cultural-industrial. Sei que estou sendo um pouco duro, mas minha posição aqui é política, de quem estudou e estuda, ouve e conhece, de quem luta por uma justiça para com a arte, contra o que é fabricado e empurrado goela abaixo pelos meios - e não posso ficar alheio a tudo isso, senão daqui a pouco, tudo se naturaliza e as coisas que realmente são boas deixam de existir, sendo que, quando as modas passarem (como esse modismo colorido-emo-jovem-contemporâneo-pseudo-rock-metal-hardcore), vai prevalecer o que realmente tem personalidade, certo estilo e voz própria. Critico por que posso e sinto a necessidade, mesmo sabendo que isso tudo é passageiro. Portanto, aproveitem a onda, logo, logo, irão se afogar neste lodo de que já estão mergulhados. Rock não é moda, mas sim, um modo de vida, uma sonoridade de características peculiares, que tem história e uma energia criativa, o mais é pura firula e modinha publicitária (e publicidade não é arte!), para ouvidos acomodados e mentes rasas.



• Mas nem tudo está perdido e nem toda a juventude é surda. Vejam o que um jovem admirado por muitos e odiado por muitos mais, diz sobre isso:



                                     

 



• Epopeia tocando ‘ao vivo’ (sem produção), no estúdio A – nossas músicas que participaram do concurso:



A vida é agora



Estranho Delírio

Adelante el rock!

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Epopeia em férias (?)

Epopeia & Tributo a Led Zeppelin com a banda Sérappis (POA)


Normalmente quando tocamos, o público comparece. Na sexta 03/12 no Morrison, com um motivo a mais, a presença da banda Sérappis de Porto Alegre, fazendo um tributo a Led Zeppelin. Casa cheia novamente. Não vou me estender falando dos shows aqui. Ambos foram bons (pelo menos recebemos aplausos e saudações pela apresentação). Já que Sérappis fez um tributo onde tocou exclusivamente Zeppelin, resolvemos tocar 80% de repertório próprio. Músicas novas, outras nem tanto e uma inédita. Algumas pessoas compareceram para nos prestigiar, outras, ao Led (digo, Led não, Sérappis que tocou Led) – será que se fossem composições próprias o público Lediniano compareceria? Pelos aplausos, deu meio a meio. Rachamos o público (ou juntamos). Nos damos bem com a galera da banda. Pessoal legal e simpático. Inclusive, foram eles que entraram em contato nos convidando para tocar juntos. Nessas parcerias sempre se trocam informações e experiências. Possivelmente, nossa última apresentação neste ano por aqui. E possivelmente a última para dos 3 meses que virão (ao menos que surja um convite com uma boa proposta para tocarmos). A Eliz (vocal), foi passar a temporada no litoral, a trabalho. Aí resolvemos tirar umas ‘férias prolongadas’ com a banda. Talvez surja algo por lá para tocarmos, pois aqui, tá feio! Tocamos um pouco tristes ainda, pela perda da Lua, uma das nossas caninas, companheira de todo dia. Não resistiu a uma infecção no útero, e antes mesmo de subir na mesa cirúrgica, morreu. Na festa, pessoas ilustres, como fãs e amigos locais e de cidades vizinhas (Guto - (poooooooodre!!) e Tiago que normalmente comparecem aos shows da Epopeia, além da gurizada da banda Marujo Cogumelo de Xanxerê. Até aí, estava tudo muito bem. Odeio que me pressionem para tocar. Tipo, acelerando o processo. Dentro do combinado iniciamos a apresentação. Em uns 45 minutos, a casa pediu para darmos um tempo, não sei por que. Então paramos de tocar por alguns minutos. Logo, vieram dizer para continuarmos e encerrarmos logo. Ainda se o público estivesse indo embora, tudo bem, mas não, a casa continuava cheia. Muitos dos que foram, foram pra nos ver (Led, ao contrário do que muitos pensam, não agrada a todos), pois conhecemos, e não poderiam receber tão pouco de nós (é uma questão ética de quem toca e respeita seu público). A prova, é que pessoas foram embora logo depois da nossa apresentação. Novamente, não terminamos o repertório, deixando de fora duas ou três músicas. Apesar de tudo, a apresentação foi boa. Tocamos meio pressionados não sei por que nem por quem, mas...




O mundo gira... mas só para alguns!

Parte do público foi ver/ouvir clássicos do Led Zeppelin. Até aí, nada contra. Já fui mais ‘ouvidor’ de Led e do hard rock setentista. Mas é incrível como algumas pessoas não mudam. Sempre Led, Purple, Creedance, Doors, Janis, etc. (bandas muito boas, mas a questão é outra). Além destas, existem inúmeras tão boas quanto. É a cabeça de algumas pessoas que não muda mesmo. A falta de conhecimento, de vontade de busca, de audição, de pesquisa, trava possibilidades. Preconceitos e incompreensões sonoras e musicais se dão pela falta de audácia, audição e crítica de parte do público. O tempo passa e algumas pessoas criam raiz. Pessoas sedentas pelo ‘cover’. Pessoas estacionadas, que saem de casa para ouvir o que ouvem em casa (ou dizem que ouvem). Pessoas que fecham os ouvidos e mentes para o novo, ou para o que existe além dos clichês, do óbvio. Alguns até reclamaram o repertório de Led, que poderia ter sido outro, mais conhecido. Os mesmos que não entendem uma música um pouco mais intensa, pessoal, menos midiática ou de sucesso. Só caem nos clichês e em terreno seguro, ou seja, naquilo que conhecem. Seus ouvidos são domesticados, assim com suas mentes. Tenho pena e um pouco de repulsa a essa gente. Ainda bem que isso não pega, senão seria um problema. Falam mal daquilo que nem pararam para ouvir. O desconhecido às vezes assusta, amedronta. Mas só aos covardes. Posturas e pensamentos provincianos. Parte significativa do público fanático pelo cover ou pelo que já é conhecido, geralmente tem essa característica. Quando invadem um local, parece que contamina, como um vírus. E infelizmente, Xapecó tem muito disso. Se valoriza mais o sucesso, aquilo que já vendeu e vende. Ninguém está tirando o mérito de uma mega, hiper banda como o Zeppelin, ou de bandas boas como é o caso da Sérappis, mas, existem milhares de boas bandas no cenário do rock local, nacional e mundial. Bandas que também fazem os ditos covers, mas além disso, releituras, versões diferenciadas das oficiais, e muito além: composições próprias. Entre tantas, somos uma dessas bandas. Não fizemos cover, sim versões ou releituras, mas principalmente, compomos e tocamos o que compomos. Como colecionador e pesquisador de rock, tenho acesso a uma infinidade de bandas boas, outras nem tanto. Faz tempo que abri a cabeça para o mundo da busca, me libertando do sedentarismo artístico e cultural. Uma dica aos estacionados: já existe um meio que se chama internet, e que pode ser usado para a pesquisa, para o conhecimento, além do Orkut, facebook e twitter, existem sites e blogs que disponibilizam muita coisa boa para se conhecer e ouvir. Me cansei de ver os mesmos de sempre cantando a mesma coisa com a mesma cara de quem não se move e pasta, gerando lucros para alguém e enchendo o saco de outros. Enfim. O mundo gira... mas parece, que só para alguns.


*Obs.: Para shows, conforme o evento e a proposta, continuamos em atividade, é só entrar em contato. Obrigado!

Para os que nos apóiam e gostam da banda; para os amigos e fãs, obrigado e um grande abraço da Epopeia! Vocês são parte fundamental da nossa História e da História do rock autoral e independente de Xapecó.

Hasta mas!!



Herman G. Silvani



domingo, novembro 28, 2010

Morrison Rock’n Blues Bar apresenta:


 
EPOPEIA

&

SÉRAPPIS
(tributo Led Zeppelin)

* Sexta, 03/12
* A partir das 23h:30min

‘Venham participar de uma noite com ‘canções próprias’ & ‘releituras garage-psicodélicas’ da banda Epopeia e um tributo ao Zeppelin com a banda Sérappis’.



terça-feira, novembro 16, 2010

Entrevero de Rock, segunda edição...

Final de semana (07/11) e mais um domingo de Entrevero de Rock no Morrison Rock’n Blues Bar. Agora, as bandas da vez foram Setmo Selo e Sodoma H.




Setmo Selo


A primeira banda a subir ao palco foi a Setmo Selo, uma banda que já tem certa estrada no rock chapecoense. Acompanho a Setmo Selo praticamente desde seu início e sempre achei interessante suas composições e sua busca por estilo, por voz própria, coisa difícil de se alcançar (as referências, geralmente, dificultam a pessoalidade sonora das bandas), mas no caso de quem luta para ter sua voz (isso inclui, letras, sonoridade, timbres, postura de palco, composição...), a coisa já muda. Posso afirmar que a Setmo Selo é uma dessas bandas, que durante anos buscou seu caminho, sua voz, e hoje, de certo modo, atinge um momento que antes, não passava de uma busca. A banda adquiriu uma sonoridade mais sua, mais peculiar. Coisa que os anos de estrada, tocando juntos, experimentando, ouvindo, estudando, abrindo os horizontes e a cabeça para o mundo da música e dos sons, acontece (mas para quem se dispõe a isso). O que pude ver e ouvir, foi uma banda bem entrosada, com uma cozinha muito bem feita pelo baixista e pelo batera (o Bill tocou demais!). Fazia tempo que não via a banda tocar, e a exemplo de nós (Epopeia), Setmo Selo é uma banda que toca pouco (se compararmos com outras bandas da cidade). Talvez até por ter este aspecto ‘mais próprio de ser’ nas suas músicas, transferem até certa medida, sua sonoridade para os ‘covers’, o que comprova que é uma banda de certo estilo. Fiquei feliz em ver e ouvir uma bela apresentação como foi a do Setmo Selo. Novos arranjos para músicas velhas renovaram a própria banda que deu um salto, e as músicas novas então, muito boas! Não me surpreendi porque conheço a gurizada e sei das suas determinações. A banda fez uma apresentação de rock além da ‘mesmice’ do rock meramente festivo, mostrando seu potencial e suas canções muito bem elaboradas. Beirando o rock progressivo, com certa levada hard e um ‘Q’ de rock contemporâneo, a mudança momentânea de ritmos do instrumental e a quebra de tempos da bateria, além da energia, são destaques para quem pôde prestigiar a apresentação.





Sodoma H.

A segunda e última banda da noite foi a Sodoma H. Banda relativamente recente. Diferente da Setmo Selo que é um quarteto, a Sodoma H. é uma dupla (praticamente uma dupla sertaneja, não fosse a panca dos membros e a fúria poética das suas músicas). Isso mesmo, uma dupla nos moldes do White Stripes (Guitarra/voz e bateria), com a diferença que o batera não é tão sensível nem bonito quanto a Meg White (é claro!), e o vocal um pouco mais nervoso que o Jack (cantando!). A banda levou fãs para o Morrison, praticamente um fã-clube, muito legal! Também acompanho a Sodoma H. faz um certo tempo. Desde as apresentações mais precárias que vi da banda algum tempo atrás, sempre gostei das composições e da voz do Rodrigo (que tem uma potência vocal incomum). Outra banda que admiro e gosto muito de ver e ouvir aqui da cidade. Como a Setmo Selo, a Sodoma H. também é dessas bandas que buscam sua própria sonoridade, sua própria voz, e como a Setmo Selo também, a Sodoma H. chega a isso. Quando faz algum cover, o cover passa a ser uma versão, uma releitura do ‘original’, saltando da imitação que é o cover para algo original que segue o ‘estilo’ ou a sonoridade da banda. Eis aí, o caso do limite (que aparentemente é tocar rock em dupla), mas que se torna uma possibilidade, um diferencial. Se conseguirem, a coisa fica muito boa. E Sodoma H. conseguiu. A dupla tem o que dizer e mostrar, além da velha fórmula do rock and roll classic. Uma banda atual com referências do passado. Ouvindo/vendo a Sodoma H., lembro de algumas boas bandas punks e grunges. Lembro de The Baggios (banda nordestina muito boa que também é uma dupla), Nirvana, White Stripes, Ratos de Porão, BSB.H, algo de metal, algo de indie, de garage e até glam rock. Mas Sodoma H. é tudo isso um pouco - ou nada disso. Letras duras e com certo tom poético e uma pegada punk. Belas composições que saltam da melancolia para a porrada. Ver a dupla no palco é algo obscuro, revigorante e sincero. É na simplicidade que a poesia se manifesta.



Enfim, posso dizer que as duas bandas, desde quando as conheço, evoluíram em amplos sentidos, acertando sonoridades e formas de compor, transmitir seus recados e suas músicas. Destaque para as composições próprias, com certeza! Nisso, respiro mais aliviado, sabendo que, por mais que o rock esteja um pouco apagado por aqui, existem bandas que se atrevem a compor e desafiar o habitual. Parabéns as bandas! O Morrison apostou na idéia e o Entrevero agora está mais vivo do que nunca! As duas primeiras edições na casa foram um sucesso. Esperamos pelo próximo Entrevero, que pelo que sei, será ainda este mês. Daqui um pouco chega a nossa vez, yé!


Adelante el rock!



Herman G. Silvani (Niko)



quinta-feira, outubro 28, 2010

Epopeia no programa ‘loaded e-zine’


*ouçam & curtam & promovam & participem do mundo da produção independente brasileira pela internet, acessando:


*sessão descarrego (blog):


adelante el rock!

quarta-feira, outubro 13, 2010

Entrevero de Rock no Morrison...

Os Bigodes & Dazantigas

O projeto Entrevero do Rock se movimenta e chega até o Morrison Rock’n Blues Bar. Sua primeira noite na casa nova aconteceu no domingo dia 03 de Outubro, depois das eleições. Agora vais ser no primeiro ou segundo domingo de cada mês, a partir das 19h. A primeira banda subiu ao palco lá pelas 20h., mas a festa começou lá pelas 19h e se estendeu até aproximadamente às 23h. Nesta edição, as duas bandas a se entreveirarem foram as chapecoenses ‘Os Bigodes’ e ‘Dazantigas’. Casa cheia e as bandas com todo gás. A primeira banda a subir ao palco foi Os Bigodes. Tocando músicas próprias num estilo que mistura ‘rock gaúcho’ e jovem guarda, além de uma leve passagem pelo mod sessentista, Os Bigodes apresentaram um belo repertório de releituras (versões) e cover’s de bandas que, particularmente, gostamos muito. Entre elas: The Kinks, The Small Faces e Lou Reed. A apresentação foi de muita energia e músicas bem tocadas. Desde a última apresentação que havia visto da banda, ela melhorou muito.

A segunda banda a subir no palco foi a Dazantigas. Banda de certa ‘estrada’ aqui na cidade, que ao exemplo dos Bigodes, tem um pé no ‘rock gaúcho’, algo de jovem guarda e de hard rock setentista. O ‘Daza’, como é chamada por alguns, fez uma apresentação empolgante, na maioria com suas próprias e ‘novas’ músicas. Destaque para o batera que tocou todas as músicas com muita energia e sem vacilar. A banda, como no caso dos Bigodes, também melhorou muito desde a última vez que eu tinha visto. O batera então, nem se fala! A banda ganhou força com a presença do ‘novo’ guitarrista, que trouxe um pouco do estilo ‘hard rock’ para a banda (bases e solos, além de timbres e distorções). Composições novas, mais energia e peso, caracterizam essa nova fase da banda.

Em suma, as duas bandas combinaram no estilo, dando certo ‘ar temático’ para a festa. O som estava bom e as bandas tocaram bem, priorizando, dentro da proposta do Entrevero, as músicas próprias. Pena eu ter esquecido a máquina fotográfica em casa. Agora, façamos força para que o espaço permaneça e o público compareça. A primeira experiência já foi muito boa. Um bom sinal. Já esperamos o próximo Entrevero, que, a princípio, será no início de Novembro. Até lá!

O Entrevero continua!

Herman ou Niko.

segunda-feira, outubro 11, 2010

SWU festival: breves considerações...

The Mars Volta & Rage Againsth the Machine: Rock, Caos e política

No sábado, primeiro dia do Festival SWU - Music + Arts, realizado na Fazenda Maeda, em Itu, interior de São Paulo, tocaram algumas bandas das quais eu e a Liza queríamos muito ver. Já que a grana não deu, assistimos algo pela internet. Los Hermanos, pelo pouco que vimos, fez um belo show, onde o público cantou junto várias canções da banda. Almarante brincou com o público e Camelo parece ter se impressionado com a quantia de gente (em torno de 48 mil cabeças, pelas notícias que li em sites). Até parecia que era mais. Depois vimos a banda que mais queríamos ver, a californiana The Mars Volta. Conheci Mars Volta, justamente, pela televisão quando tocou no Tim Festival, anos atrás, e me apaixonei de cara. Gosto muito de psicodelia, garage e afins, e a banda traz isso no seu som. Algo de jazz, King Crimson, Floyd, Electric Prunes, MC5. Li em blogs, sites e afins, comentários negativos da apresentação do Mars Volta (muitos outros positivos, é claro!). Alguns diziam que havia sido um show chato e ‘estranho’. Mas o que é ser estranho? É claro, para quem não conhece bem a banda ou não gosta de psicodelia ou garageira, as críticas são óbvias. Mas o que eu pude ver pela net foi um baita show! Mais tranqüilo do que os outros que já vi, porém com a mesma intensidade. O Mars Volta é uma dessas bandas que não tem nada de óbvio, previsível e repetitivo. Cada show é um novo acontecimento, o inusitado. Quem esperava uma banda com uma lógica matemática, rifes e refrões melodiosos para cantar junto ou o vocal gritando ‘sai do chão!’, deve ter se frustrado mesmo! A banda veio com um baterista novo (pelo menos para mim), muito bom por sinal (Mars Volta sempre com ótimos bateristas), e a banda menor, sem o outro tecladista ‘negão’ (figuraça! - uma pena!), e sem o saxofonista. A banda iniciou o show quebrando o clima mais ‘comportado’, mandando sua forte energia pelos amplificadores, e o público pulando junto com o psico-garage da banda. Depois terminou o show com uma leveza típica de bandas progressivas como Pink Floyd, com efeitos e divagações sonoras. Omar Rodriguez (guitarrista) e Cedric (vocal), os personagens centrais do Mars Volta, dispensaram as palavras ditas, dando o recado com a música e suas posturas desconcertantes e sua sonoridade dissonante - e com certa elegância visual ‘meio torta’. Muito bom! Como queríamos ter visto isso ao vivo!




O ponto máximo da noite (pelo menos era essa expectativa), o que, de certa forma aconteceu, pelo menos para os maiores fãs, foi a apresentação do Rage Against the Machine. Rage tocou pela primeira vez no Brasil e na América Latina, e mesmo com seus componentes mais velhos, mostrou toda sua potência sonora e de palco. Um showzão! Clássicos da banda fizeram o público pular, gritar e fazer o chão tremer. Zack de la Rocha, o vocal, chegou a mandar uma música para ‘os irmãos do MST’ (palavras suas!). Banda de certa convicção e posição política como sempre foi, Rage é mais do que um mero produto da industria fonográfica por isso! Posições políticas, assim como posturas, se conquistam e se constroem, com propostas artísticas, visuais e sonoras, também! Já sabia que esses dois grandes shows da primeira noite sacudiriam o Brasil! Mars Volta & Rage, que dobrada! Queria ver ainda Cidadão Instigado, Teatro Mágico (que já vi ao vivo), Os Mutantes, Pixies e Queens of the Stone Age. Regina Spektor e  Joss Stone também me interessam. Até verei, mas só pela internet mesmo. Não é a mesma coisa, eu sei. Mas ainda bem que existe a tecnologia para isso, ufa!



* texto: Herman G. Silvani (Niko)

domingo, setembro 19, 2010

Epopeia & Rick Boy Slim no Morrison...


Sábado, ‘11 de Setembro’. Aniversário de 9 anos do trágico-espetacular ataque as torres gêmeas nos EUA. Festa da Expo-Tattoo (exposição de tattoos que ocorreu no Centro de Eventos durante o dia). Morrison Rock Blues bar, hoje o grande espaço do rock e blues na  cidade. Espaço aconchegante, cheio de estilo. Fazia tempo que não via tantas bandas boas tocar diretamente num mesmo lugar. A maioria blues. Nesta noite, fomos indicados e contratados pela casa para tocar no evento de tattoo e dividir o palco com o Rick e sua banda. Já havia visto duas vezes o cara tocar. E como toca! Foi muito legal dividir o palco e o conhecimento com esses caras, que são músicos ‘profissionais’ já faz anos. Jantamos juntos e foi então que podemos dialogar sobre pedais de efeitos, guitarras e timbres, além de música e outros assuntos mais alheios. Os caras são muito simples e divertidos. Tocamos um repertório misto, com algumas releituras, versões de bandas que gostamos de ouvir e tocar como Grand Funk, The Spencer Daves Group (do grande vocal Steve Merriot: Blind Faith e Traffic), Mutantes, Patrulha do Espaço, The Kinks, T-Rex (já que a proposta do bar é diversão), entre outros, e composições próprias. Para nosso deleite, fomos mais aplaudidos pelas composições próprias do que pelas releituras. Isso incentiva e dignifica qualquer banda que luta com suas próprias músicas. Rick Boy Slim e sua banda tocaram por sua vez, além de clássicos do blues, também bandas como The Cream, Jimi Hendrix Experience e Steve Ray Voughan. No final rolou ainda Jam com as duas bandas. Casa cheia, o rock e o blues fizeram da noite uma grande festa que começou lá pelas 22:30h do sábado e só terminou às 5h da manhã do domingo com um grande público ainda presente. Este ano tocamos pouco, mas esta foi, junto com o concerto no teatro do SESC, a nossa melhor apresentação. Enfim... não há fim.

A Epopeia continua...

Herman G. Silvani (Niko)








• Teatro também é lugar de rock!


Isso tudo só comprova que, por mais que alguns chatos ainda cismem e teimem em dizer que teatro não é lugar pra rock e/ou música elétrica, as apresentações de rock estão comprovando o contrário. Lotam! E o som, mesmo mais alto e elétrico, fica muito bom (Quando a banda é boa e sabe o que está fazendo, não tem erro!). Na maioria das vezes tem dado mais público nas apresentações de rock do que nas acústicas e/ou clássicas. No início do ano com a banda xapecoense Ultraleve, lotou! Depois, nós, Epopeia, lotou! Outros concertos de rock aconteceram durante o ano e a maioria deu casa cheia, como foi o caso desses últimos três. O rock parecia estar quase aniquilado por aqui, mas não. Talvez só tenha migrado das casas de shows que priorizam hoje o sertanejo universitário, para as salas de teatro e auditórios da cidade. Mas isso tudo não é novidade. Historicamente, no Brasil e fora dele, bandas de rock tocavam e tocam em teatros. No Brasil, por exemplo, na década de 1970, era comum bandas do rock progressivo tocarem em teatros. Por mais que ainda existam pessoas que subestimem o potencial do rock enquanto um produto cultural de certo nível artístico, os próprios fatos afirmam que o rock é tiro certeiro. Nisso, o rock continua vivo e se mostra um potencial.
Quando os modismos terminarem ou diminuírem, quem vai prosseguir deixando a cultura musical pop de pé, é o rock, certamente. Let’s rock!

O Projeto Unocultural apresentou:

Cassim & Barbária

Terça-feira, ‘7 de Setembro’, feriado. Dormi até ao meio dia aproximadamente. Não sou dado a desfiles cívicos, ainda mais quando é de manhã bem cedo. Geralmente durmo tarde, muito tarde, aí compenso dormindo de dia quando posso. Fiquei sabendo uns 4 dias antes do show. Foi no SESC. Depois da grande apresentação do Júpiter Maça pelo projeto Unocultural, foi a vez da banda de Florianópolis Cassim & Barbária. Já havia ouvido a banda, mas de leve. Uns dois dias antes me empenhei e vi vídeos e ouvi mais músicas. Gostei da banda. Mas nada melhor do que ver ao vivo. Logo na chegada ao SESC, um figura que não era estranho me cumprimentou. Sabia que conhecia, mas não lembrava de onde. Tratava-se do Xuxu, ex- guitarrista da banda Pipodélica. Conheci o figura faz um tempão, quanto a Pipodélica veio tocar aqui, no tempo da Cristal Beer, junto com Los Hermanos se não me engano. Depois do show conversando com ele lembrei que havíamos conversado na época. Sem dúvida alguma, um dos grandes shows que presenciei no ano todo aqui em Xapecó. Loucura! Sou suspeito em falar, pois sou doente por efeitos de pedais e sintetizadores e timbres de guitarras. Foi um grande show. Belas composições tocadas e cantadas. Muito bem tocadas e muito bem cantadas. Um coro de voz criativo. Efeitos e imagens propagadas no palco. Bateria, percussão, equipamentos eletrônicos, sintetizações, três guitarras e três vocais. Tudo muito bem composto, pensado. Improviso e detalhes programados. Psicodelia contemporânea. A banda que foi fazer uma turnê pelos EUA e Canadá, fez espetáculo no teatro do SESC, lotado.



Crédito das fotos: Yusanã Mignoni



Pata de Elefante

Terça-feira, 14 de setembro. Dia ‘útil’ de semana. Chegamos ao SESC era aproximadamente 18:15h, pegar os ingressos para ver a Pata de Elefante. Havia falado com o Roberto dias antes por telefone, e ele me pediu sobre o Pata. Sabia que é uma banda bem rodada no meio independente, na internet e tudo mais. Uma das grandes bandas instrumentais do rock brasileiro. Rock no sentido mais visceral da palavra. O SESC seria pequeno. E foi. Tanto que tiveram que fazer duas seções, lotadas as duas. Havia convidado amigos de outra cidade que curtem muito a banda e quando me disseram que não havia mais ingresso, não consegui disfarçar, fiquei um tanto irritado. Sabendo que já tinha esgotado os ingressos, pedi que a Liza ligasse imediatamente para eles. Já estavam na estrada. Putz, não poderia deixar pessoas de mais longe perderem a viagem. Mas tudo se resolveu, ainda bem! Já havíamos, eu e a Liza visto a banda por três vezes. A primeira foi em Passo Fundo, RS, no festival Armênios on fire, anos atrás. Depois vimos ainda por duas vezes em duas edições do Psicodália. E todas as três vezes, o Pata proporcionou belos espetáculos. Desta vez em Xapecó, não foi diferente. Rock instrumental de primeira! Simplicidade e complexidade, diálogos sonoros e musicais. Timbres valvulados. Um legítimo Power trio. Baixo e bateria casados, formando uma cozinha das melhores. Guitarra solando com técnicas e feeling característicos do bom e velho rock. Quando o baixista e guitarrista trocaram de instrumentos o show mudou, mas continuou. Grandes composições, riffs, solos, melodias. A guitarra cantava. Um dos grandes shows do ano por aqui também. Mais uma vez um tiro certeiro do projeto Unocultural seus idealizadores e propagadores. Um grande espetáculo que já anuncia no subconsciente: Qual será o próximo?!

Herman G. Silvani (Niko)



Crédito das fotos: Liza & Niko

terça-feira, agosto 24, 2010

Júpiter Maça (Apple) em Xapecó

Parte 1

Noite do dia 21 de agosto. Chegamos à casa de show/bar Premier por volta da meia noite. Esperamos a caravana de Xanxerê com os 20 ingressos que vendemos. O show não demorou muito para começar e passou tão rápido!! Significa que foi bom. Muito bom! Dá ultima vez que havia visto/ouvido o Júpiter tocar por aqui, confesso, não gostei. Foi em um evento/acampamento de rock na Estância das Águas. Fazem alguns anos já. Tocaram outras bandas numa espécie de festival. Entre elas a Identidade, que na época, se não me engano, acompanhou o Júpiter no show. A banda tocou muito bem e tal, mas o Júpiter não estava bem. Já havia visto o Júpiter tocar outras vezes, no tempo da ‘Sétima Efervescência’ ainda. Uma vez foi no antigo Guará (hoje sede do CRC), em meados dos anos de 1990. Um belo show! Depois, vi no ginásio do SESC, também um bom show, só lembro-me do som estar ruim. Ressonava demais pelo fato de ser num ginásio. Depois, sei que ele tocou ainda duas vezes por aqui. Uma na República CRC, casa de shows onde ainda hoje é o CRC. Neste não pude entrar, mas estava lá fora e ouvi os efeitos dos sintetizadores de um cara que acompanhava o Júpiter, e que mais tarde, iria conhecer pessoalmente e fazer parcerias. Falo do Astronauta Pingüim. Já tocamos e bolamos eventos juntos, duas vezes aqui em Chapecó e uma em Concórdia. O Pingüim é um figura, pessoa simples e muito criativa. Inclusive, das vezes que veio tocar na cidade ficou aqui em casa e conversamos até esgotar os assuntos (como se isso fosse possível!). E sábado (21 de agosto) o Pingüim fazia ecoar outra vez seu moog por aqui. Foi um grande show. Novas e velhas canções deste que é um referencial no rock do sul do país, o Júpiter Maça. Rock-eletro-rock, para curtir, viajar e dançar. É um pouco chato, porém inevitável as comparações, mas este show me lembrou algumas bandas contemporâneas de que gosto, como o Franz Ferdinand e o Interpol. Foi uma noite muito divertida. Ouvia TNT e Cascaveletes no início da minha história com o maldito rock & roll. Sempre gostei de algumas músicas, inclusive duas que o Júpiter tocou no show em versões contemporâneas: ‘Morte por tesão’ e ‘Identidade zero’. Era muito fã de psicobilly e rockabilly (e ainda gosto!), e essas duas canções marcaram estes estilos no sul do país. Outros clássicos do Júpiter foram tocados em versões inusitadas e muito boas por sinal. Casa cheia, som bom e um baita show!

Parte 2

Noite do dia 23 de agosto. O projeto Unocultural funcionando com todo o vapor. Um público legal e o show começa, lá pelas 19h45min. Desta vez, Júpiter sentado e sem o baixo, acompanhado da bateria e dos teclados psicodélicos do Pingüim. Algo menos dançante, aliás, muito mais introspectivo. Já na primeira música senti o clima e a sonoridade a la Velvet Underground do começo, uma das bandas que mais gosto e para o meu deleite, o show inteiro teve esta atmosfera. Como disse o próprio Júpiter no palco - o formato ficou interessante, trouxe a tona uma obscuridade que fica nas entrelinhas das músicas. Depois, nos bastidores, numa rápida conversa com o Júpiter e o Pingüim, o Júpiter disse num tom de bom humor que o show no Premier foi a versão pop e este segundo, cult. Agora fica difícil dizer de qual eu mais gostei. Os dois foram muito bons! Bem diferentes, mas ambos bons. Nesta segunda apresentação, os teclados do Pingüim tiveram mais espaço e houve momentos de muita experimentação. Psicodelia e obscuridade, elementos que eu gosto muito, pessoalmente.

Enfim, parabéns ao projeto, que já trouxe a Xapecó figuras como Nei Lisboa e Jorge Mautner, ao Roberto Panarotto (importante agitador cultural da cidade), ao público que participou valendo, ao Júpiter e ao caro amigo Pingüim, que proporcionaram ao público e fãs, duas noites brilhantes de muita música, diversão e experiências sonoras.

Herman G. Silvani (Niko)


Júpiter Maçã, Liza & Astronauta Pinguim
Júpiter Maça, Liza & Niko