quarta-feira, dezembro 08, 2010

Epopeia em férias (?)

Epopeia & Tributo a Led Zeppelin com a banda Sérappis (POA)


Normalmente quando tocamos, o público comparece. Na sexta 03/12 no Morrison, com um motivo a mais, a presença da banda Sérappis de Porto Alegre, fazendo um tributo a Led Zeppelin. Casa cheia novamente. Não vou me estender falando dos shows aqui. Ambos foram bons (pelo menos recebemos aplausos e saudações pela apresentação). Já que Sérappis fez um tributo onde tocou exclusivamente Zeppelin, resolvemos tocar 80% de repertório próprio. Músicas novas, outras nem tanto e uma inédita. Algumas pessoas compareceram para nos prestigiar, outras, ao Led (digo, Led não, Sérappis que tocou Led) – será que se fossem composições próprias o público Lediniano compareceria? Pelos aplausos, deu meio a meio. Rachamos o público (ou juntamos). Nos damos bem com a galera da banda. Pessoal legal e simpático. Inclusive, foram eles que entraram em contato nos convidando para tocar juntos. Nessas parcerias sempre se trocam informações e experiências. Possivelmente, nossa última apresentação neste ano por aqui. E possivelmente a última para dos 3 meses que virão (ao menos que surja um convite com uma boa proposta para tocarmos). A Eliz (vocal), foi passar a temporada no litoral, a trabalho. Aí resolvemos tirar umas ‘férias prolongadas’ com a banda. Talvez surja algo por lá para tocarmos, pois aqui, tá feio! Tocamos um pouco tristes ainda, pela perda da Lua, uma das nossas caninas, companheira de todo dia. Não resistiu a uma infecção no útero, e antes mesmo de subir na mesa cirúrgica, morreu. Na festa, pessoas ilustres, como fãs e amigos locais e de cidades vizinhas (Guto - (poooooooodre!!) e Tiago que normalmente comparecem aos shows da Epopeia, além da gurizada da banda Marujo Cogumelo de Xanxerê. Até aí, estava tudo muito bem. Odeio que me pressionem para tocar. Tipo, acelerando o processo. Dentro do combinado iniciamos a apresentação. Em uns 45 minutos, a casa pediu para darmos um tempo, não sei por que. Então paramos de tocar por alguns minutos. Logo, vieram dizer para continuarmos e encerrarmos logo. Ainda se o público estivesse indo embora, tudo bem, mas não, a casa continuava cheia. Muitos dos que foram, foram pra nos ver (Led, ao contrário do que muitos pensam, não agrada a todos), pois conhecemos, e não poderiam receber tão pouco de nós (é uma questão ética de quem toca e respeita seu público). A prova, é que pessoas foram embora logo depois da nossa apresentação. Novamente, não terminamos o repertório, deixando de fora duas ou três músicas. Apesar de tudo, a apresentação foi boa. Tocamos meio pressionados não sei por que nem por quem, mas...




O mundo gira... mas só para alguns!

Parte do público foi ver/ouvir clássicos do Led Zeppelin. Até aí, nada contra. Já fui mais ‘ouvidor’ de Led e do hard rock setentista. Mas é incrível como algumas pessoas não mudam. Sempre Led, Purple, Creedance, Doors, Janis, etc. (bandas muito boas, mas a questão é outra). Além destas, existem inúmeras tão boas quanto. É a cabeça de algumas pessoas que não muda mesmo. A falta de conhecimento, de vontade de busca, de audição, de pesquisa, trava possibilidades. Preconceitos e incompreensões sonoras e musicais se dão pela falta de audácia, audição e crítica de parte do público. O tempo passa e algumas pessoas criam raiz. Pessoas sedentas pelo ‘cover’. Pessoas estacionadas, que saem de casa para ouvir o que ouvem em casa (ou dizem que ouvem). Pessoas que fecham os ouvidos e mentes para o novo, ou para o que existe além dos clichês, do óbvio. Alguns até reclamaram o repertório de Led, que poderia ter sido outro, mais conhecido. Os mesmos que não entendem uma música um pouco mais intensa, pessoal, menos midiática ou de sucesso. Só caem nos clichês e em terreno seguro, ou seja, naquilo que conhecem. Seus ouvidos são domesticados, assim com suas mentes. Tenho pena e um pouco de repulsa a essa gente. Ainda bem que isso não pega, senão seria um problema. Falam mal daquilo que nem pararam para ouvir. O desconhecido às vezes assusta, amedronta. Mas só aos covardes. Posturas e pensamentos provincianos. Parte significativa do público fanático pelo cover ou pelo que já é conhecido, geralmente tem essa característica. Quando invadem um local, parece que contamina, como um vírus. E infelizmente, Xapecó tem muito disso. Se valoriza mais o sucesso, aquilo que já vendeu e vende. Ninguém está tirando o mérito de uma mega, hiper banda como o Zeppelin, ou de bandas boas como é o caso da Sérappis, mas, existem milhares de boas bandas no cenário do rock local, nacional e mundial. Bandas que também fazem os ditos covers, mas além disso, releituras, versões diferenciadas das oficiais, e muito além: composições próprias. Entre tantas, somos uma dessas bandas. Não fizemos cover, sim versões ou releituras, mas principalmente, compomos e tocamos o que compomos. Como colecionador e pesquisador de rock, tenho acesso a uma infinidade de bandas boas, outras nem tanto. Faz tempo que abri a cabeça para o mundo da busca, me libertando do sedentarismo artístico e cultural. Uma dica aos estacionados: já existe um meio que se chama internet, e que pode ser usado para a pesquisa, para o conhecimento, além do Orkut, facebook e twitter, existem sites e blogs que disponibilizam muita coisa boa para se conhecer e ouvir. Me cansei de ver os mesmos de sempre cantando a mesma coisa com a mesma cara de quem não se move e pasta, gerando lucros para alguém e enchendo o saco de outros. Enfim. O mundo gira... mas parece, que só para alguns.


*Obs.: Para shows, conforme o evento e a proposta, continuamos em atividade, é só entrar em contato. Obrigado!

Para os que nos apóiam e gostam da banda; para os amigos e fãs, obrigado e um grande abraço da Epopeia! Vocês são parte fundamental da nossa História e da História do rock autoral e independente de Xapecó.

Hasta mas!!



Herman G. Silvani



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