terça-feira, dezembro 15, 2009

Listas, eleições e outras tentativas...

Em minhas navegações quase cotidianas pelo oceano virtual - que é a internéte, encontrei em alguns sites, blogs e outros endereços virtuais - uns ditos ‘especializados’ outros nem tanto e outros ainda, nada especializados (e isso pouco interessa), encontrei mais uma lista ou eleição dessas que o dito universo pop-alternativo-underground-independente adora fazer, talvez para ter o que falar ou para legitimar alguma ‘verdade’, interesse, gosto, opinião popular, ou sei lá o quê. Algumas revistas são peritas no assunto listas. Sites e blogs? Um pouco.  Basta os leitores acreditarem ou não. Eu, quase nunca acredito. No mínimo, desconfio. Se bem que concordo com alguns aspectos dessas listas. Mas só alguns. A última dessas listas (uma das que encontrei entre tantas), está no site ‘Senhor F’, e coroa Los Hermanos como melhor banda/disco da década. Antes de tudo e mais nada, para não deixar nenhum fiel da banda revoltado, quero dizer - e já estou dizendo, gosto de alguns discos de Los Hermanos, e dentro do que se tem por qualidade (n’uma concepção, atual-idustrial), eles gravaram belos discos, e etc. (não é a opinião de ouvinte, mas de produtor-pesquisador-ouvinte, ou pseudo tudo isso). O fato, é que essas listas são feitas segundo o gosto pessoal de quem elege, além da importância (relativa, diga-se de passagem), da ‘obra’, como bem exposto no site em questão:

Como sempre explicamos, a nossa lista é resultado daquilo que ouvimos, ou tivemos condições de ouvir, ao longo dessa década, sem qualquer pretensão de ser absoluta. Mais do que nunca, mesmo com a internet, é impossível arrogar-se a pretensão de ser abrangente o suficiente para tratar qualquer lista como definitiva.

 Eu bem poderia dizer: ‘O Bloco do Eu Sozinho’ (disco de Los Hermanos que encabeça a lista), só é o melhor da década para quem não ouviu um disco chamado ‘Chronophagia’ da banda Patrulha do Espaço, e assim por diante (levando em conta, a ‘qualidade’ e mixagem, timbres, musicalidade, letra, estética sonora, proposta e ‘contemporaneidade’). Talvez Los Hermanos e seu disco estejam entre os melhores. O que é diferente. Aí, até acredito que sim. Assim consta no site Senhor F: ‘O Bloco do Eu Sozinho, dos cariocas Los Hermanos, é unanimidade, pela qualidade musical e poética, assim como pela postura de rompimento com o esquema formal da indústria e a defesa da arte e da criação antes de tudo.’ Isso sim, se pensarmos da indústria para fora. Mas acontece que o lado B, o alternativo ou independente, sempre estiveram por aí, dando suas voltas. O Mopho (2º da lista), é um exemplo disso, assim como a Patrulha. Muitos devem estar pensando que estou sendo chato. Talvez. Mas isso é ‘normal’ (ou pelo menos deveria ser), no universo independente da comunicação independente, inserido no mundo contemporâneo que se preza democrático. Além do mais também tenho meu espaço virtual e existencial, sou, dentro disso, pior ou melhor ou igual aos ‘entendidos’, e ‘artistas’ deste meio: um entusiasta estudioso do rock, dos discos, das bandas, etc. e tal. Também ouço, escrevo, pesquiso, toco, etc. Enfim. Nisso, também estou ‘autorizado’ a dizer o que digo. Importância histórica, claro! Como historiador, compreendo um pouco disso. Mas devo me posicionar: importante para que e para quem? Eis... O disco da Cachorro Grande, que é o 7º da lista, tem lá sua importância, certo, assim como na história do rock dito gaúcho, outras bandas e discos tem: Liverpool, Bixo da Seda, Cascaveletes, Os Replicantes, Graforréia, Júpiter Maça, etc. De tempo e tempo, bandas destacam-se na cena independente, por inúmeros fatores. Várias bandas dessa lista eu anularia e incluiria outras (ainda bem que a chatice da Malu Magalhães não está inclusa – Ah, mas tem o Vangart?! Este, até passa!), mas como a lista não é minha... Aliás, tenho uma, mas é só minha. No fundo, acho que não tenho essa capacidade de listar. Talvez seja divertido isso, mas acho mais divertido ainda escrever algo em torno disso (como estou fazendo agora). Volta e meia, posto algumas bandas e discos que considero fundamentais, sempre tendo em vista sair um pouco dos ‘lugares comuns’ – além do muro. Pois tudo o que se torna unanimidade já passa a pertencer a um sistema de ‘senso comum’ (e dentro da cena alternativa existem cenas e cenas). Escrevo tudo isso, só para dizer que as comparações e eleições listadas, são sempre vagas. Algo pode ser sempre melhor, depende de quem assim considerar. Cada ouvido ouve de uma forma e cada espírito se integra de sua forma na proposta da banda, etc. Los Hermanos fez um disco marco, ou no mínimo memorável, dos melhores da década (contando com o contexto em que está inserido)? Sim, pode ser. Mas o disco da Patrulha (Chronophagia)? Se não estiver além, no mínimo, está ao lado, neste caso. Sendo ou não unânime (aí se leva em conta a estética sonora-musical - qual linguagem é mais aproximada da eleita pela indústria da cultura), que, querendo ou não, influencia de alguma forma o universo independente. Se tudo isso é muito relevante, e creio que seja, ao tempo em que Los Hermanos tem um disco de ‘postura de rompimento com o esquema formal da indústria e a defesa da arte e da criação antes de tudo’, posso dizer o mesmo do Chronophagia da Patrulha. Ou não? O que pesa é o fato do gosto pessoal ou da ‘unanimidade’ em ralação ao que se tem por ‘melhor’ ou ‘pior’? Para que e pra quem? O ‘disco preto’ de 1980 da Patrulha, por exemplo, inaugura uma década, e segundo o site do Júnior (baterista, que mantém a banda até hoje), este foi o primeiro disco independente de rock no Brasil. Sendo assim, é fato: um dos discos mais importantes dos anos 80, assim como o de Los Hermanos, da Patrulha e do Mopho pode ser para os anos 2000. Pessoalmente,  musicalmente falando, gosto mais do Mopho do que de Los Hermanos). Enfim... escrevo tudo isso, talvez, só para ter o que dizer, ou para contrariar um pouco a própria ‘verdade’ da cena que a própria banda da qual faço parte faz parte. Muito confuso? O tanto quanto poderia não ser. Não faço listas, apenas indico algumas audições... Ah! a Repolho, conterrânea, uma das mais significativas/expressivas bandas da região (e porque não do sul), está na 18ª posição da lista Senhor F. Ufa! Uma do ‘Velho Oeste’! Para comprovar que de facto, não estamos totalmente liquidados...

Sites/blogs pesquisados:


 * Obs.: três espaços propagadores da cultura rock, confiram!








'ma non von me briga!'  'roquero bão vai pro céu'!


quinta-feira, dezembro 10, 2009

Hoje percebi.. que venho me apegando as coisas...



* Em 2004, quando Arnaldo Baptista lançou seu disco ‘Let It Bed’, escrevi para ele, nada demais, um bate papo ‘virtual’, e ele, adivinhem... respondeu. E hoje, passados 5 anos, assisti (assistimos eu e a Liza), finalmente, o documentário ‘Loki – Arnaldo Baptista’ dirigido por Paulo Henrique Fontenelle. O Jakson (Joio & Trigo – e que já foi tecladista da Epopeia), gravou no Canal Brasil, o canal que o produziu. O documentário foi feito para a TV, mas devido a sua importância histórico-cultural, foi até o cinema e mais, até os festivais de cinema, sendo premiado em muitos deles. Além da cinebiografia do gênio, ele retrata parte significativa da história dos Mutantes e do Arnaldo, suas bandas, paixões... sua vida, antes e depois da ‘queda-acidente-decolagem’ do 3º ou 4º andar de um hospital. Particularmente, como admirador da obra de Arnaldo, em vários momentos me emocionei, vendo-ouvindo a história que circunda ‘o mestre’ e suas bandas, das quais duas pelo menos estão entre minhas preferidas no cenário do rock nacional/mundial: Os Mutantes & Patrulha do Espaço. Já havia lido o livro ‘A Divina Comédia dos Mutantes’, de Carlos Calado (e indico), um livro muito bom e que também me emocionou (lendo sobre, e vendo, além de ouvindo Arnaldo, me emociono – uma questão de identificação, sei lá!), além de servir na minha pesquisa-tese de História sobre o rock. Depoimentos de várias personalidades da musica nacional e internacional, como Lobão, Dinho (baterista), Liminha (produtor/baixista), Kokinho (ex-Patrulha, falecido este ano), outro gênio-mestre: Tom Zé, Gilberto Gil, o irmão Sergio, Sean Lennon (o filho de John), entre outros, estão registrados neste documentário. Rita Lee não quis participar novamente, mas pelo menos autorizou o uso de sua imagem. Talvez ela não compreenda sua importância (a dela), e participação nisso tudo, ou a dimensão de tudo para o público que admira os Mutantes e para a história da música, ou talvez ainda esteja magoada com Arnaldo ou com o próprio desfecho dessa história. Talvez ainda, fazer parte disso a traga alguma dor viva que ela prefere deixar p’ra trás. Que seja... Imagens dos Mutantes tocando ‘Domingo no Parque’ com Gil em 1967, de outras fazes, com e sem a Rita, até sem o Arnaldo (fase do disco ‘Tudo foi feito pelo Sol’), e de Arnaldo & Patrulha do Espaço, fase ‘solo’, a volta nos anos 2000, etc., estão registradas nesta preciosidade documental. Tristeza e alegria, sarcasmo e crítica, recheiam este trabalho. E isso não é tudo, apenas uma parte da grandiosidade que é Arnaldo. Tom Zé, em um depoimento deixa isso bem claro. O diretor Fontelle foi muito feliz em fazer este filme, e me deixou mais feliz com isso também, pois acrescenta muito do que eu já conhecia e sentia. Terei hoje, no mínimo, uma noite melhor. E para quem ainda não viu, mas pretende ver, apenas reitero o que já disse antes: Estejam diante de um ‘verdadeiro’ gênio!

# Trailler do documentário: http://www.youtube.com/watch?v=izGLQUGZZMs&feature=related


Paulo H. Fontenelle (diretor) & Arnaldo Baptista






quarta-feira, dezembro 09, 2009

el sonido...

El rock de los adioses

Con las guitarras de Wichi Nogueras
y Ramón Fernández Larrea

Y todos estos hombres que bailan
¿Van a morir? ¡Yeah!
Y los bárbaros que no llegan
Al poema del griego, ¿van a morir? ¡Oh, yeah!
Y el pájaro azul que me despierta
De la horrible pesadilla
En la que chapaleo ¿recubierto de lodo? ¡Yeah, yeah!
¿Y los niños, por Dios,
Los niños que vuelcan el cesto de sus voces
En medio de nuestra estúpida historia?
¡Sí, nena!
Y la luna rasurada y palmoteada con lavanda
Y la muchacha loca como los pájaros
Y los ríos donde la muerte se baña una y tres veces
Y las idiotas mañanitas de Dios
Y todos los poetas los engolados los puros
Los amorosos los solemnes y los piojosos
Todos los arrogantes y soberbios poetas
¿Van a morir? ¡Yeah! ¡Tres veces yeah!

Juan Manuel Roca
(poeta Colombiano)

quarta-feira, dezembro 02, 2009

Continuado sobre as bandas e seus discos além do muro...

em questão: Arnaldo Baptista, os Mutantes & Patrulha do Espaço

(para quem diz e pensa que o melhor do rock no Brasil foi o dos anos 80... duro engano!)

 






* Mutantes é e sempre será uma das bandas mais importantes (senão a mais), do rock nacional. Surgida em meados dos anos 60, pelos irmãos Baptista (Arnaldo e Sérgio) e Rita Lee, os Mutantes mesclavam psicodelia com ritmos brasileiros e latinos, entre outros. A banda uniu-se a tropicália, sendo um dos elementos mais importantes daquele movimento, junto a Tom Zé (responsáveis pela loucura e irreverência). Com instrumentos e equipamentos de efeitos, fabricados por Cláudio Baptista, irmão mais velho dos Baptista, os Mutantes inovaram o rock, sendo precursores do rock psicodélico e progressivo no país. Com discos memoráveis (todos), a banda contou em sua formação (talvez o momento mais expressivo da banda), com Dinho (bateria) e Liminha (baixo), hoje um dos maiores (senão o maior), produtor musical do Brasil. A banda nunca foi tão famosa enquanto estava em seu auge produtivo, mas deixou um legado ao rock nacional e mundial. Uma banda única, como poucas, dona de um estilo inconfundível e rico em possibilidades. Contava com um dos maiores guitarristas já visto e ouvido por estas terras, uma vocal (Rita) de grande personalidade, compositora, criativa, e um gênio-poeta: Arnaldo Baptista (um dos maiores artistas do Brasil). A banda começou a se desestruturar aos poucos, inicialmente com a saída de Rita Lee, depois com a perda irreparável do Arnaldo. Sergio manteve os Mutantes, gravando um disco muito bom (1974), mas sem a mesma genialidade dos anteriores (devido principalmente a falta de Arnaldo). “Tudo foi feito pelo sol” é um disco mais datado, um dos grandes do progressivo nacional, menos psicodélico, um disco mais virtuoso, técnico, menos criativo eu diria, mas que tem grandes momentos. O disco que mais tenho apreço é o “Jardim Elétrico” (1971), talvez por ser o primeiro que ouvi, ainda no início dos anos 90 - um dos discos que me deixaram assim como sou hoje, meio psicodélico (hehe!). A banda voltou nos anos 2000, gravando um dvd a sua altura, com Sérgio, Dinho e o grande Arnaldo da formação ‘clássica’. A banda em 2009 gravou um disco novo (e muito bom, diga-se de passagem), não vou comparar com o passado aqui, pois o momento é outro e o que ficou, ficou... Não pude ver a banda em seu retorno, com o Arnaldo (que era um desejo meu), mas vou poder vê-la na virada do ano (sem Arnaldo, o que me deixa menos empolgado), no Psicodália (festival de rock), que na virada, desta vez, será em Rio Negrinho-SC. Enfim, Mutantes é uma grande banda, uma das mais geniais da história do rock - e da música moderna - inspiração para o mundo dos criativos...

 
   Trio: Arnaldo, Rita e Sergio



                                  Mutantes atualmente



Álbuns de estúdio:

·         Os Mutantes, 1968
·         Mutantes, 1969
·         A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado, 1970
·         Tecnicolor, 1970 (lançado em 2000)
·         Jardim Elétrico, 1971
·         Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets, 1972
·         O A e o Z, 1973 (lançado em 1992)
·         Tudo Foi Feito Pelo Sol, 1974
·         Haih or Amortecedor, 2009 (disco atual)

...não sei se há guerra na próxima sexta, ou é lá no outro canal


 

* Arnaldo Loki Baptista... Se existe um gênio da música/rock no Brasil, estamos falando dele. Depois de sua história conturbada (relação com Rita Lee, ‘queda’ do prédio e tudo mais), e a saída dos Mutantes, Arnaldo gravou um disco sem precedentes. ‘Pura verdade, ousadia, poesia, dor, ironia... ele’. Assim defino esta ‘obra’: ele. Quem ouve sente, vê Arnaldo. Sua respiração, suas dores e alegrias, sua criatividade e genialidade. Um dos grandes discos já feitos no Brasil por um de seus maiores letristas-poetas-artistas (Cazuza e Renato Russo que me perdoem, mas...). Poético e surreal. Intenso e profundo. Capa meio bizarra, é certo, mas isso pouco importa quando se ouve esse disco. Não tenho muito mais o que dizer, só ouvindo pra saber... * O mais recente disco do ‘mestre’, chama-se ‘Let It Bed, de 2004, e comprova por A + B, a genialidade de Arnaldo, anos depois de sua ‘reclusão’, longe dos estúdios e palcos...






Não estou nem aí

Vamos para longe
Vamos pra onde eu vou
Será que é difícil esquecer os males?
Let's to the sunshine
Vamos pra onde eu vou
Será que é difícil esquecer os males?
Ontem me disseram que um dia eu vou morrer
Mas até lá eu não vou me esconder
Porque eu não estou nem aí pra morte
Não estou nem aí pra sorte
Eu quero mais é decolar toda manhã

(...)

 


Discografia:

·         Loki?, 1974
·         Elo Perdido (Arnaldo & Patrulha do Espaço), 1977
·         Faremos uma noitada excelente (Arnaldo & Patrulha do Espaço), 1978 (ao vivo)
·         Singin’Alone, 1982
·         Disco Voador, 1987
Let It Bed, 2004

Nave Ave...



 


* Patrulha do Espaço / Arnaldo & Patrulha... depois dos Mutantes e do disco ‘Loki?’, Arnaldo comanda o show com sua nova banda, a Patrulha do Espaço, lançando o primeiro disco ‘Elo Perdido’, em 1977, um dos ícones e melhores discos do rock brasileiro. Com Arnaldo a frente foram dois belíssimos discos, este primeiro de estúdio e um segundo ao vivo, mostrando o potencial da banda (letras, instrumental, energia...), tudo muito rock. Rock com levadas progressivas e psicodélicas. Garageira, passeando pelo blues e country. Depois desta, que foi a primeira fase da banda, com a saída de Arnaldo, assume o comando da ‘nave azulada’, o grande batera Rolando Castello Júnior. Júnior segue com o rock visceral, e a Patrulha grava grandes discos. O primeiro da fase pós-Arnaldo (o ‘Disco Preto’), conta com Percy Weiss nos vocais (ex-Made in Brazil, que em sua primeira formação também, contava com o próprio Júnior na bateria – Percy e Júnior deram para o Made seu melhor disco, na opinião deste que vos escreve). Este foi, segundo consta no site do Júnior (link abaixo), o primeiro disco independente de rock do Brasil. Percy sai da banda, e a Patrulha continua com algumas mudanças na formação ao longo dos anos, sempre com Júnior a frente, até que nos anos 90, Percy volta para gravar outro grande disco com a Patrulha, principalmente para os amantes do rock mais pesado, o ‘Primus Inter Pares’ de 1994. Com algumas regravações, o disco sai em CD em 2001 com o título de ‘Dossiê vol. 4’. Durante estes anos, a Patrulha lançou 4 Dossiês em CD, um apanhado da carreira da banda. Aí chegamos na fase ‘anos 2000’ da banda, com o disco “Chronophagia” (meu preferido!). Este disco é simplesmente uma obra prima do rock nacional. Não devendo nada para o passado nem para o presente. Um Nele se apresenta um rock cheio de energia, boas letras, músicas de fazer tremer. Timbres intensos, vintage, com uma sonoridade contemporânea. Um disco de conceito, onde capa, temas e sonoridade se interam. Esta, que foi senão a melhor, uma das melhores formações da banda, contava com, além do Júnior na batera, Luis Domingues no baixo, Marcelo Schevano na guitarra, flauta, teclados e voz, e Rodrigo Hid na guitarra, teclados e voz. Tive (e tivemos), o prazer de conhecer a banda pessoalmente nesta fase, e fazer uma amizade. Fretamos por duas vezes um ônibus para ver a banda na cidade vizinha de Concórdia, em 2002-2003, se não me engano. As duas vezes, ônibus lotado. E os shows, sem comentários. Da primeira vez a Liza foi convidada ao palco para cantar ‘Ruas da Cidade’, e da segunda fui eu, para cantar ‘Balada do Louco’, do Arnaldo. O Júnior tornou-se um grande amigo (amizade que se estende até os dias atuais), além de referência para nós (roqueiro de corpo e alma).  Depois, em meados de 2004, conseguimos trazer a Patrulha para tocar no Sonora, um evento musical que aconteceu aqui em Chapecó (quando ainda existia eventos como este). Com a mesma formação, a Patrulha gravou ainda outros 3 discos muito bons, sendo o mais recente ao vivo (2007), contando com a presença de Percy nos vocais de duas músicas. Depois de algum tempo, encontramos o Júnior n’um psicodália, o de 2007, com seu projeto “Rolando Rock” (o que daria para ser Patrulha também), e em Fevereiro deste ano, encontramos o Marcelo, também no psicodália, onde tocou no Som Nosso de Cada Dia, uma das grandes bandas do rock psico-prog nacional. Atualmente a Patrulha continua com o Júnior, Marcelo e René Seabra no baixo. Esperamos (e vamos nos empenhar), para que em 2010, possamos novamente nos encontrar por aqui, mas desta vez no palco.



                                      

                             Arnaldo & Patrulha (anos 70)


                     Formação Chronophagia, 2000



Tudo.. muito.. ou quase tudo, sobre Júnior e a Patrulha, em:



Patrulha atualmente

Alguns Discos/CD’s (destaco):

·         Elo Perdido (Arnaldo & Patrulha do Espaço), 1977
·         Faremos uma noitada excelente (Arnaldo & Patrulha do Espaço), 1978 (ao vivo)
·         Dossiê Vol. 1, 1997 (discos 1981-82)
·         Dossiê Vo. 4, 2001 (disco 1992 + outras músicas)
·         Chronophagia, 2000
·         ComPacto, 2003
·         Missão na área 13, 2004
·         Capturados ao vivo no CCSP, 2007



sábado, novembro 21, 2009

Grandes bandas e seus discos, além do muro...

* volta e meia, estarei aqui tratando de algumas bandas e suas magníficas obras de arte, seus discos e músicas. nada que sirva para a reprodução, a ‘mesmice’, a perpetuação do rock enquanto música de consumo, datada, no ‘lugar comum’, mas sim, para a infinidade de uma música que se tornou um comportamento e/ou uma forma de ver e sentir o mundo, de viver... bandas que atravessam conceitos e estripam sentidos óbvios. bandas que fazem sofrer a carne, o mercado (além de ser parte dele), e trazem energia, imagens, renovação, atitude, balanço: ‘linguagens’. bandas que de certo modo me inspiram na hora de compor e tocar, e que inspiram a Epopeia e seu ‘olhar para o mundo’. lembrete: as opiniões são pessoais... mas tem seus reflexos.

“bem vindos/as ao mundo das grandes bandas, dos grandes discos... do que há além do muro...”

Herman G. Silvani (Niko)

abajo>acima>bamonos!


* The Mars Volta é uma banda norte-americana (Califórnia), de rock contemporâneo, fundada por Cedric Bixler-Zavala (vocal) e Omar Rodriguez-Lopez (guitarra), em 2001. Com referências no garage rock, rock psicodélico e progressivo, musica latina e jazz fusion, a banda é conhecida pelo seu experimentalismo sonoro-musical,  pelos seus shows enérgicos e vigorosos, com grande improvisação ao vivo, e também pelos seus álbuns conceituais. Os dois primeiros álbuns de estúdio são os meus preferidos, seguidos pelo mais recente (leia-se discografia abaixo), esses três, ‘obras primas’ da discografia do rock mundial. Os demais, também são bons, mas não tanto quanto aos destacados. Uma das bandas mais inovadoras dos últimos tempos, que tem um guitarrista dos que mais gosto também, e uma das maiores presenças de palco do rock. Mars Volta produz um som que exige um desprendimento dos ‘padrões’ sonoro-musicais do ocidente e um certo ‘conhecimento musical’, e está entre as melhores bandas de rock da história - para este que voz escreve.








Álbuns (oficiais), de estúdio:


* De-Loused in the Comatorium, 2003
* Frances the Mute, 2005
* Amputechture, 2006
* The Bedlam in Goliath, 2008
* Octahedron, 2009





* Doctor Deseo é uma banda de Bilbao, Espanha. Seu primeiro disco data de 1987. De lá para cá, foram 11 discos, todos independentes. Elementos cênicos, uma sonoridade ácida e intensa somados a poesia de Francis Diéz (vocal/compositor), dão um estilo impar para a banda. Ouvindo as músicas, encontramos referências no punk rock, garage, na música espanhola tradicional, no eletrônico, no caos urbano... Dono de uma aparência ambígua, Diéz criou um personagem para si, onde através de uma poética e caótica atuação, eleva a música à um clima transgressor, sensual, humano. As letras abortam o desejo, a dor, o sentimento, o sexo, o caos, a energia de estar além... Uma banda que precisa ser ouvida, conhecida, sentida. Nada aqui é gratuito e em tudo tem poesia: nas letras, na sonoridade na estética. Francis Diéz é um dos grandes poetas do rock mundial. E Doctor Deseo, uma banda para quem ouve além do que é convencional. Uma das minhas bandas preferidas também, e um dos discos que mais gosto de ouvir (acima).

Esta noche (esta puta noche)

La oscura cadencia de la sangre,
el laberinto de la memoria,
y el niño que se ahoga
en la sucia charca del tiempo que
rumia sin sentido
la cajita de las ilusiones
y pinta con hiel la sonrisa
retorcida, casi rota.
¡Cuánto ruido corre por la cabeza!
Sordo murmullo que no ha de parar.
En el dial de mis neuronas
no encuentro la frecuencia que
ponga olas de mar
que acaricien la arena,
suave brisa que calme el dolor
de esta noche,
esta puta noche.
Huela el sudor de tu cuerpo
en las noches de mágia
al aroma del sol, tatuado en tu vientre
y me olvide de esta puta noche.
Es tan estrecha la senda
que te arrastra hasta el final del sueño.
Muerde tanto la herencia
de un tiempo olvidado ya.
Paraíso de la paz
inventado para jodernos bien,
ahora y en la hora
de nuestra muerte,
amén señor.

¡Cuánto ruido corre...





Alguns discos:

* Fugitivos del paraíso, 1992
* Gotas de dolor... un charco de olvido, 1995
* Hay cuentos aún por inventar, 1998
* Atrapado en tu silencio... de incertidumbres y caricias, 2000
* Suspira... y conspira, 2002

+ . +




* The Velvet Underground foi (é) uma banda norte-americana de rock experimental, (art-rock, como é conhecida). Seu primeiro disco data de 1967 (mesmo ano do Sargent Papper’s dos Beatles), e é famoso pela capa ‘da banana’, assinada pelo artista plástico mais reverenciado da pop-art: Andy Warhol. A banda contava com nomes de peso como Lou Reed (vocal e guitarra), John Cale (baixo, violino, experimentações), e Nico (vocal), em sua formação inicial. Velvet foi uma banda inovadora (nem mais nem menos do que Beatles), apenas menos valorizada pela grande mídia. A banda, de certo modo, ainda é uma das mais inspiradoras da história do rock. Inspirou nada a mais, nada a menos, do que o garage rock e o punk setentista, respingando no grunge dos anos 90 e até no chamado progressivo e indie rock contemporâneos. Se ouvirmos algumas músicas de bandas como Radiohead e Mars Volta por exemplo, percebemos momentos de semelhanças na sonoridade, com o que Velvet fazia nos anos 60.  Enquanto o rock mais rural e hippie/folk, borbulhava mundo afora, tratando de temas pacíficos e utópicos, Lou Reed e sua turma tratavam de evidenciar um mundo ruidoso, urbano, falando de violência, sexo, drogas e conflitos humanos. Misturando poesia urbana com a sonoridade psicodélica-obscura (uma psicodelia em preto e branco, eu diria), Velvet minou o marasmo que começava a existir no mundo do rock, deixando vestígios caóticos para o que viria pela frente, e hoje, ainda não tão conhecida, a banda está presente, talvez até no inconsciente de muitos compositores de rock por aí, que fazem do som algo mais do que simplesmente ‘ser agradável aos ouvidos’ alheios. O disco destacado (1967, o ‘da banana’), está entre os melhores e mais importantes discos da história do rock, em todos os sentidos.



Alguns albums:

*  The Velvet Underground  and  Nico, 1967

*  White  Light/White Heat, 1968

*  The Velvet Underground (álbum), 1969



terça-feira, novembro 10, 2009

Epopeia ‘on the road’ – 2009





1º Movimento:  (31/10, Curitiba/PR – Basement Pub)

Saímos de Xapecó-city com o ônibus que sairia as 22:20h, com um atraso de uns 20 minutos. Aproximadamente 9 horas de chão e estávamos lá. Viagem cansativa. O bus era bom, mas a estrada... haviam trechos que pareciam estrada de chão. Fomos conversando e ouvindo música boa parte do percurso. Uma cervejinha aqui, uma água ali. Um cochilo aqui, uma gargalhada aqui, e assim foi. Chegamos em Curitiba eram aproximadamente 7:30h, e o Michel (baixo, Tomates), já estava nos esperando. Fomos direto para o ap do Giva (bateria, Tomates e Ruído). Eu, Liza e Eliz ficamos na sala do ap, e lá foi nossa pousada e descanso durante aqueles dias. O Tuba, foi fazer estada no ap do Michel. A cidade é grande, bem traçada, muito bem projetada. O trânsito flui bem, as ruas são largas e os prédios altos. Um pouco fria, no sentido de individualidade. Traço típico de uma cidade de grande porte. No sábado, passamos o dia andando pra lá e pra cá, visitando lojas de som, equipamentos e instrumentos musicais, tomando cerveja e conversando. Giva e Michel sempre nos acompanhando. Além deles, a Jeane, companheira do Giva também nos acompanhava. No final da tarde, fomos no Largo da Ordem, um lugar muito legal, ruas de pedras e ponto turístico/histórico da cidade, onde as tribos e amigos se encontram para beber uma cervejinha e tal. Sentamos na mesa de um bar. Era uma construção que datava de 1937, se não me engano, aliada a todos aqueles prédios históricos, muito bonitos. Uma das coisas que mais me agradam em viagens para cidades maiores, é a arquitetura. Fotografei muitas igrejas, bares e construções deste tipo. Ficamos conversando sobre música, literatura, tribos urbanas, e outros assuntos mais aleatórios. Entre tragos e risos o tempo passou e fomos conhecer o ‘bar do torto’. Um lugar muito simpático, pequeno, e cheio de fotos e quadros do garrincha nas paredes, o motivo do nome do bar. Bebemos mais algumas cervejas ali e experimentamos o famoso salgadinho do bar, que diga-se de passagem, era uma delícia. Depois fomos para o Basement Pub, o local onde tocamos na noite. E que lugar! Um pub muito legal, que fica no porão de uma casa muito antiga. Todo de pedra. Um tanto obscuro eu diria, o quem muito me agrada. Pouca luz e fresquinho em seu interior. Algo que se vê em filmes da idade média. Muito legal mesmo. O local onde tocamos não era grande, cabiam, creio, umas 120 pessoas no máximo. O palco era legal e a acústica também. O som estava muito bom. Passamos o som, e depois ficamos por lá, de bobeira, bebendo, conversando e jogando sinuca. Até chegar a hora do rock acontecer. Os Tomates subiram no palco já era passado das 0:30h., e mandaram ver. Tocaram clássicos da banda e canções novas (muito boas por sinal). A banda mudou um pouco seu estilo e ficou mais contemporânea com isso, adquirindo referências novas, como o indie rock por exemplo, mas sem perder as do passado, do mod e garage rock que já a acompanhavam antes. Tocaram pouco tempo, mas bem tocado, dando seu recado ao público presente. Alguns minutos e subimos ao palco. Nem me liguei que a voltagem lá é outra, e usei meus pedais com as fontes em 220 mesmo, o que enfraqueceu os efeitos, e só fui dar conta disso no final da apresentação (que tolo!). Isso me fez sofrer um pouco, pois a resposta dos pedais não eram as desejadas, os efeitos ficaram mais leves quando precisavam de intensidade. Mas foi, e rolou a psicodelia igual. Mesmo muito cansados da viagem e do dia quente e movimentado, tocamos com gás. Na segunda música eu já estava encharcado de suor. O público era pequeno, porém, interessante, aproximadamente umas 40 pessoas. Diminuímos o repertório (de 15 para 10 músicas), devido o cansaço e ao tempo, já que tinha mais uma banda para tocar. O público, pelos aplausos e gritos no intervalo das músicas, e comentários posteriores, curtiu. Divulgamos alguns CDs e a festa continuou. Curtimos um pouco a última banda, a Planis, que tocava covers e alguma música própria (pelo que ouvi). A banda é boa. Não tenho muito comentários a fazer de bandas cover, nada contra, mas... destaco sim a guitarrista. Uma delas, pois a banda tinha nas guitarras duas meninas. Uma delas tocava muito bem inclusive. Foi o atrativo na banda, pelo menos para mim, que também sou guitarrista. Ficamos por lá, aproveitando o ambiente, tomando umas, conversando com o povo e os amigos do Tomates e suas companheiras. A banda terminou e continuamos por lá mais um tempo. Já eram aproximadamente umas 4h da madrugada, e resolvemos ir embora. Chegamos no Giva, comemos e tomamos um café. As meninas desmaiaram e eu fiquei mais um pouco assistindo televisão. Quando não agüentava mais, liguei um som e também capotei. Acordamos no domingo já eram 12:30h. O Giva foi com a gurizada preparar um churrasco caprichado no prédio do Michel. Banhos tomados, fomos para lá. Começamos a comer e beber lá pelas 13:30h e só paramos perto das 17h. Foi um almoço longo. E que churrasco, bah! Jogamos, rimos, bebemos, comemos e ouvimos música. Depois saímos novamente. Fomos até o ‘museu do olho’, local projetado por Oscar Niemeyer. Que coisa! Visitamos lá e saímos rumo a um bar. Passamos pelo cachorródramo, local onde as pessoas levam seus cães passearem, e quanto cachorro! Muito legal. Ficamos o resto da tarde bebendo umas geladas e conversando, admirando o lugar e as pessoas que ali estavam fazendo seu fim de semana. Tribos e grupos de amigos de vários estilos. Estávamos em casa, no meio da diversidade. O tempo passou e já era hora de ir. Arrumamos as malas, depois passamos num bar comer um lanche e fomos. Nos despedimos do Giva e da Jeane, e o Michel e o Nadal e suas consecutivas companheiras, nos levaram para a rodoviária. Nos despedimos, esperamos alguns minutos e embarcamos. A volta foi mais rápida, devido ao cansaço, dormimos mais. E tudo valeu a pena.

* Fazendo uma comparação, uma análise da viagem, o que sempre faço, percebi que a cidade de Curitiba é bem projetada, porém mais fria e/ou ‘capitalista’ do que Porto Alegre, por exemplo. Talvez pelo fato da cidade justamente ser mais ‘organizada’, limpa e com o comércio muito forte. Porém, seus parques e locais históricos, são bem preservados. Os bares simpáticos e pequenos. A realidade bem diferente daqui. Por lá, me pareceu que o público não se ‘mistura muito’ como aqui, talvez pela variedade de opções. São muitos espaços para o rock, e a grande maioria muito pequenos. Quem é acostumado aqui, com as casas de show grandes, onde cabem de 250 a 600 pessoas, lá são de 40 a 200 cabeças. As tribos são bem distintas. A coisa é mais territorial. Chapecó, talvez por sede de espaços e fazeres culturais, quando acontece algo neste sentido, junta mais gente num mesmo ambiente. Enfim, é um pouco isso.

* a Epopeia continua...

terça-feira, outubro 27, 2009

hasta mas...

EPOPEIA  ‘on the road’ 2009/10

1º Movimento:

* levando consigo o desassossego da música autoral, dentro de uma estética em preto e branco e/ou de cores indefinidas, Epopeia traz em si algo de poético e caótico. carregada de timbres intensos, da energia do garage rock, da fluência psicodélica/progressiva, do embalo soul/funk, Epopeia é uma banda contemporânea de rock contemporâneo que tem um pé no passado e outro no presente. com dois discos (CD’s), gravados, a banda é uma das mais expressivas e atuantes no cenário independente da cidade de Chapecó - Oeste catarinense. nem mocinho nem bandido, mas certamente um dos gatilhos mais rápidos do Velho Oeste, Epopeia tem voz própria e canta o mundo em acordes diletantes e cheios de vida. nem certo nem errado e para além do bem e do mal, Epopeia prossegue, em movimento...

cidade: Curitiba – PR
local: The Basement Pub
evento: Rock Halloween
data: 31/10 (sábado)
horário: 23h


-bandas que compartilharão o momento: Red Tomatoes & Planis.

* “compareçam, tragam seus sorrisos, mentes e corpos para uma noite de rock e variações...”

terça-feira, outubro 06, 2009

Fim de semana cheio de Rock

Como uma espécie de antecipação do 'esboço de meia hora' que serão as apresentações na EFAPI 2009, EPOPEIA & RED TOMATOES, na Sexta (09/10), farão a festa no Hangar... e no Sábado, as mesmas bandas, retornarão ao palco com outra apresentação, mais resumida é certo, mas não menos intensa...

no Hangar:

* a partir das 23:30h, EPOPEIA & RED TOMATOES (leia-se cartaz no post abaixo).

na EFAPI:

* a partir das 15h, no palco 3 (lá em cima, ao lado do Museu), tarde do "ENTREVERO DE ROCK", com várias bandas locais e regionais. O rock vai comer solto...

* a partir das 18h, no palco 2 (lá em baixo, ao lado da ConchAcústica)... bandas: PARANÓIA; THE SULKY; RED TOMATOES; EPOPEIA (19:30h); VARIANTES... nxZero (concha). por aí...

segunda-feira, setembro 07, 2009

FEMIC 2009, próxima empreitada...

Classificamos uma música no Festival da Música e da Integração Catarinense e vamos defende-la nesta Quarta, dia 09/09, a partir das 20h no 14 Bis. Trata-se da canção: “O que penso de mim” (letra e música: Herman G. Silvani, Niko – banda Epopeia). A entrada é franca. Compareçam e torçam por nós. Adelante!



Astronauta libertado...


Astronauta Pinguim

...disco lançado, tempo desConcertado!

é o au-au?
Astronauta Pinguim & Ramiro
Eliz
Astronauta & Epopeia
Tubin & Liza
..seres estrambólicos
desConcerto do tempo


...agora, a nova missão-busca: 'Onde está o som?'

Saímos na sexta a noite dar uma última divulgada no corpo-a-corpo pelas ruas da cidade, eu, Liza e Eliz. Acabamos no bar tomando umas cervejas e conversando com amigos. Já em casa, no cume do sono, as seis da manhã o telefone toca. Astronauta Pingüim chega. Vinha de Curitiba, onde faria uma discotecagem na noite anterior, o que acabou nem rolando, devido ao horário de ônibus e tudo mais. Pegamos o carro e fomos buscar o bicho na rodoviária, ele e seus teclados espaciais. Chegamos em casa, bebemos café e começamos uma longa e interminável conversa. Sobre tudo, tudo mesmo: produção de discos, música, cinema, instrumentos, shows, mídia, internet, etc. Pela fluência do diálogo, até parecia que já nos conhecíamos de longa data. O Pingüim é um cara muito simples, criativo e tem muita consciência. Sabe por onde anda. Isso é importante para alguém que trabalha e vive como ele, entre shows próprios, produções de estúdio, direção de shows, etc. Passamos o dia conversando e rindo muito. Até a chegada do Ramiro, o batera. Depois, as conversas triplicaram e as risadas mais ainda. Que figura! Bem que o Pingüim havia nos alertado. O ‘Rami’ (Ramiro), é um sarro, nada de ‘energia ruim’. O bicho é professor de fotografia e designe na Universidade em Caxias do Sul – RS. Comemos, bebemos e falamos muito. Conheço o bicho de um programa de rádio que ele e alguns ‘comparsas’ tinham em Xanxerê, anos atrás, o ‘Cobreiro’. Um programa muito legal, diga-se de passagem. Nisso, descobri que ele nasceu aqui e morou em Xanxerê, antes de ir para o Rio Grande. Já o Pingüim, é de POA, mas mora, atualmente, em São Paulo. Lembro da vez que ele veio tocar em Xapecó junto com o Júpiter Maça. Não vi o show, mas ouvi o final dele na parte de fora. Foi no antigo República CRC. Só lembro que aqueles sons sintetizados, moog e órgão entraram pelos ouvidos e afetaram minha mente. Depois fui conhecer seu som na internet. No meio da tarde fomos até o Hangar passar o som e organizar as coisas. Feito isso, nós, mais o Roberto Panarotto, fomos comer pizza e depois esticar um pouco as pernas e tomar os devidos banhos. As conversas e risos continuaram. Eu e a Liza testamos nossa resistência e conseguimos ficar 27 horas sem pregar os olhos, antes de tocar. Mas a energia da festa, no palco, superou o cansaço. Tínhamos uma missão, e ela foi completada. Os shows aconteceram, a festa foi grande, o público muito bom. Contrariamos a paranóia da gripe A, e salvamos muitas almas desoladas, pelo menos naquela noite. O experimentalismo, a divagação sonora, a energia criada com tudo, foi distribuída e rodou a pista e o palco do Hangar. Levantamos vôo e o tempo foi desConcertado. Algo ruidoso aconteceu. E continuamos, ‘em mo.vi.men.to...’

sexta-feira, agosto 21, 2009

2009: desConcerto do tempo


(lançamendo do CD 'em mo.vi.men.to')

com:

* EPOPEIA
&
* ASTRONAUTA PINGUIM

...rock, psicodelia, garage, prog, eletro, ciberpunk, minimalismo, surrealismo, dadaísmo, cinema & fotografia: projeções, dança, risos, aromas, tragos & estragos...

dia 05/09 (sábado)
no Hangar
a partir das 23h