terça-feira, dezembro 15, 2009

Listas, eleições e outras tentativas...

Em minhas navegações quase cotidianas pelo oceano virtual - que é a internéte, encontrei em alguns sites, blogs e outros endereços virtuais - uns ditos ‘especializados’ outros nem tanto e outros ainda, nada especializados (e isso pouco interessa), encontrei mais uma lista ou eleição dessas que o dito universo pop-alternativo-underground-independente adora fazer, talvez para ter o que falar ou para legitimar alguma ‘verdade’, interesse, gosto, opinião popular, ou sei lá o quê. Algumas revistas são peritas no assunto listas. Sites e blogs? Um pouco.  Basta os leitores acreditarem ou não. Eu, quase nunca acredito. No mínimo, desconfio. Se bem que concordo com alguns aspectos dessas listas. Mas só alguns. A última dessas listas (uma das que encontrei entre tantas), está no site ‘Senhor F’, e coroa Los Hermanos como melhor banda/disco da década. Antes de tudo e mais nada, para não deixar nenhum fiel da banda revoltado, quero dizer - e já estou dizendo, gosto de alguns discos de Los Hermanos, e dentro do que se tem por qualidade (n’uma concepção, atual-idustrial), eles gravaram belos discos, e etc. (não é a opinião de ouvinte, mas de produtor-pesquisador-ouvinte, ou pseudo tudo isso). O fato, é que essas listas são feitas segundo o gosto pessoal de quem elege, além da importância (relativa, diga-se de passagem), da ‘obra’, como bem exposto no site em questão:

Como sempre explicamos, a nossa lista é resultado daquilo que ouvimos, ou tivemos condições de ouvir, ao longo dessa década, sem qualquer pretensão de ser absoluta. Mais do que nunca, mesmo com a internet, é impossível arrogar-se a pretensão de ser abrangente o suficiente para tratar qualquer lista como definitiva.

 Eu bem poderia dizer: ‘O Bloco do Eu Sozinho’ (disco de Los Hermanos que encabeça a lista), só é o melhor da década para quem não ouviu um disco chamado ‘Chronophagia’ da banda Patrulha do Espaço, e assim por diante (levando em conta, a ‘qualidade’ e mixagem, timbres, musicalidade, letra, estética sonora, proposta e ‘contemporaneidade’). Talvez Los Hermanos e seu disco estejam entre os melhores. O que é diferente. Aí, até acredito que sim. Assim consta no site Senhor F: ‘O Bloco do Eu Sozinho, dos cariocas Los Hermanos, é unanimidade, pela qualidade musical e poética, assim como pela postura de rompimento com o esquema formal da indústria e a defesa da arte e da criação antes de tudo.’ Isso sim, se pensarmos da indústria para fora. Mas acontece que o lado B, o alternativo ou independente, sempre estiveram por aí, dando suas voltas. O Mopho (2º da lista), é um exemplo disso, assim como a Patrulha. Muitos devem estar pensando que estou sendo chato. Talvez. Mas isso é ‘normal’ (ou pelo menos deveria ser), no universo independente da comunicação independente, inserido no mundo contemporâneo que se preza democrático. Além do mais também tenho meu espaço virtual e existencial, sou, dentro disso, pior ou melhor ou igual aos ‘entendidos’, e ‘artistas’ deste meio: um entusiasta estudioso do rock, dos discos, das bandas, etc. e tal. Também ouço, escrevo, pesquiso, toco, etc. Enfim. Nisso, também estou ‘autorizado’ a dizer o que digo. Importância histórica, claro! Como historiador, compreendo um pouco disso. Mas devo me posicionar: importante para que e para quem? Eis... O disco da Cachorro Grande, que é o 7º da lista, tem lá sua importância, certo, assim como na história do rock dito gaúcho, outras bandas e discos tem: Liverpool, Bixo da Seda, Cascaveletes, Os Replicantes, Graforréia, Júpiter Maça, etc. De tempo e tempo, bandas destacam-se na cena independente, por inúmeros fatores. Várias bandas dessa lista eu anularia e incluiria outras (ainda bem que a chatice da Malu Magalhães não está inclusa – Ah, mas tem o Vangart?! Este, até passa!), mas como a lista não é minha... Aliás, tenho uma, mas é só minha. No fundo, acho que não tenho essa capacidade de listar. Talvez seja divertido isso, mas acho mais divertido ainda escrever algo em torno disso (como estou fazendo agora). Volta e meia, posto algumas bandas e discos que considero fundamentais, sempre tendo em vista sair um pouco dos ‘lugares comuns’ – além do muro. Pois tudo o que se torna unanimidade já passa a pertencer a um sistema de ‘senso comum’ (e dentro da cena alternativa existem cenas e cenas). Escrevo tudo isso, só para dizer que as comparações e eleições listadas, são sempre vagas. Algo pode ser sempre melhor, depende de quem assim considerar. Cada ouvido ouve de uma forma e cada espírito se integra de sua forma na proposta da banda, etc. Los Hermanos fez um disco marco, ou no mínimo memorável, dos melhores da década (contando com o contexto em que está inserido)? Sim, pode ser. Mas o disco da Patrulha (Chronophagia)? Se não estiver além, no mínimo, está ao lado, neste caso. Sendo ou não unânime (aí se leva em conta a estética sonora-musical - qual linguagem é mais aproximada da eleita pela indústria da cultura), que, querendo ou não, influencia de alguma forma o universo independente. Se tudo isso é muito relevante, e creio que seja, ao tempo em que Los Hermanos tem um disco de ‘postura de rompimento com o esquema formal da indústria e a defesa da arte e da criação antes de tudo’, posso dizer o mesmo do Chronophagia da Patrulha. Ou não? O que pesa é o fato do gosto pessoal ou da ‘unanimidade’ em ralação ao que se tem por ‘melhor’ ou ‘pior’? Para que e pra quem? O ‘disco preto’ de 1980 da Patrulha, por exemplo, inaugura uma década, e segundo o site do Júnior (baterista, que mantém a banda até hoje), este foi o primeiro disco independente de rock no Brasil. Sendo assim, é fato: um dos discos mais importantes dos anos 80, assim como o de Los Hermanos, da Patrulha e do Mopho pode ser para os anos 2000. Pessoalmente,  musicalmente falando, gosto mais do Mopho do que de Los Hermanos). Enfim... escrevo tudo isso, talvez, só para ter o que dizer, ou para contrariar um pouco a própria ‘verdade’ da cena que a própria banda da qual faço parte faz parte. Muito confuso? O tanto quanto poderia não ser. Não faço listas, apenas indico algumas audições... Ah! a Repolho, conterrânea, uma das mais significativas/expressivas bandas da região (e porque não do sul), está na 18ª posição da lista Senhor F. Ufa! Uma do ‘Velho Oeste’! Para comprovar que de facto, não estamos totalmente liquidados...

Sites/blogs pesquisados:


 * Obs.: três espaços propagadores da cultura rock, confiram!








'ma non von me briga!'  'roquero bão vai pro céu'!


6 comentários:

Anônimo disse...

má óia ali q bonito!

Anônimo disse...

Realmente, quando começou a falar que "podem me achar chato", percebi como tava muito chato e parei de ler.

Anônimo disse...

óooooooooo... q conclusão!!
arnaldo jabor é o canal! rá!
nxzero também.. ssssssss...
tudo está claro.. concordo com o texto!

Anônimo disse...

e deveria acabar de ler antes de comentar uma tolice dessas.

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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