segunda-feira, dezembro 24, 2012

Epopeia lança ComPacto!


Capa




Contra-Capa



Gravado 'ao vivo' no estúdio Gruta do Monge - novembro 2012.

Produtor master: Emílio S. Guerreiro 
Mixagem e Produção: Emílio S. Guerreiro e Herman G. Silvani


1º lançamento do disco no Psicodália 2013.



Ouça e/ou baixe o novo compacto da Epopeia:



sábado, dezembro 15, 2012

Entrevero Acampa-Rock 2012



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

 
O evento

Estava na sede do sindicato (dos professores) quando recebi a ligação da Michele: “Ei Niko, vamos juntar as bandas e fazer um evento pelo Entrevero pra encerrar o ano?”. Confesso que num primeiro momento não me animei muito. Reta final das aulas, trabalhos finais para encerrar o ano no sindicato, conclusão da minha especialização, etc. Tudo acomulado. Mas a empolgação da Michele me contaminou. Então, não teve jeito. Depois de alguns minutos de papo: “Tá, vamos nessa!”. Pronto. O evento saiu. Alguns (meia dúzia), os menos desavisados - ou por intenções veladas (nem tão veladas assim) – querem fazer parecer, em suas manifestações públicas, que o Entrevero é um grupo fechado, uma organização ‘mafiosa’, uma ceita, ou uma organização com fins lucrativos. Mas não é nada disso. Antes ganhássemos grana com o coletivo! Ish! A coisa seria bem diferente... Mas, infelizmente, não. Porém, não é por isso que vamos desistir de querer fazer o que gostamos, não é? O mundo ainda não é totalmente dominado pelo dinheiro ou por interesses privados, e nem sei se um dia vai ser. Mas enfim, o evento aconteceu e, mais uma vez, dentro das possibilidades e limites, foi um sucesso. Só quero constar aqui, o empenho do casal Michele e Régis, que não ganham absolutamente NADA para fazer os eventos do Entrevero, assim como nós enquanto ‘produtores’, e agradecê-los pelo interesse e disponibilidade em ‘fazer’. Sinceramente, se não fossem eles, não sei se nós faríamos. Outro motor dos eventos do Entrevero, são as próprias bandas que se dispõem a tocar e fazer o negócio acontecer. É isso. Simples assim mesmo! Mandamos email ou via rede social, convidando TODAS as bandas que temos contato e que produzem suas próprias composições. Depois fizemos duas ou três encontros (reuniões), e no grupo, dialógicamente, definimos como seria. Algumas aderiram, outras não. Tranquilo, ‘normal’. E o evento aconteceu. Então, graças também as bandas envolvidas. Valeu!!!

Obs.: O Entrevero não é nada mais do que a reunião de bandas afins, que querem e se disponibilizam, num ato de troca, interação e/ou integração, fazer, volta e meia, algum evento independente, para além das quatro paredes dos bares e/ou casas de shows. Mas também não se encerra nisso. Os espaços são variados e os eventos podem ser adaptáveis. Então, ao contrário do que alguns possam pensar, não temos a intenção com isso, de concorrer com os bares e as casas, apenas, fazer algo ‘diferente’, em espaços escolhidos pelas próprias bandas. Na verdade, foi a insistência do público para um lugar de acampamento, que nos motivou a fazer o Entrevero na Estância das Águas.

 
O público

Até o final da tarde, já contabilizavamos aproximadamente 200 pessoas acampadas. O que nos leva a crer que a maioria do público que se fez presente acampou, diferente do que aconteceu no Grito Rock, onde tivemos aproximadamente 700 pessoas participando e poucos acampados. Desta vez, atingimos, mais ou menos metade desse público, porém, não gastamos nem divulgamos a medade do que foi com o Grito. A intenção era essa mesmo, chegar a aproximadamente um público de no mínimo 200 pessoas. E pelos cálculos, foram 100 acima disso, no mínimo. Então, outra vez, atingida e superada a expectativa.

O que mais me chamou a atenção e me deixou esperançoso, foi ver a quantia de público novo, jovem, adolescente, nesse evento. Assim como foi no Grito, mas, desta vez, ainda mais. A nova leva de admiradores de rock e afins, está tomando os espaços. Claro, isso não é novidade, sempre foi assim. Porém, como eu pude perceber desta vez, fazia tempo que não acontecia, pelo menos da forma como foi. Ponto positivo, pois, as gerações vão se fundindo e a coisa vai acontecendo, continuando. Nesses momentos é que o rock se mostra para além de um ‘gênero musical’ ou de um mero produto da indústria cultural e/ou do entretenimento. Pode até ser clichê, mas ‘rock também é cultura’, comportamento, postura, visão de mundo. Enfim...


As bandas



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
A maioria das bandas que tocaram nesse entrevero, foram também bandas mais novas. Nós fomos a 2ª banda mais velha das que se apresentaram (tivemos a ilustre presença da banda Paranóia – já clássica do rock autoral xapecoense). E isso foi foda! (no bom sentido). Compartilhar o palco com a gurizada que está de pilha nova, é massa! E porque estámos nessa? Porque sempre trocamos as pilhas (hehe!), então, também sempre estamos de pilhas novas. E ver e sentir a galera curtindo a banda, putz!, só nos alimenta mais a alma e a vontade de fazer e prosseguir. Agora vou fazer como quando produzia fanzines e comentava sobre bandas e shows, em breves comentários sobre o que pude ver e sentir durante o evento, portanto, minhas impressões...

A primeira banda a subir no palco foi a mais nova (tanto de tempo de banda quanto na idade de seus integrantes). Tendo o amigo Nando (grande batera, também da banda John Filme), na bateria, a gurizada ‘medonha’, de aproximadamente 14 anos de idade, não dorme em serviço. Trata-se da banda Hairy Stone. Medonha pelo simples fato de, em tão pouca idade, destruírem. Um trio cheio de energia, que mandou músicas próprias cheias de belos e fortes riffes de guitarra, peso na bateria e baixo. Uma porrada! Quem esteve cedo no local, pôde ver e confirmar o que estou dizendo. E o Entrevero iniciou muito bem, obrigado! Para minha surpreza, o guitarrista e vocal é filho de uma amiga de infância e pré-adolescência minha, dos meus tempos de CTG (e o guri detona na guita, diga-se de passagem).

A segunda banda foi a já ‘clássica’ do rock autoral xapecoense, Paranóia. Bays e trupe mandaram seu rock pesado para o povo. O Rafa Panegalli, mesmo com o pé detonado tocou bateria e fez o dever de casa. Ducaralho a apresentação da Paranóia. Fazia um tempo que eu não via. O Bays vai morrer roqueiro – graças a Dionísio! Clássicos da banda foram executados com toda a propriedade que só uma banda de tanta estrada pode fazer. Paranóia ‘representa’ muito bem uma época, que começou já faz um bom tempo, mas que, ainda não terminou. Nisso, existe uma continuidade interessante. Dá-lhe Paranóia!

Depois foi a vez dos amigos da St. Joker mandarem brasa. Também tenho uma amizade de infância, familiar (e também dos tempos de CTG) com o Fabinho, vocal da banda. Bela performance da St. Joker, como sempre! O batera manda bem, assim como o guita Marko que usa muito bem os efeitos de guitarra, coisa pela qual sou apaixonado (não é por nada que experimento e estudo efeitos e timbres, além de usá-los muito). Como um todo, a banda é boa e faz bem feito, e suas músicas são muito boas e cheias de energia. Apresentação pesada e empolgante. Outra porrada da noite!

  • Um aluno meu foi com a mãe ver a banda em questão, pois também é primo do Marko (guita), e para ver a Epopeia, mas, devido ao atrazo no início do evento, acabamos ficando para o final e ele não pode ficar, que pena! Estava tão empolgado! Mas... daqui uns dias ele atinge mais idade e quem sabe possa ficar até mais tarde. Legal ver mães e filhos curtindo rock juntos, ainda mais um aluno. Volta e meia alguns alunos/as aparecem nas nossas apresentações e/ou eventos. São as gerações que vão se construindo através dos contatos... 

Na sequência foi a vez da banda Duranggos. O Rafa, mesmo com a perna estourada e depois de já ter tocado batera na Paranóia, largou as muletas, sentou numa cadeira, pegou o baixo, abriu a voz e mandou brasa. Belas composições e covers coerentes com a proposta da musical da banda. A apresentação da Duranggos também deixou boas impressões e dignificou o evento. Outra grande e nova banda xapecoense a marcar presença e dar sequência a uma noite tomada de boas apresentações.

Passados alguns minutos sem banda, foi a vez da John Filme subir ao palco. E o que falar da apresentação desse trio? Nando destruindo na bateria, Akira na guitarra (um dos guitarristas que mais curto na cidade atualmente) e Emanuel (Gringo) no baixo (simplesmente um argentino – hehe!). Trio envocado, no sentido sonoro da palavra. Akira diz que eu sou radical. Eu concordo. Sou mesmo! Mas devolvo o ‘elogio’ dizendo o mesmo dele, pra ele. Um dia ele me perguntou ‘porque’, e eu respondi: “Já viu o modo que você toca guitarra?”. Pra mim, uma das bandas mais interessantes do rock xapecoense hoje, e, instrumental, diga-se de passagem. A apresentação da John Filme neste evento, foi simplesmente desconcertante! Tocaram apenas uma ‘música’. É isso, uma ‘música’ que nem sei se era apenas música. Uma experiência. Algo em torno de 20 minutos. E pra quem acha que só a Epopeia faz loucuras, experimentos ou psicodelias com efeitos, improvisos, timbres, precisa parar para ver/ouvir isso na John Filme também. Foi uma apresentação diferente, inusitada, psicodélica (na amplitude do conceito). Nando sai da batera e sem parar a música passa as baquetas para o Akira que passa a guitarra para o Nando, e o ‘Gringo’ sustentando toda a ‘loucura’ no baixo. E a música acontece... Porrada novamente!

Terminada a belíssima apresentação da John Filme, mesmo cansados de uma tarde toda de trabalho e muito calor, foi a nossa vez, a vez da Epopeia. Penúltima banda da noite. John Filme acabou criando um clima muito ‘perigoso’, porém, confortável pra nós, no sentido de gerar uma sonoridade que encheu o lugar de divagações e sons ‘delirantes’. Esse clima casou com a nossa vibe, nossa sonoridade. De início tivemos problemas com equipamento (mal contato, essas coisas chatas), mas nada que interrompesse nossa onda. Alguém sussurrou perto de mim: “Bah, vai ser foda pra outra banda tocar depois disso!” (referindo-se a apresentação espirituosa da John Filme). Quando outra voz interrompeu: “Ah, mas vai ser a Epopeia! Tem tudo haver...”. Dito e feito, fizemos o que sabemos e sentimos em aproximadamente 40 minutos. Mais uma vez o público desceu do acampamento e encheu a frente do palco. Foi bom sentir novamente a vibração, os aplausos, a admiração das pessoas. Depois da apresentação, muitos vieram nos falar e saudar, e isso nos abasteceu de energia. Tanto é que amanhecemos curtindo o nascer do sol num bate papo alegre e espirituoso junto a natureza.

Pra encerrar a noite, tivemos a apresentação da banda Black Was Bourne, cover de Ozzy e Black Sabbath. Não sou a pessoa indicada para falar de bandas covers – mas que fique claro, não tenho nada contra, porém, tabém não tenho muito o que dizer, só isso. Mas pelo que pude ver, a apresentação foi boa, e o público curtiu, cantando junto os ‘clássicos’ do Ozzy e do Sabbath.  A princípio, a proposta do Entrevero enquanto coletivo, é o vínculo de bandas que compõem suas próprias canções, pelo menos enquanto prioridade. Então, foi convidada a banda Mr. Magoo. A maioria da banda Black Was Bourne é do pessoal da Mr. Magoo, e como essa não pôde participar, o Zebu pediu para tocar com a banda cover, que, dentro de um bom senso, se ofereceu para encerrar o evento, o que não interferiu na questão das bandas autorais. Discutimos internamente e não vimos problemas nisso, já que também foram colaboradores, ajudando a conseguir um som acessível para o evento. Além disso, isso serviu para ‘calar’ um pouco a boca daqueles que falam sem saber, que “o entrevero é ‘contra’ bandas covers” e/ou outros estilos, uma panelinha, e blá-blá-blá, aquele velho papo de quem só se move por interesse próprio/pessoal. Fazem a crítica pela crítica, pois,  quando no fundo, vivem sonhando num pretenso sucesso idealizado (rock star) e tal. Não se trata disso. Mas agora não cabe aqui problematizar isso, que cai mais num âmbito de ciúme, inveja e/ou mesquinharia por parte daqueles que assim se manifestam publicamente, dizendo que o Entrevero é isso ou aquilo, sendo que, ele só existe quando acontece, ou seja, quando as bandas envolvidas querem e fazem. Enfim...
 



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
No geral, o evento aconteceu, atingiu e superou, mais uma vez, nossas espectativas e pretenções, que não eram muitas (e não são). Nisso, agradecemos TODOS os, direta ou indiretamente, envolvidos: bandas, público local (e de fora), apoiadores, incentivadores: Estância das Águas, radio rock alternativo (Leandro Rosseto), Delay (site)... Em especial a Michele e o Regis, que mesmo tendo banda, geralmente nem tocam nos eventos do Entrevero, mas mesmo assim os fazem, e sem remuneração, pela vontade de movimentar, comprovando que nem tudo nesse mundo das produções culturais e ‘artes’ é vaidade, ego e individualismo... En-fim!

& pro ano que vem, já pensamos no Grito Rock edição Velho Oeste 2013...

Let’s rock!

 
Herman ou Niko.


terça-feira, dezembro 04, 2012

Entrevero Acampa-rock





(pré-Grito Rock)

Com as bandas:

Hairy Stone
Paranoia
St Joker
Duranggos
Epopeia
John Filme
Black Was Bourne


08/12
Estância das Águas


Ingressos antecipados com as bandas e nos pontos de venda:
* Bar da Dulce 
*Rockixe Skate Rockshop Chapecó: R$ 10.

Camping: R$ 10. no local
Portões abertos a partir das 15h. 

Realização: ‘Coletivo Entrevero'

Parcerias: 




Obs.: Crianças poderão entrar desde que acompanhados pelos pais e/ou com maiores responsáveis (sob autorização).


terça-feira, outubro 30, 2012

Epopeia em movimento...


No Psicodália 2013




Já faz alguns anos que acompanhamos o Movimento Psicodália. Os festivais, em 6 anos a fio, e de perto. Como público interessado e atuantes na comunicação do festival, trabalhando, fotografando, escrevendo, publicando, propagando, já curtimos muita coisa boa que, talvez, jamais tivessemos a oportunidade de ver ao vivo em outro lugar. Eis uma das importâncias desse festival. O Psicodália hoje é o maior festival de música e/ou rock independente que privilegia a música autoral no sul do Brasil - e um dos maiores, mais interessantes e mais importantes do país, certamente. O nível de qualidade musical do festival, das bandas, é muito bom. Desde as bandas que nele se apresentam – e que, pelo que se pode perceber, passam por um ‘crivo’ e tanto, quanto as suas escolhas – quanto a preocupação pela qualidade de som. Algo difícil de se ver/ouvir por aí. A exigência por um som que ofereça timbres descentes e coerentes com as propostas sonoro-estéticas das bandas é grande. Na maioria das vezes, o som esteve muito bom, e o melhor de tudo, com timbres adequados ao rock e suas vertentes. Então, pra nós é um privilégio poder fazer parte desse grande evento na sua edição especial de ano novo (2013) e, além de tocar em um dos palcos do Psicodália, tanto ‘disputados’ e almejados por bandas e artistas independentes do país todo, poder dividir o momento com bandas muito boas.

Nesta edição teremos boas novidades. Entre as bandas mais conhecidas, Os Mutantes (novamente, só que com um show inédito, tocando o disco ‘Tudo foi feito pelo sol’ com a formação original que gravou essa, que é considerada uma das obras primas do rock progressivo brasileiro); Alceu Valença e banda, tocando outro ‘clássico’, o disco ‘Vivo’, um dos seus principais trabalhos na boa fase dos anos 70; Hermeto Pascoal e banda, um mestre com seu ‘brasileirismo jazzistico experimental’; e Blues Etílicos, uma das grandes bandas do rock’n’blues nacional - entre outras.




















Depois dos Variantes, Epopeia é a 2ª banda chapecoense a ser convidada e/ou eleita a subir no palco do festival, um privilégio que nos enche de orgulho e prazer, pois, quem já tocou ou já foi numa das edições do Psicodália, sabe do que estamos falando. Agora é afinar bem os detalhes, arranjos, proposta do show, para quando chegar o dia, fazermos jus ao que nos propomos e trabalhamos para tal, e ao que os Variantes já fizeram nesse festival: levar ao povo que estará presente, nossa música, nossa sonoridade, nossa arte, nossos timbres e intensidades... nossa alegria criadora com pitadas de caos e certa desconstrução... Enfim...
  
Epopeia toca Grupo Nozes & Repolho toca Tyto Livi...


2012 dirigindo-se ao seu final e bons ventos sopram em nossa direção. Fomos uma das duas bandas convidadas para um projeto universitário que retoma um pouco da história do rock chapecoense pelo Augusto Zeiser (a outra banda é a Repolho), amigo e estudante de jornalismo da Unochapecó. Projeto esse baseado na pesquisa do nosso guitarrista, compositor, professor-pesquisador e escritor, Herman G. Silvani. A proposta era que a banda Repolho gravasse músicas do Tyto Livi (primeiro cantor/compositor chapecoense e da região a registrar suas músicas em disco de vinil, um compacto que data de 1977, de forma independente), e a banda Epopeia, fizesse o mesmo, só que com a primeira banda, o Grupo Nozes (compacto de 1978). Segundo o levantamento historiográfico de Herman, muito provavelmente foram os primeiros registros de rock independente nesses formatos na região Oeste e até no sul do Brasil. Se assim for, esses artistas foram pioneiros nisso. Dada a importância histórica, assim como a banda Repolho, Epopeia aceitou o ‘desafio’ e o projeto criou vida. Fomos gravar na região do Contestado, bem nos dias do centenário desse acontecimento histórico, e tivemos, no dia da gravação, as ilustres presenças do fouclorista e pesquisador do Contestado Vicente Telles, do cantor e compositor Gilmar Guerreiro que, nos anos de 1980 em Chapecó teve seu disco (também EP) censurado – já que as gravações aconteceram no seu estúdio particular. A música ‘Chimarrão espumoso’ do Guerreiro, mesmo censurada (e não sendo um ‘rock’), tornou-se um dos ‘hinos’ do rock chapecoense, sendo, talvez, a música de um cantor chapecoense mais tocada pelas bandas autorais da cidade. Acabamos, nesse dia da gravação, registrando também a música ‘Chimarrão’, que foi cantada pelos amigos presentes, quando estes invadiram o estúdio em uma alegre homenagem ao Gilmar Guerreiro. Além disso tudo, tivemos a presença, é claro, de um dos próprios membros do Grupo Nozes que gravou o disco nos anos 70, trata-se do Carlos Alberto Ficagna, o Billi, que era o baixista do Nozes. Fizemos releituras ou versões - ‘ao vivo’ no estúdio - de duas das canções originais do disco, com uma roupagem mais contemporânea, adaptando-as ao nosso modo, a nossa voz. Foi uma bela experiência, uma boa troca de conhecimentos e informações entre ‘gerações’, tudo em prol da nossa história musical e do rock regional, além das boas composições e bandas que nossa cidade foi capaz de produzir nesse tempo. Em breve, o material audio-visual estará pronto e circulando por aí. Mais um projeto importante em que participamos como convidados, dado ao seu caráter artístico, cultural e histórico, e isso amplia nossos horizontes, não só musicais, mas artísticos e culturais. Nossa proposta, enquanto banda, é justamente esta, ir além de subir no palco e tocar, ou seja, ser uma banda que vagueia entre outros espaços e linguagens além dos já ‘tradicionais’.
  
E o Grito Rock 2013?




















Aos poucos vamos retomando também os diálogos ou discussões do coletivo Entrevero, visualizando a possibilidade da edição 2013 do Grito Rock por aqui. Pretendemos em breve nos reunir para os próximos projetos que virão, sendo um deles, o ‘nosso Grito’. Se as bandas quiserem, o evento sai, pois alguns apoiadores já demonstraram interesse no projeto, dado o sucesso do evento no ano passado, onde tivemos um público aproximado de 700 pessoas, incluindo, público, bandas, grupos artísticos e organizadores. De nossa parte, torcemos e lutamos pra isso, no aguardo de outros que venham a somar na construção do evento, pois ele não depende unicamente de nós. Uma ‘cena de rock’, ou o que quer que seja neste sentido, não se pode resumir em apresentações em casas de shows, é preciso ampliar e ocupar ou constituir outros espaços. Pelo menos é essa nossa concepção de ‘cena’.

Projeto “Rock Contestado”


O rock precisa ser contestado – ou melhor, desconcertado. Não, não queremos destruí-lo. Não é isso! Muito pelo contrário. Acreditamos que para sua ‘saúde’, seja preciso, de tempo em tempo, repensar o rock, assim como a vida e nossas ações e posturas diante dela. E para isso, nada melhor do que uma viagem, um desvio, uma experiência, que já começou, e não se encerra. A região do Contestado, com sua história de conflitos e sua natureza ‘espirituosa’, nos servirá de inspiração criativa. Pois, não nos basta subir ao palco e tocar. Assim como, não nos basta os vários ‘clichês’ que se nutrem daquilo a que muitos chamam ‘rock de verdade’ – um discurso reproduzido a granel por aí. Isso pode ser muito subjetivo, não pode? Então, nada melhor do que a ação, a música em si, com seus timbres e linguagens, a fusão com o meio, para dar vida a novas possibilidades e audições. Consideremos que o rock também se movimenta. Então, é nesse sentido que já estamos pensando, para o primeiro semestre de 2013, novos trabalhos, experimentos, gravações e propostas conceituais da Epopeia. Enfim! É assim que prosseguimos desConcertando o habitual...



















...a Epopeia continua!


segunda-feira, outubro 29, 2012

É 'oficial'...



Depois dos Variantes, Epopeia é a 2ª banda chapecoense e do 'velho oeste' a ser escolhida e/ou convidada a tocar no maior festival de rock, música autoral-independente e multicultural do sul do Brasil (um dos maiores do país).. ao lado de grandes nomes da nossa música e do rock:

http://www.psicodalia.mus.br/programacao/


entre eles: Os Mutantes (com a formação original do disco 'Tudo foi feito pelo sol'), Alceu Valença, Hermento Pascoal e Blues Etílicos... demovia!!



sexta-feira, outubro 19, 2012

Epopeia, o rock autoral-independente e o Contestado





De Ramones a Mile Davis.. do rock às violas caipiras dos caboclos do Contestado.. uma rica experiência... 




Epopeia e Vicente Telles, uma das personalidades da região do Contestado

 
convidados por Augusto Zeiser, como parte de seu projeto de jornalismo pela Unochapecó, para regravarmos 2 músicas do Grupo Nozes, a precursora 
banda de rock a gravar um disco independente na região (1978), fomos até a região do Contestado, no Estúdio/residência do compositor/cantor Gilmar Guerreiro, que ficou conhecido em Chapecó em meados dos anos 80 pela sua música 'Chimarrão espumoso', que por sua vez, foi censurada.. no fim, acabamos gravando também, como uma homenagem a essa personalidade da nossa música local, a canção 'Chimarrão', com a participação do próprio Guerreiro e amigos cantando.. além das músicas, foram registrados em áudio e vídeo toda a experiência.. fizemos versões e/ou releituras das duas músicas, respeitando suas essências mas trazendo-as para o contemporâneo, dando a nossa interpretação e voz para essas belas composições.. tivemos também a ilustre presença da personalidade e estudioso do Contestado, o Sr. Vicente Telles.. Tudo isso num só dia.. um belo momento histórico e sonoro, de encontro de gerações através da música autoral e independente de Chapecó e região.. a outra banda convidada para esse projeto, que, por sua vez gravou Tyto Livi, primeiro cantor a gravar um rock autoral na região, datado de 1977, foi a banda Repolho.. enfim.. em breve, material produzido circulando por aí..Epopeia em movimento!



Epopeia & amigos...Eliz, Júlio Farias e Sõnia Vivian Farias (descansando no carro) , Maninho, Bili Ficagna (Grupo Nozes), Gilmar Guerreiro e esposa, Vicente Telles, Emílio Guerreiro, Niko, Liza e Augusto Zeiser.

 

Repolho X Tyto Livi – Grupo Nozes X Epopeia

 
 



No último sábado (dia 13 de outubro) estivemos reunidos no estúdio do Gêre (guitarrista da banda Encruzilhada) com o mestre Tyto Livi para participar de um projeto no mínimo curioso e no máximo inusitado.
A proposta veio do acadêmico de jornalismo Augusto Zeizer que resolveu investigar o rock que se fazia na década de 70 e como ele, de uma forma ou outra, acabou influenciando algumas bandas da década de 90. Reuniu então, o Epopéia em torno do Grupo Nozes (Billy Ficagna) que em 1978 lançou o compacto duplo intitulado “Grupo Nozes” (baixe o compacto aqui: ?otn4ozqwg2t). Na sexta feira eles foram para Ponte Serrada onde reside e fica o estúdio do Gilmar Guerreiro (outro representante dessa geração anos 80 do rock oestino), e registraram três músicas.
Aqui em Chapecó fizemos o mesmo reunindo o Repolho e o Tyto Livi que em 1977 lançou o compacto duplo intitulado “Memórias de Um Certo Louco”. (Saiba mais aqui: tyto-livi-memorias-de-um-certo-louco)
O Demétrio não pode comparecer para gravação, mas Tyto assumiu a guitarra e vocais. Gravamos as 4 músicas do compacto e mais uma inédita intitulada “a Massa do Pão das Massas”. O resultado final, tem que esperar o projeto ser concluído e o então acadêmico ser aprovado.
Sempre citamos o Tyto Livi como referencia. Num primeiro momento em função do fato dele ter se aventurado num trabalho próprio, numa época que com certeza era muito mais difícil de fazer música independente. E segundo por que com o passar dos anos formos percebendo as semelhanças em termos de proposta musicais. Isso tudo se confirmou ao unirmos tudo no ultimo sábado, nos sentimos muito a vontade e a tarde se transformou num grande encontro onde compartilhamos as alegrias de se fazer música. Aproveitamos o fato de que as gravações em vídeo aconteceram num estúdio e registramos o áudio para posteridade. Não sei como ficou e nem o que vai ser feito com isso. Só sabemos que alguns trechos vão pro documentário. Valeu aí Eduardo pela ideia de juntar essa galera toda.
 

Arcenal sonoro da Epopeia

'
armados' como nunca! baixo Danelectro, bateria Odery e guitarra Feldberg (luthier) tele caster..




terça-feira, outubro 02, 2012

Epopeia ao vivo no Grito Rock Chapecó, 2012..



Música "Loucura verdadeira".. trecho instrumental.. experimentalismo, psicodelia, improviso, fusion/jazz & afins... 
imagens de Augusto Zeiser..


http://www.youtube.com/watch?v=IeXLP0e81Gs&feature=share&list=UUi3RnbD4dCxmPo4ISzEWP-Q 

em breve, novidades.. novos projetos.. registros.. som e imagem.. 

segunda-feira, agosto 06, 2012

EPOPEIA no Estúdio A

'A banda chapecoense Epopeia traz sua sonoridade psicodélica-garageira e a poética caótica ao Estúdio A Live!' (em 3 partes)

* (músicas novas):






















                                         





sexta-feira, julho 13, 2012

desConcertando o habitual...


Rock nosso de cada dia...



















Esse Tal De Roque Enrow!

“É um menino tão sabido Doutor!.. Ele quer modificar o mundo.. Esse tal de: Roque Enrow!.. Quem é ele? Esse tal de Roque Enrow! Uma mosca, um mistério.. Uma moda que passou .. Ele! Quem é ele? Isso ninguém nunca falou!... Eu procuro estar por dentro Doutor! Dessa nova geração... Quem é ele? Esse tal de Roque Enrow! Um planeta, um deserto.. Uma bomba que estourou.. Ele! Quem é ele? Isso ninguém nunca falou!.. Desconfio que não há mais cura prá esse tal de: Roque Enrow!...”

(Rita Lee – Tutti Frutti)

Começamos o ‘papo’ aqui com a questão levantada nesse trecho de música da banda Tutti Frutti, da ‘mutante’ Rita Lee, uma das roqueiras mais ouvida e respeitada do Brasil. A partir disso, uma problemática...


Rock & o problema do conceito:

A princípio como é comumente concebido, rock é um estilo musical. Alguns defendem a posição que o rock é um “estilo musical jovem”, nada mais que isso. Outros dizem que o rock é um “movimento musical” ou um “fenômeno artístico cultural” que comporta uma atitude, um comportamento com suas características próprias. Há também os que reduzem o rock a um descartável produto de consumo, a uma simples moda passageira. Para o historiador Paulo Chacon rock é um fenômeno complexo, polimorfo, que varia muito no tempo e espaço. Devido as divergências em torno deste conceito, percebemos que existem complicações em considerar a existência de uma única e linear visão sobre o rock.

Basicamente o rock é um termo derivado do rock and roll (como um resumo da palavra), possuindo conotações múltiplas: rocha, balanço, embalo, diversão, dança, sexo. Seu significado remete a algo “rígido, selvagem, radical, audacioso” (pelo menos é o que se percebe ao assistir alguns filmes norte americanos em que o termo aparece empregado como uma gíria). O rock’n’roll nasceu em meados dos anos 1950 nos Estados Unidos do casamento entre o rhythm & blues com o country & western, e foi datado a partir da “revolução sonora” desencadeada por artistas “músicos jovens” da época. Elvis Presley, Chuck Berry, Bill Haley e Little Richard figuram entre os principais artistas que iniciaram este “movimento musical”. Dum ponto de vista dialético podemos dizer que o rock’n’roll é “(...) uma vigorosa e expressiva síntese de música branca e música negra". (PEREIRA, 1988, p. 44).


Tendências e variações...

O rock desencadeou novas “tendências musicais” vindas de sua complexidade, ou seja, novos “estilos de rock” como o rock progressivo, o hard rock, o punk rock, o heavy metal, etc[1]. Essas “tendências do rock” por sua vez alimentaram outras possibilidades, inspirando novos estilos.
Do ponto de vista histórico e sócio-cultural, o rock  representou o fortalecimento de um ideário juvenil, com uma política de valores e intenções próprias, onde o jovem via em si mesmo, e através de seus ídolos, uma possibilidade real de ser agente de sua própria história.

A trajetória histórica do rock  inicia quando o negro escravo trazido da África passa a expressar suas dores, suas saudades de casa nas plantações de algodão da América do Norte através das canções-de-trabalho, passando depois aos cânticos religiosos - uma resistência à cultura hostil em que se encontrara. É daí que nasce o blues, um ritmo que se alterna entre o lamento negro de ser escravo dentro de uma cultura estranha, às confraternizações festivas de influência branca.


Rock, um Grito!














Segundo o pesquisador Roberto Muggiati: “(...) o rock nasceu de um grito, o primeiro grito do escravo negro ao pisar em sua nova terra, a América. Esses berros de estranha entonação eram atividade expressiva comum entre os nativos da África Ocidental”.

Esse grito depois, passou a sair dos instrumentos musicais, em forma de nota musical. Certa distorção, certo ‘peso’ e/ou estridência, caracterizam esse grito, essa nota musical. O rock não é ‘limpo’, no sentido de ser algo que busque uma ‘pureza’ sonora. Nenhum rock vem só. Ele sempre está acompanhado de certa postura, certa atitude. Ao vermos o filme ‘A escola de rock’, percebemos esse grito, essa forma de expressar, sentir, fazer e estar no mundo. O rock também é uma linguagem, onde o grito de cada um ecoa e se mistura a outros que vão dar num grito maior e em conjunto, como numa banda de rock quando sobe ao palco. As individualidades são respeitadas, pois cada um sente diferente e tem algo a dizer através da sua música, do seu som, do seu grito. E a soma desses elementos se faz em um grito só. Nisso, o rock (e não o grito), nasceu plugado, eletrificado. E essa eletricidade carrega nos seus fios condutores o grito do qual tratamos aqui: “A música rock é como se fosse uma corrente elétrica que percorre o espaço e contata indivíduos. Depois disso, eles não são mais os mesmos. Porta de acesso ao estilo e daí ao movimento, à tribo, aos ícones, ao modo de vida”. (DRUMMOND, 1998, p.104).

Alguns reducionistas e/ou deterministas, fazem questão de fugir das problematizações, ou por não darem importância pra isso, ou por estarem na carência de leitura, análises, compreensões e/ou conhecimentos sobre o tema. Muitas vezes fazem do rock um lugar comum, um simples motivo para alimentar seus egos e despejar suas frustrações, além de se imporem. O rock, muitas vezes também é tido como uma espécie de religião pelos mais sectários que não abrem mão de crer numa possível hierarquia musical, dado aos seus sentimentos de intolerância. Mas ao contrário do que alguns pensam, é uma minoria em seu gueto que age e pensa assim.

Devido aos poucos debatedores ‘sérios’ do assunto, e ao pouco caso que alguns ditos ‘roqueiros’ fazem desse ‘fenômeno’ sócio-cultural, o rock, muitas vezes é vítima de um simplismo medíocre e absoluto. As afirmações ‘bambas’ em torno no termo acabam reproduzindo pré-conceitos ignóbeis, vigentes na ordem social. Mas os que pensam o rock, discutem, problematizam, tocam com sinceridade, produzem, compõem com certa autenticidade, fazem a diferença e mantém o rock vivo nas suas complexidades.

Nisso, estamos com o conceito do historiador Paulo Chacon: “O rock é muito mais do que um tipo de música: ele se tornou uma maneira de ser, uma ótica da realidade, uma forma de comportamento”.


·         Trechos e citações da pesquisa em História de Herman G. Silvani sobre o rock e os aspectos em torno dele, com ênfase ao rock chapecoense.



Mas me diga... E a situação do rock xapecoense, como está mesmo?

Novamente, reitero o que já disse o ano passado nesta mesma data se não me engano. O rock xapecoense vai muito bem, obrigado! Bandas brotando dos ‘4 cantos’ da cidade. Melhor de tudo, compondo. Outras, já mais, digamos, ‘adiantadas’ no ‘processo’, devido ao tempo de existência e ao empenho e certo ‘polimento’ artístico-musical, apresentando-se de forma muito ‘profissional’, algumas com certa ‘voz’, ‘personalidade’, linguagem. Eventos e espaços destinados ao rock e suas variantes se conquistam, abrem e se constroem de tempo em tempo. Na real, quem é mais velho na coisa sabe que sempre foi assim, desde que os ‘pioneiros’ Tyto Livi e Grupo Nozes, ousaram em gravar seus discos, ainda na década de 1970 em Xapecó, bandas e espaços de rock na cidade surgiram e desapareceram. Vieram outras e outras mais, e hoje estamos aí, com diversidade e bandas muito boas com um material consistente para apresentar. Enfim... o rock está vivo e respira novamente sem aparelhos... Agora vamos aproveitar, encerrando por aqui e cair no rock. Hoje é comemorado o ‘Dia Mundial do Rock’, e o aniversário de 11 anos da Epopeia. Os eventos estão acontecendo e amanhã somos nós. Vamos nessa!


·         Agradecemos a todas as bandas da cidade e região que insistem nas suas produções, aos amigos-companheiros Fernando Sbeghen (Maninho – nosso batera) e Zé Boita do Estúdio A (UnoWebTV), ao amigo Gnomo da rádio web Alternativo Rock, as casas de shows, que dá sua forma, caminham junto ao rock xapecoense: ACM Rider, The Wall Rock Bar, Dalla Microcervejaria, Premier Bier, Bar do Manga, e outros espaços do rock por aqui...

Let’s Rock!






















 
El rock de los adioses 

Con las guitarras de Wichi Nogueras
y Ramón Fernández Larrea

Y todos estos hombres que bailan
¿Van a morir? ¡Yeah!
Y los bárbaros que no llegan
Al poema del griego, ¿van a morir? ¡Oh, yeah!
Y el pájaro azul que me despierta
De la horrible pesadilla
En la que chapaleo ¿recubierto de lodo? ¡Yeah, yeah!
¿Y los niños, por Dios,
Los niños que vuelcan el cesto de sus voces
En medio de nuestra estúpida historia?
¡Sí, nena!
Y la luna rasurada y palmoteada con lavanda
Y la muchacha loca como los pájaros
Y los ríos donde la muerte se baña una y tres veces
Y las idiotas mañanitas de Dios
Y todos los poetas los engolados los puros
Los amorosos los solemnes y los piojosos
Todos los arrogantes y soberbios poetas
¿Van a morir? ¡Yeah! ¡Tres veces yeah!

Juan Manuel Roca
(poeta Colombiano)


·         Em memória de Fabrício Tubin (o grande Tuba!)


13/07/2012