Faz 9 anos que eu e Liza vamos ao festival Psicodália. Dentro
deste tempo, fazem umas 6 edições que trabalhamos na imprensa externa do
evento, registrando em fotografia e escrevendo textos sobre o festival - além
da pré-divulgação. De lá para cá o festival cresceu muito, mas em ‘essência’
mudou pouco (ainda bem!). Lembro-me da primeira vez que fomos quando ainda era
em São Martinho, aqui mesmo em Santa Catarina, descendo a Serra do Rio do
Rastro. Isso foi em 2007. O local era muito bonito, porém com pouca estrutura e
sombra. Pra época estava bom, pois contava com um público de aproximadamente
2000 pessoas. Nos últimos anos, este público esteve em torno de 6000. Ou seja,
um crescimento de aprox. 4000 pessoas num espaço de tempo de 6 anos. Isso demonstra
o sucesso do evento, no sentido, inclusive, de proposta, pois o festival não
teve que se render à ‘cultura midiática espetaculosa’ para que se tenha tornado
bem sucedido. No caso, manteve sua proposta inicial, só que com melhorias na
estrutura, aumento significativo das atrações e tudo mais. Nisso, penso que a mudança
para a fazenda Evaristo em Rio Negrinho, tenha sido fundamental para esta
ampliação do festival. Mais bandas, mais público, mais oficinas e
possibilidades. Eis a riqueza sociocultural do Psicodália: a diversidade de
pessoas e atividades socioculturais.
Como banda, tocamos na edição especial de ano novo, no dia 01
de janeiro de 2013, com muito orgulho e satisfação, na noite de fechamento daquele
ano do festival. E hoje, alguns anos depois, novamente fomos convidados para
tocar neste extraordinário espaço de arte e cultura. Antes mesmo de anunciarem oficialmente
as primeiras atrações recebemos o convite para participar da edição 2016 do
Psicodália de carnaval, alguns meses atrás (que ainda era o ano de 2015, no
caso). E aí vamos nós, mais uma vez expressar aquilo que temos, sentimos e
sabemos fazer no palco do Psicodália. Desta vez, serão duas as bandas da
região, ‘representando’ o rock autoral e independente do Velho Oeste que tem
uma belíssima e antiga história (diga-se de passagem). Epopeia e os amigos da Marujo
Cogumelo da cidade vizinha de Xanxerê. Em edições passadas, ainda lá em São
Martinho, outra banda oestina havia tocado no festival, trata-se dos Variantes, nossos conterrâneos.
Nestes 9 anos de Psicodália podemos perceber, sentir, ver,
fazer experiências humanas, musicais-sonoras, artísticas, socioculturais. Prestigiar
entre tantas e boas atrações nacionais e internacionais, Os Mutantes, Ave Sangria, Tom Zé, Alceu Valença, Gong, Ian Anderson
(tocando Jethro Tull), Som Nosso de Cada
Dia, O Terço, Jards Macalé, Arnaldo Baptista, Paulinho boca de cantor e Moraes Moreira (cantando Novos Baianos
e suas canções solo), Blindagem, Rolando
Rock (tocando Patrulha do Espaço), Hermeto
Pascoal, Almir Sater, Yamandu Costa, Di Melo, Júpiter Maça, Casa das Máquinas,
Sá e Guarabyra, entre tantos outros nomes da nossa música e da música
mundial. Este ano não será diferente. Entre outros, teremos o prazer de ver,
ouvir, registrar e se for possível até conversar com Elza Soares (e seu magnífico novo trabalho intitulado: ‘A mulher do
fim do mundo’), Cidadão Instigado (e
seu também magnífico e recente trabalho: ‘Fortaleza’), Nação Zumbi, Naná Vasconcelos (um dos mestres da percussão mundial),
Terreno Baldio, Bixo da Seda, Violeta de
Outono e a atração internacional John
Kay e Steppenwolf – além de tantas outras boas bandas e músicos que compõem
este set de shows. Para nós, enquanto banda autoral e independente é uma
responsabilidade e tanto, dividir o espaço com mestres da música e do rock como
os citados acima, mas também, um imenso prazer e orgulho, poder fazer parte
desta história que é escrita com muita dedicação, arte e diversidade.
Neste ano tocaremos com o ‘formato palco’ do nosso mais
recente trabalho, o DVD/filme ‘A vida é agora!’, com um amigo/convidado
especial no saxofone e flauta. Também teremos DVD’s e camisetas da banda para
divulgação no evento.
Um dos fatores que mantém o artista e a arte independente
vivos e ativos é poder fazer parte deste todo, representado também como eventos
e/ou festivais como o Psicodália, hoje, o maior do sul e um dos maiores do país
no sentido multicultural e multilinguagens.
Enfim. Boas idas e boas vindas a quem vem ou quem vai.
Estaremos lá, como banda, artistas, fotógrafos, cronistas, público, gentes,
pessoas, vidas...
Herman G. Silvani - & Epopeia.
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