terça-feira, abril 12, 2011

Os estereotipados e o vazio

Muito do mundo hoje carece de certo caráter, postura, posição. É preciso assumir-se para tal. Ouvindo e vendo algumas novas bandas de rock pela internet, em apresentações e entrevistas, percebo uma fuga. Uma fuga covarde. Como o diabo que foge da cruz, alguns ‘roqueiros’ utilizam-se de um discurso decorado para legitimar e confortar suas faltas, suas ‘imaturidades’ intelectuais, seus rasos conhecimentos, e dar um valor (maior do que realmente é) aos seus ‘trabalhos’ de ‘artista’. Meus amigos, não precisa dizer que é rock. Pra que? Só pra não dizer que não é nada? Pego a contradição no pulo. ‘Somos rock, mas não nos enquadramos em rótulos, pois rótulos são limites, e nós estamos além dos limites’. Além? Com esse som aí? Conta outra! Geralmente são esses ‘limites’ que dão voz, característica ou estilo a uma banda. Achar-se ‘ilimitado’ é um limite. Hoje, mais do que nunca, talvez, anda faltando aquilo que se chama de proposta, estilo, personalidade de uma banda ou artista. Tudo está se transformando em imagem. E a arte em si? A música com seus sons, timbres e sua ‘comunicação’, seu motivo? A música tem uma linguagem e não precisa de rótulo, certo! Mas identificação, identidade e rótulo não é a mesma coisa. Rótulo é aquilo que está na superfície, ok? Não confundam as coisas assim tão sem pensar. O que diferencia o sertanejo universitário do rock? Ou tudo entra no mesmo pacote do ‘bom mocismo’? Tudo tem seu contexto. Vamos botar conhecimento nestas cabecinhas. Pesquisar, ler, estudar, refletir e ouvir torna tudo mais claro. Sair do discurso pronto, fugir sim do clichê e do estereótipo. Leia-se aqui que estereótipo também não é o mesmo que estilo, elegância ou postura. Até a estética tem uma ‘localização’. Ninguém inventa nada assim tão fácil ou do nada. Tudo vem de algum lugar anterior. Portanto, ter identificação sonora, artística, estética, musical, não é rotular-se, nem limitar-se. Geralmente os nomes que se dão as coisas servem para sua localização, e se é rótulo ou não, é a prática quem vai dizer. Muitas bandas que fogem das identificações não têm proposta nenhuma, por isso dão passos no vazio, tentando através do discurso, livrar-se da sua falta de criatividade e consistência. E sua postura, é identidade ou estereótipo? Primeiro assumir-se, depois posicionar-se exteriormente.


Herman ou Niko


Um comentário:

Sérgio Scheffer disse...

Ô meu amigo Niko, tá escrevendo pra cacete hein!! manda ver todo dia no Voz do Oeste e agora tmbm no blog. Vai lá bruxo, quebra tudo.