Setmo Selo
A primeira banda a subir ao palco foi a Setmo Selo, uma banda que já tem certa estrada no rock chapecoense. Acompanho a Setmo Selo praticamente desde seu início e sempre achei interessante suas composições e sua busca por estilo, por voz própria, coisa difícil de se alcançar (as referências, geralmente, dificultam a pessoalidade sonora das bandas), mas no caso de quem luta para ter sua voz (isso inclui, letras, sonoridade, timbres, postura de palco, composição...), a coisa já muda. Posso afirmar que a Setmo Selo é uma dessas bandas, que durante anos buscou seu caminho, sua voz, e hoje, de certo modo, atinge um momento que antes, não passava de uma busca. A banda adquiriu uma sonoridade mais sua, mais peculiar. Coisa que os anos de estrada, tocando juntos, experimentando, ouvindo, estudando, abrindo os horizontes e a cabeça para o mundo da música e dos sons, acontece (mas para quem se dispõe a isso). O que pude ver e ouvir, foi uma banda bem entrosada, com uma cozinha muito bem feita pelo baixista e pelo batera (o Bill tocou demais!). Fazia tempo que não via a banda tocar, e a exemplo de nós (Epopeia), Setmo Selo é uma banda que toca pouco (se compararmos com outras bandas da cidade). Talvez até por ter este aspecto ‘mais próprio de ser’ nas suas músicas, transferem até certa medida, sua sonoridade para os ‘covers’, o que comprova que é uma banda de certo estilo. Fiquei feliz em ver e ouvir uma bela apresentação como foi a do Setmo Selo. Novos arranjos para músicas velhas renovaram a própria banda que deu um salto, e as músicas novas então, muito boas! Não me surpreendi porque conheço a gurizada e sei das suas determinações. A banda fez uma apresentação de rock além da ‘mesmice’ do rock meramente festivo, mostrando seu potencial e suas canções muito bem elaboradas. Beirando o rock progressivo, com certa levada hard e um ‘Q’ de rock contemporâneo, a mudança momentânea de ritmos do instrumental e a quebra de tempos da bateria, além da energia, são destaques para quem pôde prestigiar a apresentação.
Sodoma H.
A segunda e última banda da noite foi a Sodoma H. Banda relativamente recente. Diferente da Setmo Selo que é um quarteto, a Sodoma H. é uma dupla (praticamente uma dupla sertaneja, não fosse a panca dos membros e a fúria poética das suas músicas). Isso mesmo, uma dupla nos moldes do White Stripes (Guitarra/voz e bateria), com a diferença que o batera não é tão sensível nem bonito quanto a Meg White (é claro!), e o vocal um pouco mais nervoso que o Jack (cantando!). A banda levou fãs para o Morrison, praticamente um fã-clube, muito legal! Também acompanho a Sodoma H. faz um certo tempo. Desde as apresentações mais precárias que vi da banda algum tempo atrás, sempre gostei das composições e da voz do Rodrigo (que tem uma potência vocal incomum). Outra banda que admiro e gosto muito de ver e ouvir aqui da cidade. Como a Setmo Selo, a Sodoma H. também é dessas bandas que buscam sua própria sonoridade, sua própria voz, e como a Setmo Selo também, a Sodoma H. chega a isso. Quando faz algum cover, o cover passa a ser uma versão, uma releitura do ‘original’, saltando da imitação que é o cover para algo original que segue o ‘estilo’ ou a sonoridade da banda. Eis aí, o caso do limite (que aparentemente é tocar rock em dupla), mas que se torna uma possibilidade, um diferencial. Se conseguirem, a coisa fica muito boa. E Sodoma H. conseguiu. A dupla tem o que dizer e mostrar, além da velha fórmula do rock and roll classic. Uma banda atual com referências do passado. Ouvindo/vendo a Sodoma H., lembro de algumas boas bandas punks e grunges. Lembro de The Baggios (banda nordestina muito boa que também é uma dupla), Nirvana, White Stripes, Ratos de Porão, BSB.H, algo de metal, algo de indie, de garage e até glam rock. Mas Sodoma H. é tudo isso um pouco - ou nada disso. Letras duras e com certo tom poético e uma pegada punk. Belas composições que saltam da melancolia para a porrada. Ver a dupla no palco é algo obscuro, revigorante e sincero. É na simplicidade que a poesia se manifesta.
Enfim, posso dizer que as duas bandas, desde quando as conheço, evoluíram em amplos sentidos, acertando sonoridades e formas de compor, transmitir seus recados e suas músicas. Destaque para as composições próprias, com certeza! Nisso, respiro mais aliviado, sabendo que, por mais que o rock esteja um pouco apagado por aqui, existem bandas que se atrevem a compor e desafiar o habitual. Parabéns as bandas! O Morrison apostou na idéia e o Entrevero agora está mais vivo do que nunca! As duas primeiras edições na casa foram um sucesso. Esperamos pelo próximo Entrevero, que pelo que sei, será ainda este mês. Daqui um pouco chega a nossa vez, yé!
Adelante el rock!
Herman G. Silvani (Niko)
3 comentários:
hehehhe!
Nosso maior fãclube é o ENTREVERO DE ROCK, as bandas entreveiradas são nossos fãns mais queridos! E é claro, não esqueço também, os que escrevem sobre nós.
Belo texto! Salud!
..pode crê !!
alts!!
UÉ?!
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