– Segunda, 27/02
Não lembro muita coisa da segunda. Não lembro muita coisa da terça. Só sei que acordamos e o festival continuou. Teríamos mais dos dias inteiros e duas noites para curtir, registrar, viver o Psicodália, e foi o que aconteceu. Disso eu sei, isso eu lembro. Não fossem as fotos, ficaria difícil relembrar dos dias, do que fizemos ou aconteceu. Sim, o lago. Fomos nós, dar um role em torno do lago, fotografar. Só não lembro se era de manhã ou de tarde. Mas também não importa. Alguns registros e uma pausa para deitar na sombra e relaxar, descansar. Dormi por alguns instantes. Não sei quanto tempo. Acordei com um cachorro se espojando ao meu lado, no meu corpo. Acariciei um pouco o bicho, até que ele, já satisfeito saiu camperear. Subimos num ponto mais alto, bem em frente ao lago para alongar o corpo e absorver energias da natureza. Fiz uma breve prática de Chi Kung e umas formas do Wing Tjun, enquanto a Liza e o Sergio também se esticavam com Chi Kung e Yoga. Coisa boa integrar a natureza e trocar energia. Depois deste tempo introspectivo e silencioso, com as energias renovadas, voltamos para a movuca tomar uns chopes e encontrar pessoas. Fui até a oficina de Kung Fu, estilo Hungar, garra de tigre. Oficina básica e muito boa! Conversei um pouco com o professor e registrei um tanto da oficina. O tempo passou, a noite caiu, fomos mexer um pouco o esqueleto em frente a Rádio Kombi onde acontecia a Noite Balcan, ao som de Goran Bregovic. Então, os shows no Palco Lunar começaram. Não pude ver Iconili, só ouvir, um pouco de longe, inserido que estava em meio a um papo filosófico com amigos/as. Mas posso dizer que a banda é muito boa. Tocam demais! Fomos para o lado do palco, começaria o show do Tremendão, Erasmo Carlos. Mas antes, passamos no Bar do Meio pegar uma bebida, que fica entre os palcos do Sol (dos Guerreiros) e Lunar e, o inusitado, o caótico, a catarse coletiva, aconteceram. Em frente ao Bar do Meio tinha um tablado de madeira. O grupo de amigos com quem estávamos, começou a brincar dançando ‘chula’ no tablado (dança típica gauchesca), eu e mais alguém de que não lembro começamos a fazer a melodia ritmada da música da ‘chula’ com a boca. Foi quando, do nada puxei o pezinho cantando ‘ai bota aqui, ai bota ali o seu pezinho, o seu pezinho bem juntinho com o meu...’ Uma amiga que sabia a dança começou a dançar e de repente apareceu outra garota que também sabia, juntaram-se e a dança se fez junto a cantoria que naquele momento já era em coro e a batida de pés ritmados de várias pessoas, no bom estilo tribal. Tudo adquiriu uma proporção maior e o barulho e a diversão foram grandes (alguém filmou aquilo?). Coisa doida e sem planejamento algum. Apenas aconteceu, a partir de alguns ‘motores’. Teoria do Caos, espiritualidade(s), energias integradas. Psicodália! Foi demais!
Não lembro muita coisa da segunda. Não lembro muita coisa da terça. Só sei que acordamos e o festival continuou. Teríamos mais dos dias inteiros e duas noites para curtir, registrar, viver o Psicodália, e foi o que aconteceu. Disso eu sei, isso eu lembro. Não fossem as fotos, ficaria difícil relembrar dos dias, do que fizemos ou aconteceu. Sim, o lago. Fomos nós, dar um role em torno do lago, fotografar. Só não lembro se era de manhã ou de tarde. Mas também não importa. Alguns registros e uma pausa para deitar na sombra e relaxar, descansar. Dormi por alguns instantes. Não sei quanto tempo. Acordei com um cachorro se espojando ao meu lado, no meu corpo. Acariciei um pouco o bicho, até que ele, já satisfeito saiu camperear. Subimos num ponto mais alto, bem em frente ao lago para alongar o corpo e absorver energias da natureza. Fiz uma breve prática de Chi Kung e umas formas do Wing Tjun, enquanto a Liza e o Sergio também se esticavam com Chi Kung e Yoga. Coisa boa integrar a natureza e trocar energia. Depois deste tempo introspectivo e silencioso, com as energias renovadas, voltamos para a movuca tomar uns chopes e encontrar pessoas. Fui até a oficina de Kung Fu, estilo Hungar, garra de tigre. Oficina básica e muito boa! Conversei um pouco com o professor e registrei um tanto da oficina. O tempo passou, a noite caiu, fomos mexer um pouco o esqueleto em frente a Rádio Kombi onde acontecia a Noite Balcan, ao som de Goran Bregovic. Então, os shows no Palco Lunar começaram. Não pude ver Iconili, só ouvir, um pouco de longe, inserido que estava em meio a um papo filosófico com amigos/as. Mas posso dizer que a banda é muito boa. Tocam demais! Fomos para o lado do palco, começaria o show do Tremendão, Erasmo Carlos. Mas antes, passamos no Bar do Meio pegar uma bebida, que fica entre os palcos do Sol (dos Guerreiros) e Lunar e, o inusitado, o caótico, a catarse coletiva, aconteceram. Em frente ao Bar do Meio tinha um tablado de madeira. O grupo de amigos com quem estávamos, começou a brincar dançando ‘chula’ no tablado (dança típica gauchesca), eu e mais alguém de que não lembro começamos a fazer a melodia ritmada da música da ‘chula’ com a boca. Foi quando, do nada puxei o pezinho cantando ‘ai bota aqui, ai bota ali o seu pezinho, o seu pezinho bem juntinho com o meu...’ Uma amiga que sabia a dança começou a dançar e de repente apareceu outra garota que também sabia, juntaram-se e a dança se fez junto a cantoria que naquele momento já era em coro e a batida de pés ritmados de várias pessoas, no bom estilo tribal. Tudo adquiriu uma proporção maior e o barulho e a diversão foram grandes (alguém filmou aquilo?). Coisa doida e sem planejamento algum. Apenas aconteceu, a partir de alguns ‘motores’. Teoria do Caos, espiritualidade(s), energias integradas. Psicodália! Foi demais!
Erasmo Carlos (Palco Lunar) como já era de se
esperar, fez um belo show. Cantando com uma banda muito boa, trouxe a jovem
guarda repaginada ao palco. O bom e velho rock and roll, como poucos. Muito
simpático e comunicativo, embora estivesse um tanto ‘cansado’, talvez pela
viagem e idade, mas mesmo assim fez um belo show. O ‘Tremendão’ não se entrega!
Músicas cantadas em coro pela plateia, em mais uma grande atração oferecida
pelo Psicodália. A fazenda cheia e pulsante. Muita gente, muita alegria e
energias positivas. Viva o Tremendão! Viva o Psicodália!
Confraria da Costa continuou com a festa no Palco
Lunar. Novamente, mais um belo show dos marujos, como de costume. Uma das
bandas mais ‘populares’ e festivas do festival. Canções de pirata para muitas
conspirações pela fazenda. E a Confraria, mais uma vez, deixou sua marca no
festival e alma e sorrisos que dançavam, cantavam, abraçavam, beijavam seus
iguais e a vida...
Relespública (Palco dos Guerreiros) subiu ao palco
com muita empolgação. Nunca havia visto a banda ao vivo, mas conhecia algumas
músicas. Um bom show com algumas boas canções. Me fez lembrar, em alguns
momentos, muito do chamado ‘rock gaúcho’. Energia e rock para embalar a
madrugada dos ‘guerreiros’.
Mais uma noite encerrada na fazenda Evaristo e o cansaço era
grande. Fomos dormir. Teríamos mais um dia e uma noite de diversão e ‘trabalho’
para cumprir. O fim do festival se aproximava, lá, onde o tempo parece parar...
“De manhã sou um. De
noite já fui dois. Seremos quem somos”
– Terça, 28/02
– Terça, 28/02
Terça amanhece com ar de despedida na fazenda Evaristo. No
rostos das pessoas, um misto de tristeza por saber que o Psicodália esta
terminando e de alegria por saber que tem mais um dia e uma noite de diversão. Mas
o dia apenas começara e o tempo é uma criança que sonha sem saber que está
dormindo (sujeito a variáveis interpretativas). Um dia alegre, suave, de
caminhadas. Fomos até o centro visitar a estação, museu e oficina de trens de
Rio Negrinho. Todo ano fazemos isso, apaixonados pelo cavalo de ferro que
somos. Algumas fotos, alguns olhares. Almoçamos, voltamos para a fazenda e mais
um role pelo último dia do festival. Até o show que esperávamos ver.
Recordando o Vale das
Maças (Palco Lunar –
de tarde) subiu ao palco com seu show instrumental, muito bem tocado. Um
progressivo bem brasileiro com timbres que me lembraram um pouco os anos 80.
Bom show! Achei que tocariam alguns ‘clássicos’ cantados do disco ‘As crianças
da nova floresta’ (1977) - um belo disco! Mas não aconteceu. Foi um show muito
competente. Músicas mais recentes e outras nem tanto. Curti(mos) quase até o
fim...
Mais uma banda (caminhada), mais tiros (fotos), mais e
mais... no caminho não havia uma pedra, mas havia um grupo de samba e maracatu,
girando pela fazenda, integrando, provocando, convidando. Bom demais! Fiquei um
tempo sentindo e integrando aquela arte (além de registrando). Como o Brasil
tem boa música, boa cultura, arte, boas pessoas e seus risos. Pena que nossa
política institucional-oficial, quase toda é estúpida e medíocre. Poderíamos
ser muito mais, não fosse isso. Mas, vamos lá, perseverança! Diversão e
energia, baterias carregadas para a noite que logo viria com ‘Ceu’ encoberto(a)
por estrelas. E veio...
Ceu (Palco Lunar), antes mesmo do show,
esbanjou simpatia e simplicidade na coletiva de imprensa. Muito sutil na sua
força de mulher vivaz e integrada ao contemporâneo e suas nuances. Um nome tão
curto e tão bonito para um show tão longo, intenso, belíssimo! Um tipo de show
que dignifica qualquer artista, arte e festival. Cantou, atendeu o bis, e
continuou, até o tempo passar. E como passou. Passou com alegria, poética,
experimentalismo, suavidade, força, intensidade. Como é o céu, quando coberto
de estrelas e com o brilho intenso da lua. Belas composições e um instrumental
impecável, de belos timbres, efeitos, arranjos que acompanhavam a voz de sua
cantora. Música moderna, eletro-space-rock-pop-mpb-jazz-psicodélico (algo
assim). Um dos grandes shows do Psicodália! Ceu
é mulher sensível que no palco agiganta-se e mostra uma força feminina que vem
literalmente do céu. Obrigado Ceu!
Obrigado astros e deuses e deusas da arte e da música, por mais este momento!
Central Sistema de Som convida Gerson king Combo, subiu ao palco um tempo depois. Aliás, só a Central Sistema de Som nas primeiras
músicas. Groove, funk, soul. Instrumental de alto nível! Até que de repente Gerson King Combo se faz cintilar de
capa vermelha e perna quebrada. Isso mesmo, o mestre sentado num trono cantou e
fez dançar a multidão mesmo com uma tala na perna, o que não impossibilitou o
ente cheio de energia e história de levantar por algumas vezes e arriscar algum
balanço, afinal, rei é rei, e quando canta-dança, mostra como se faz.
Soul-Groove-Funk brasileiro pra swingar e botar o Psicodália pra dançar. Esse
foi o showzaço da Central Sistema de Som
e Gerson King Combo, nosso último show desta edição. Queríamos ter visto a Bandinha Di Dá Dó, do nosso estimado
amigo e organizador de outro grande festival, o Morrostock (o qual tivemos prazer de tocar com a Epopeia na sua mais recente
edição), Paulo Zé Barcellos, o Zé
Docinho (baterista), que nos contou que seria um show novo. Infelizmente, pela
primeira vez no Psicodália, não foi possível.
Quando acordamos já era de manhã, em tempo de arrumar as
coisas, levantar acampamento, levar em duas viagens as coisas até o
estacionamento, longe do lugar onde acampamos, nos despedir de quem deu para
fazer, e rumar de volta para o velho oeste. E assim foi. E assim, mais uma vez,
foi o Psicodália, pelo olhar deste que voz fala (escreve). Obrigado, mais uma
vez Psicodália, em nome da Epopeia –
banda e coletivo sociocultural (Liza, Fernando, Eliz e eu), sob tudo aos colegas
artistas, oficineiros/as, da imprensa, amigos/as daqui e de lá, Alexandre
Osieski, Adriane Perin e demais colegas de ‘causa’ e trabalho que integram, a
sua maneira ou modo, a cena alternativa independente das linguagens artísticas
e sociais. Valeu pessoas! Valeu Psicodália! Até a próxima! ❤❤