Nueva formação da EpOpéia!
sexta-feira, dezembro 14, 2007
sábado, novembro 03, 2007
quarta-feira, outubro 17, 2007
sábado, outubro 13, 2007
quinta-feira, outubro 11, 2007
terça-feira, outubro 02, 2007
diA 06/10 sábadO!...na Efapi 2007
EPOPÉIA (a banda das seis)
volta aos palcos da feira (Efapi 2007)
faça chuva faça sol
dia 06/10 - sábadoás 18h (já vimos este filme..)
esperamos ver seu sorriso por lá
a Epopéia continua...
terça-feira, setembro 11, 2007
*Lançamento do CD da Banda EPOPÉIA...*
Rock Xapecó apresenta:
* EPOPÉIA
&
* ULTRALEVE
em:
- Lançamento do CD da banda Epopéia:
"...canções noturnas & outras contravenções sonoras...
"Local: Bar TNT (Fano)Dia: 16 de Setembro, 2007 - Domingo
Ingressos: R$ 10,00 (com CD)R$ 5,00 (sem CD)
"Amigo(a)s, fãs, admiradores, inimigo(a)s, boêmios, etc., venham ouvir, cantar, dançar, sorrir... prestigiar o rock xapecoense e fazê-lo acontecer..."
segunda-feira, agosto 06, 2007
vídeos imaginários...27/07/07
...Resquícios de uma noite mal dormida projetam slides com Ovelhas Elétricas que se digladiam numa festa imaginária... visitem...
vídeos :gteu/epopéia/ultraleve/the sulk!
quinta-feira, agosto 02, 2007
...canções & contravenções...
Saudações!
A Epopéia está com seu 1º disco (cd) de 'apresentação'
a venda na 'Old Music, Palladium e Café Brasiliano' e
também com a banda, no valor de R$ 10 pila.
Composições 'próprias'.. 'Garage Rock Psicodélico'..
Poesia visual e sonora, ruidos caóticos e rock para
ouvir dançar cantar amar sorrir chorar..
Apoie o underground e o rock xapecoense..
A Epopéia continua...
sexta-feira, julho 13, 2007
*FESTA IMAGINÁRIA* DIA 27/07
GTEU (grupo de teatro expressivo universitário ) juntamente com as bandas:
EpOpéia...Ultraleve...e...The Sulk!
dia 27/07 no live café...
Rock Nosso de Cada Dia...
Hoje comemora-se mundialmente o dia internacional do rock. Portanto, resolvemos re-postar este texto sobre este ritmo, esta forma de vida, esta cultura que nos torna ser o que somos: amantes da música e da liberdade de expressão e criação... Viva o Rock!
Definir o rock não é coisa tão simples como alguns tentam fazer. Este ritmo, filho do casamento entre a musicalidade africana com a européia, tem fortes raízes no blues, e do blues, tem grandes heranças: o grito, o lamento, a dor, a alegria, a energia, a sexualidade. Com o passar do tempo, o que era um ritmo musical dançante (leia-se rock anos 1950), tornou-se um estilo musical e, principalmente comportamental de ser e viver (o que, desde seu inicio mostrou-se ser). Então rock, além de ritmo e música, é comportamento, atitude, posicionamento frente a algumas práticas e valores sociais. Da primeira geração do rock sobrevivem, musicalmente, entre muitos outros, Elvis Presley e Chuck Berry. Depois vieram os Beatles com seu ‘rock novo’ e um novo conceito musical trouxeram consigo. Uma infinidade de bandas fizeram sua decolagem depois dos Beatles, ou junto deles, é o caso dos Rolling Stones. Depois do rock and roll, outras vertentes jorraram mundo afora, já com o rock em termo resumido, o ‘and roll’ fica para a primeira leva de bandas. Eis que surgem o ‘acid rock e/ou rock psicodélico’ dos anos 60, com J. Hendrix Experience, The Cream, Jefferson Airplane, Pink Floyd (fase Barret), etc., o ‘mod rock’ de bandas como The Who e Small Faces (que depois transformaram-se no que ficaria conhecido como garage rock), o ‘garage rock psicodélico’ de bandas como The Electric Prunes e The Seeds, o ‘rock experimental’ do Velvet Underground, e já nos fins dos anos 60 e início dos 70, o ‘garage rock’ e/ou ‘pré-punk’ de MC5, Stooges e New York Dolls, o ‘glan rock’ de David Bowei e Lou Reed, o ‘rock progressivo’ de Pink Floyd (fase Gilmour), Yes, King Crimson, etc., o ‘hard rock’ de Led Zeppelin, Deep Purple e Grand Funk, o ‘metal rock’ de Motorhead, AC DC, Black Sabbath, o ‘punk rock’ dos Ramones, Sex Pistols, Toy Dolls, o ‘ska punk’ do The Clash, o ‘hard core’ dos Dead Kennedys, Exploited, Circle Jerks, The Misfits, o ‘grind core’ de Rattus, Boskops, o ‘heavy metal’ do Iron Maidem e os ‘derivados’ ‘trash, doom, death, prog-metal’, etc., de bandas como Slayer, Megadeth, Tiamat, etc. Enfim, uma infinidade de estilos e bandas. Os anos de 1980 surgiram com novas tecnologias, novas formas de se produzir, compor, atuar e viver o universo do rock. Mistura de ritmos, estilos e o uso de novos recursos (ainda que mal utilizados nestes anos), fizeram do rock um mundo em potencial, além de um produto mais efêmero e consumível para os lucros das grandes gravadoras e da mídia capitalista. Nos anos 90 acontece uma reviravolta neste meio, outras bandas com novas propostas, novos timbres musicais, enfim, uma nova sonoridade e forma de fazer rock surgem para encerrar os anos anteriores. A reprodução musical do rock começa a decair. O que parecia impossível aos mais saudosistas dos anos 60 e 70, acontece. Bandas como Radiohead, Placebo, The Mars Volta, entre outras, experimentam e acertam, fazendo um rock, digamos, atualizado. Mas em verdade, isso não seria novidade, já em meados dos anos 80 bandas como Doctor Deseo (Espanha), já tinham seus timbres e propostas musicais e estéticas apresentadas no underground, onde, diga-se de passagem, o rock sobrevive. O hard core / punk rock, por exemplo, é um estilo que transformou-se mas permaneceu nos anos oitenta como uma das vertentes mais vivazes do rock, com bandas como NOFX, Bad Religion, Social Distortion, SNFU, Operation Ivy, etc. Chegados os anos 2000, já com o rock pós 80 mais bem difundido e mais bem aceito pelos próprios ouvidores de rock, surgem outras novas bandas também com propostas que desafiam a reprodução, pondo pimenta na boca dos saudosistas que deploram o rock do presente. The Mars Volta é um bom exemplo disso. Uma banda que traz a tona uma nova forma de gravar e tocar. Um som que beira o absurdo, de uma banda que traz em si uma poética ainda não bem compreendida, mas que merece toda a atenção pelos que vivem e fazem do rock a trilha sonora de suas vidas. Existem muitas outras bandas é certo, mas esta serve de digno exemplo. No Brasil, suposta terra de samba, mpb e bossa nova (que já não é tão nova assim), o rock acompanhou essa transformação, essa ‘evolução’ sonora musical comportamental do rock. Por aqui existem grandes bandas de rock, nos seus mais variados estilos. Algumas que, independente da época e do alcance, fizeram e fazem seu som ecoar: Os Mutantes, Raul, Som Nosso, Patrulha do Espaço, Casa das Máquinas, O Terço, Secos e Molhados, Bacamarte, Baia e Rock Boys, Somba, Dinartes, Repolho, Ruído por mm, Cachorro Grande, Cólera, Os Inocentes, Sangue de Barro, Cordel do Fogo Encantado (se não é rock musicalmente falando, é no palco e no modo de execução musical), entre outras, muitas outras... Enfim, o mundo musical é incalculável, e nele, o rock ocupa boa parte.
Em defesa do rock que é...
Acompanhando e participando de debates e discussões sobre o rock, além de ter certo conhecimento na área, já que, além de compor e tocar rock em bandas desde 1993 até os dias atuais, fiz uma monografia sobre o assunto na área de história (onde sou graduado). Tive, além da experiência prática desses anos todos dedicados ao rock, acesso e contato a diversas leituras sobre o tema, o que me proporciona tecer alguns comentários fundamentados sobre tal. A questão que aqui se coloca é a seguinte: “atualmente, o que define uma banda de rock e, de certa forma, ‘qualifica’ a produção e criação da banda?” É bem mais fácil falar sobre isso do que querer dar um conceito acabado para o rock. Pode-se dizer que são vários os elementos que caracterizam uma banda de rock. Entre eles citaremos alguns, os que, devemos levar em conta quando do debate sobre ‘o que é uma banda de rock’. Como rock não é somente música, mas ‘música e comportamento’, pois assim tornou-se (ou nasceu?), e hoje não é diferente, continua assim sendo, citaremos alguns elementos que caracterizam-no. Um elemento, talvez dos mais importantes, defendemos que seja a ‘atitude’, ou seja, o posicionamento da banda. Quando falo aqui de posicionamento, não estou me referindo unicamente a posição política (o que também é importante), mas a postura assumida pela banda, como proposta artística por exemplo, seja ela no palco ou fora dele. ‘Presença de palco’ é outro elemento. O rock sempre teve presença marcada por onde se faz ouvir e ver, o que faz jus a seu título e sua história. Não vamos longe, vejamos Hendrix, Chuck Berry, Keith Moon, Jello Biafra, entre outros. O ‘timbre’ forte, casamento entre equipamento, instrumentos e o toque do músico, é outro elemento característico do rock. Mesmo que sutil, delicado, de profunda sensibilidade, o timbre de um tocador de rock é percebido pelo modo de faze-lo. Oscilando entre violência e paz, dor e alívio, tristeza e alegria, os timbres de rock são heranças do blues, como já foi dito, pois no modo de tocar, de segurar o instrumento, de comunicar-se e comunicar com ele, o roqueiro tem sua identidade própria, sua ‘sujeira’ na pureza do som, ou melhor, não esconde que o som não é algo puro como ele foi tratado durante anos pela igreja e pelos puristas. O que difere o rock de outros estilos musicais é justamente sua ‘extravagância sonora’, sua ‘radicalidade musical’. Sabe-se que a música tem linguagem própria, e isso não é diferente no rock. Rock, além de ser técnico e estudado, é improvisação, é comunicação, isso, além da música, e nisso, rock é ‘além música’. A voz de uma humanidade que precisa criar, ou simplesmente fazer ouvir. ‘Energia’, outro elemento indispensável do rock. Quando falo em energia, não estou me referindo unicamente da energia herança do garage rock e do punk que radicalizou ainda mais a musicalidade do rock, mas da energia do homem músico de rock, da energia saída de seu instrumento, que, diga-se de passagem, é elétrico. Todo o rock é elétrico, ou seja, ‘o rock já nasceu plugado’, e isso é parte inseparável de sua estética sonora-musical. Defendemos também, que além de mostrar uma boa música, de simplesmente animar e fazer sorrir, o rock hoje necessita, talvez mais do que nunca, comunicar, apresentar sua proposta, ou seja, assim como todas as artes modernas, ‘causar’. Rock não é alegoria. Se o rock fosse mera alegoria, só serviria a indústria fonográfica e cultural, e não seria um modo de vida que suscita um comportamento social. Atualmente, muitos músicos de rock ostentam suas estéticas e olhares malvados do estereotipado roqueiro, aquele inventado para nos filmes hollywoodianos, servirem de bandidos, arruaceiros, cafajestes, e produzem um som sem algo a acrescentar, parece que não tem nada a dizer. Existe uma tal onda do chamado ‘pop rock’, afirmando-se como tal (e qual rock não é pop?), que nada mais é, em sua imensa maioria (não generalizando – há exceções), do que uma imitação mal acabada do rock. Talvez a auto afirmação do ‘pop rock’ seja para o diferenciar do rock, visto por muitos ainda como ‘coisa de maloqueiro’, irresponsável e/ou arruaceiro. ‘A maioria’ das bandas que pegam esta onda, fazem do rock (ou de seus símbolos) um pedestal, um degrau para subir ao topo do sucesso (coitados), prostituindo-se as ideologias de mercado, participando do jogo sujo da industria da cultura e da sociedade do espetáculo (leia-se Adorno e/ou Benjamim – Escola de Frankfurt). Além da maioria serem donas de péssimas composições, seus timbres musicais fabricados em estúdio são horríveis. Hoje, já não existem desculpas para se compor algo ruim, pois tudo, ou quase tudo, está dado. As referências estão em volta, o passado ecoa, as tecnologias foram domadas e o dinheiro já não é o maior atravanque. O que falta então? ‘Espírito’, ou seja, ‘alma’ de artista, aquela do ‘velho’ blues, do roqueiro, aquele que anterior as convenções está apto a experimentar, a ousar, a dar seu recado, a gerar, causar algo na mente e corpo do público. Enfim, rock hoje, é mais difícil de se produzir, de compor, de tocar, de encontrar uma ‘originalidade’, mas, em contra partida, nunca tivemos tão conscientes do que seja isso, pois muito já foi feito e desfeito, e muito ainda há para fazer, é preciso perseverança e atitude, é preciso que o grito seja ouvido e sentido, que o corpo trema e o coração pulse, que a música seja, além de um conceito, um instrumento, assim como é a guitarra, assim como é a voz do cantador, e que o rock continue conflitando comportamentos e gerando outros...
Herman G. Silvani ou Niko (compositor, vocal e guitarrista da banda Epopéia, graduado em História e pesquisador de rock e suas oscilações)
Definir o rock não é coisa tão simples como alguns tentam fazer. Este ritmo, filho do casamento entre a musicalidade africana com a européia, tem fortes raízes no blues, e do blues, tem grandes heranças: o grito, o lamento, a dor, a alegria, a energia, a sexualidade. Com o passar do tempo, o que era um ritmo musical dançante (leia-se rock anos 1950), tornou-se um estilo musical e, principalmente comportamental de ser e viver (o que, desde seu inicio mostrou-se ser). Então rock, além de ritmo e música, é comportamento, atitude, posicionamento frente a algumas práticas e valores sociais. Da primeira geração do rock sobrevivem, musicalmente, entre muitos outros, Elvis Presley e Chuck Berry. Depois vieram os Beatles com seu ‘rock novo’ e um novo conceito musical trouxeram consigo. Uma infinidade de bandas fizeram sua decolagem depois dos Beatles, ou junto deles, é o caso dos Rolling Stones. Depois do rock and roll, outras vertentes jorraram mundo afora, já com o rock em termo resumido, o ‘and roll’ fica para a primeira leva de bandas. Eis que surgem o ‘acid rock e/ou rock psicodélico’ dos anos 60, com J. Hendrix Experience, The Cream, Jefferson Airplane, Pink Floyd (fase Barret), etc., o ‘mod rock’ de bandas como The Who e Small Faces (que depois transformaram-se no que ficaria conhecido como garage rock), o ‘garage rock psicodélico’ de bandas como The Electric Prunes e The Seeds, o ‘rock experimental’ do Velvet Underground, e já nos fins dos anos 60 e início dos 70, o ‘garage rock’ e/ou ‘pré-punk’ de MC5, Stooges e New York Dolls, o ‘glan rock’ de David Bowei e Lou Reed, o ‘rock progressivo’ de Pink Floyd (fase Gilmour), Yes, King Crimson, etc., o ‘hard rock’ de Led Zeppelin, Deep Purple e Grand Funk, o ‘metal rock’ de Motorhead, AC DC, Black Sabbath, o ‘punk rock’ dos Ramones, Sex Pistols, Toy Dolls, o ‘ska punk’ do The Clash, o ‘hard core’ dos Dead Kennedys, Exploited, Circle Jerks, The Misfits, o ‘grind core’ de Rattus, Boskops, o ‘heavy metal’ do Iron Maidem e os ‘derivados’ ‘trash, doom, death, prog-metal’, etc., de bandas como Slayer, Megadeth, Tiamat, etc. Enfim, uma infinidade de estilos e bandas. Os anos de 1980 surgiram com novas tecnologias, novas formas de se produzir, compor, atuar e viver o universo do rock. Mistura de ritmos, estilos e o uso de novos recursos (ainda que mal utilizados nestes anos), fizeram do rock um mundo em potencial, além de um produto mais efêmero e consumível para os lucros das grandes gravadoras e da mídia capitalista. Nos anos 90 acontece uma reviravolta neste meio, outras bandas com novas propostas, novos timbres musicais, enfim, uma nova sonoridade e forma de fazer rock surgem para encerrar os anos anteriores. A reprodução musical do rock começa a decair. O que parecia impossível aos mais saudosistas dos anos 60 e 70, acontece. Bandas como Radiohead, Placebo, The Mars Volta, entre outras, experimentam e acertam, fazendo um rock, digamos, atualizado. Mas em verdade, isso não seria novidade, já em meados dos anos 80 bandas como Doctor Deseo (Espanha), já tinham seus timbres e propostas musicais e estéticas apresentadas no underground, onde, diga-se de passagem, o rock sobrevive. O hard core / punk rock, por exemplo, é um estilo que transformou-se mas permaneceu nos anos oitenta como uma das vertentes mais vivazes do rock, com bandas como NOFX, Bad Religion, Social Distortion, SNFU, Operation Ivy, etc. Chegados os anos 2000, já com o rock pós 80 mais bem difundido e mais bem aceito pelos próprios ouvidores de rock, surgem outras novas bandas também com propostas que desafiam a reprodução, pondo pimenta na boca dos saudosistas que deploram o rock do presente. The Mars Volta é um bom exemplo disso. Uma banda que traz a tona uma nova forma de gravar e tocar. Um som que beira o absurdo, de uma banda que traz em si uma poética ainda não bem compreendida, mas que merece toda a atenção pelos que vivem e fazem do rock a trilha sonora de suas vidas. Existem muitas outras bandas é certo, mas esta serve de digno exemplo. No Brasil, suposta terra de samba, mpb e bossa nova (que já não é tão nova assim), o rock acompanhou essa transformação, essa ‘evolução’ sonora musical comportamental do rock. Por aqui existem grandes bandas de rock, nos seus mais variados estilos. Algumas que, independente da época e do alcance, fizeram e fazem seu som ecoar: Os Mutantes, Raul, Som Nosso, Patrulha do Espaço, Casa das Máquinas, O Terço, Secos e Molhados, Bacamarte, Baia e Rock Boys, Somba, Dinartes, Repolho, Ruído por mm, Cachorro Grande, Cólera, Os Inocentes, Sangue de Barro, Cordel do Fogo Encantado (se não é rock musicalmente falando, é no palco e no modo de execução musical), entre outras, muitas outras... Enfim, o mundo musical é incalculável, e nele, o rock ocupa boa parte.
Em defesa do rock que é...
Acompanhando e participando de debates e discussões sobre o rock, além de ter certo conhecimento na área, já que, além de compor e tocar rock em bandas desde 1993 até os dias atuais, fiz uma monografia sobre o assunto na área de história (onde sou graduado). Tive, além da experiência prática desses anos todos dedicados ao rock, acesso e contato a diversas leituras sobre o tema, o que me proporciona tecer alguns comentários fundamentados sobre tal. A questão que aqui se coloca é a seguinte: “atualmente, o que define uma banda de rock e, de certa forma, ‘qualifica’ a produção e criação da banda?” É bem mais fácil falar sobre isso do que querer dar um conceito acabado para o rock. Pode-se dizer que são vários os elementos que caracterizam uma banda de rock. Entre eles citaremos alguns, os que, devemos levar em conta quando do debate sobre ‘o que é uma banda de rock’. Como rock não é somente música, mas ‘música e comportamento’, pois assim tornou-se (ou nasceu?), e hoje não é diferente, continua assim sendo, citaremos alguns elementos que caracterizam-no. Um elemento, talvez dos mais importantes, defendemos que seja a ‘atitude’, ou seja, o posicionamento da banda. Quando falo aqui de posicionamento, não estou me referindo unicamente a posição política (o que também é importante), mas a postura assumida pela banda, como proposta artística por exemplo, seja ela no palco ou fora dele. ‘Presença de palco’ é outro elemento. O rock sempre teve presença marcada por onde se faz ouvir e ver, o que faz jus a seu título e sua história. Não vamos longe, vejamos Hendrix, Chuck Berry, Keith Moon, Jello Biafra, entre outros. O ‘timbre’ forte, casamento entre equipamento, instrumentos e o toque do músico, é outro elemento característico do rock. Mesmo que sutil, delicado, de profunda sensibilidade, o timbre de um tocador de rock é percebido pelo modo de faze-lo. Oscilando entre violência e paz, dor e alívio, tristeza e alegria, os timbres de rock são heranças do blues, como já foi dito, pois no modo de tocar, de segurar o instrumento, de comunicar-se e comunicar com ele, o roqueiro tem sua identidade própria, sua ‘sujeira’ na pureza do som, ou melhor, não esconde que o som não é algo puro como ele foi tratado durante anos pela igreja e pelos puristas. O que difere o rock de outros estilos musicais é justamente sua ‘extravagância sonora’, sua ‘radicalidade musical’. Sabe-se que a música tem linguagem própria, e isso não é diferente no rock. Rock, além de ser técnico e estudado, é improvisação, é comunicação, isso, além da música, e nisso, rock é ‘além música’. A voz de uma humanidade que precisa criar, ou simplesmente fazer ouvir. ‘Energia’, outro elemento indispensável do rock. Quando falo em energia, não estou me referindo unicamente da energia herança do garage rock e do punk que radicalizou ainda mais a musicalidade do rock, mas da energia do homem músico de rock, da energia saída de seu instrumento, que, diga-se de passagem, é elétrico. Todo o rock é elétrico, ou seja, ‘o rock já nasceu plugado’, e isso é parte inseparável de sua estética sonora-musical. Defendemos também, que além de mostrar uma boa música, de simplesmente animar e fazer sorrir, o rock hoje necessita, talvez mais do que nunca, comunicar, apresentar sua proposta, ou seja, assim como todas as artes modernas, ‘causar’. Rock não é alegoria. Se o rock fosse mera alegoria, só serviria a indústria fonográfica e cultural, e não seria um modo de vida que suscita um comportamento social. Atualmente, muitos músicos de rock ostentam suas estéticas e olhares malvados do estereotipado roqueiro, aquele inventado para nos filmes hollywoodianos, servirem de bandidos, arruaceiros, cafajestes, e produzem um som sem algo a acrescentar, parece que não tem nada a dizer. Existe uma tal onda do chamado ‘pop rock’, afirmando-se como tal (e qual rock não é pop?), que nada mais é, em sua imensa maioria (não generalizando – há exceções), do que uma imitação mal acabada do rock. Talvez a auto afirmação do ‘pop rock’ seja para o diferenciar do rock, visto por muitos ainda como ‘coisa de maloqueiro’, irresponsável e/ou arruaceiro. ‘A maioria’ das bandas que pegam esta onda, fazem do rock (ou de seus símbolos) um pedestal, um degrau para subir ao topo do sucesso (coitados), prostituindo-se as ideologias de mercado, participando do jogo sujo da industria da cultura e da sociedade do espetáculo (leia-se Adorno e/ou Benjamim – Escola de Frankfurt). Além da maioria serem donas de péssimas composições, seus timbres musicais fabricados em estúdio são horríveis. Hoje, já não existem desculpas para se compor algo ruim, pois tudo, ou quase tudo, está dado. As referências estão em volta, o passado ecoa, as tecnologias foram domadas e o dinheiro já não é o maior atravanque. O que falta então? ‘Espírito’, ou seja, ‘alma’ de artista, aquela do ‘velho’ blues, do roqueiro, aquele que anterior as convenções está apto a experimentar, a ousar, a dar seu recado, a gerar, causar algo na mente e corpo do público. Enfim, rock hoje, é mais difícil de se produzir, de compor, de tocar, de encontrar uma ‘originalidade’, mas, em contra partida, nunca tivemos tão conscientes do que seja isso, pois muito já foi feito e desfeito, e muito ainda há para fazer, é preciso perseverança e atitude, é preciso que o grito seja ouvido e sentido, que o corpo trema e o coração pulse, que a música seja, além de um conceito, um instrumento, assim como é a guitarra, assim como é a voz do cantador, e que o rock continue conflitando comportamentos e gerando outros...
Herman G. Silvani ou Niko (compositor, vocal e guitarrista da banda Epopéia, graduado em História e pesquisador de rock e suas oscilações)
terça-feira, julho 10, 2007
1º festival de Rock
Neste mês de julho o Tulipa Bar promove seu 1° Festival de Rock. No dia 13 sexta-feira, inicia com uma homenagem ao dia Mundial do Rock, com a banda Na Palma dos Dentes. No dia 14 a partir das 14h, acontecera um workshop de guitarra, contra baixo e bateria para as bandas inscritas e pessoas interessadas às 16h começa a apresentação das banda até às 22h. O Festival segue nos dias 21 e 28 das 16h às 22h. As incriçõe já estão abertas e podem ser feitas no Botequim by Tulipa. Informações nos fones 34446558 e 34427809.O evento tem apoio da RBS TV.
sexta-feira, junho 22, 2007
EpOpéia em mp3...
Saudações! Já estão disponíveis (agora 'oficialmente') algumas músicas do cd (apresentação) da banda Epopéia, que em breve será lançado.visitem-nos, ouçam, baixem, comentem, amem-nos ou odeiem-nos... curtam em http://palcomp3.cifraclub.terra.com.br/epopeia/
quarta-feira, maio 09, 2007
Rock dia 12/05 no acústico pub...
EPoPéiA volta a tocar na 'I Rock Fest URC's'.. serão 6 bandas: 'Jack Louis, Dazantigas, The Sulky, Way Away, Epopéia & Deville'. Dia: 12/05 (sábado), a partir das 23h aprox. Local: Acustico Pub. 'Mulheres livre até às 00:00h. Ingressos antecipados R$ 10,00 (na hora - no TNT e/ou frente do Pub com a banda).. Cerveja a R$ 2,00. Venham e tragam seus sorrizos para uma festa de rock e afins...
segunda-feira, maio 07, 2007
Rock Xapecoense ecoando...
Fotos das bandas EPOPEIA & ULTRALEVE em parceria... fotos tiradas por 'Manu' na festa do EREP (Encontro Regional de Psicologia), que aconteceu no dia 30/04 (segunda, véspera de feriado), na ASSER (sede da UnoChapecó)... a melhor festa de rock dos ultimos tempos em Xapecó, que contou também com a banda SETMO SELO... Valeu público e bandas que fizeram da festa um grande momento...
sexta-feira, maio 04, 2007
Obrigado à todos...
Agradecemos aos presentes da que foi a melhor festa de rock dos últimos tempos em Xapecó (festa do encontro de psicologia da véspera de feriado). Belas apresentações das bandas EPOPEIA, ULTRALEVE & SETMO SELO.. 'casa cheia', energia, diversão.. pessoas bonitas e sorridentes.. valeu!
sexta-feira, abril 27, 2007
FESTA DE ROCK...VÉSPERA DE FERIADO!
- Festa de Rock no EREP SUL (Encontro Regional dos Estudantes de Psicologia), com as bandas: EPOPEIA, ULTRALEVE & SETIMO SELO. Local: ASSER (Sede da UNOCHAPECÓ), atrás da UNO e/ou da Sadia, entrada para o clube Caça e Pesca. Mapa do local no fotolog das bandas Ultraleve e Epopéia.
- Dia: 30/04 (véspera de feriado). Entrada: R$ 5,00 no local.
- Venha e curta uma noite psicodélica...
segunda-feira, abril 02, 2007
quinta-feira, março 01, 2007
Psicodália: viver o rock, respirar música e beber a amizade...
Saímos de Xapecó, deixando para trás o medíocre carnaval de clubes e elites, esquecendo-nos da hipocrisia do ‘tolerância zero’, enfim, decolamos. Eram aproximadamente 21h de sexta, pegamos a estrada rumo a São Martinho, Serra do Tabuleiro - SC. Foram aproximadamente 13h de chão. O ônibus, ‘não sei porque diabos’, parava a cada hora e meia. Depois de descermos a magnífica, chapante, linda, maravilhosa ‘Serra do Rio do Rastro’, a qual proporcionou-nos uma das mais lindas paisagens (talvez a mais linda – e por sorte, chegamos lá no alto com o sol nascendo entre montanhas e nuvens – maravilha!), chegamos ao não menos lindo local onde a psicodelia fez sua estada. Um vale cercado por montanhas e matas, cortado por riachos fartos de peixes... só estando lá para realmente saber.Primeiro dia e o calor seria insuportável não fosse o belo local e as atrações. Para refrescar-nos banhamo-nos em um riacho de águas límpidas, junto aos peixes que eram visíveis e abundantes. No local, além dos riachos, haviam duas deliciosas piscinas de pedra onde viventes banhavam-se alegremente, além da cozinha comunitária, onde era só levar algo para comer e compartilhar o fogo e a alimentação. E por falar em alegria, que dias mais alegres e tranqüilos. O povo que ocupou aquele vale durante os dias do evento era muito simpático, pessoas que estão sorrindo para o mundo, e entregando-se a arte, a música e a natureza, independente de credo, cor, estilo, gênero e tudo mais. Enfim, gente que é gente, cheia de problemas é certo, mas com uma vontade de ser e viver plenamente, longe de etiquetas, rótulos e formalidades sociais. Distante dos olhos do ‘grande irmão’, o festival proporcionou aos participantes uma experiência singular, a de viver tolerantemente, respeitando as diferenças, cantando e dançando, correndo, dialogando, sorrindo... durante aqueles dias. Confesso, nunca havia presenciado tamanha tranqüilidade em eventos que envolvem música, bebidas, diversidades e tudo mais. Além da música, viam-se peças teatrais serem apresentadas ao ar livre, poesia beat e poetas psicodélicos recitando suas linhas malditas aos ouvintes, além das várias oficinas de arte espalhadas pelo vale. Pode-se dizer que naqueles dias, aquele vale psicodélico foi um mundo de paz, amor e arte, muita arte. Apesar de alguns problemas (o que é praxe acontecer em eventos musicais), poucos banheiros, pouca diversidade de alimentação e de cerveja, e falta de ambulância no local... o demais foi pura festa e contemplação. A chuva, iniciou já no segundo dia e não parou mais, o que causou certo transtorno, em contra partida refrescou e fez a festa dos que adaptam-se a acampamentos chuvosos, fazendo disso uma divertida estada. A música, atração principal do evento, fez ouvidos e alma sentirem profundamente. Seguramente posso dizer que foi, senão o mais, um dos mais espetaculares eventos musicais dos quais já estive presente. Nunca vi e ouvi tanta banda boa dividindo o palco.Na sexta, a banda de Curitiba: Vitrola Velha com seu ‘rock sessentista’ cheiro de energia e um baterista muito bom, fez viventes dançarem e cantarem. Dali para diante já não lembro mais dos dias e ordem das apresentações, e para não falar besteira, destacarei as bandas independente dos dias de apresentação, datarei somente as que tenho certeza. Assisti quase todas as apresentações, pois, quando cansado, subia outra boa banda no palco, aí era difícil sair dali. E foi assim até terça a tarde. Talvez não tenha visto umas 4 apresentações no máximo, as demais (que eram a maioria), vi todas, algumas não inteiras, pois as bandas não me chamaram tanta a atenção (talvez umas 4 apenas). Destaque para o rock de ótimos riffs e muito bem executado da banda paranaense O Sebbo, que me fez lembrar das musicas mais rock’s dos Mutantes e da fase setentista da banda ‘Joelho de Porco’. Uma das melhores apresentações do evento em minha opinião, destaque para o baterista ‘infernal’. Aliás, este evento foi dos bateristas, era difícil não percebe-los dando shows a parte. Outra grande banda foi a também paranaense Casa de Orates com seu espetáculo musical/teatral. Grande som, grande interpretações e estética... sem mais comentários: ‘do caralho!’. Gato Preto, banda de blues progressivo (se assim podemos chamar), também paranaense, proporcionou um verdadeiro espetáculo musical, sem exageros de minha parte, que foi viu e ouviu. O que era aquilo? Quanta técnica, aprimoramento, composições lindas. Banda cheia de virtuosismo mas sem se perder no ‘quadrado musical’ academicista. Destaque para o vocal, ator e flautista, que toca e canta ‘pra cara...’ - Lembrei de ‘Jethro Tull’ - (que andava as voltas vendendo cd’s de bandas independentes), para o baterista que me fez lembrar bandas como Rush, e o guitarrista e baixista que... enfim, não pode-se aqui descrever tamanha musicalidade, ótimo. A tão esperada Rollando Rock (SP-RS), do amigo e mestre nas baquetas e tambores Júnior (batera da ‘Patrulha do Espaço’), teve que apresentar-se por duas vezes. Fechando uma noite em que só iriam passar o som e apresentando-se novamente no dia seguinte, desta vez a tarde. Tocando clássicos da ‘Patrulha, Made in Brasil e Aeroblues’ (bandas que Júnior tocou e/ou toca), na noite a banda fez da passagem de som um show de rock, pois o público não parou de gritar até que a banda tocasse. E assim foi. Já na tarde seguinte, pudemos ver praticamente um show da ‘Patrulha’, sendo que, os integrantes desse projeto (figuras de São Leopoldo – RS) são músicos de rock a altura dos patrulheiros. Fizemos amizade com os caras, e além de bons músicos, são ‘gente finíssima’. Shows do cão, sem descrição. Júnior, desse não é preciso falar, o cara simplesmente é mestre e ‘senta o braço na batera’, fazendo de seu estilo um show aparte. Outra grande banda que faço questão de falar é a paranaense Seres Inteligíveis Vindos do Hiperurano. Sem o baterista ‘oficial’, a banda teve que pedir emprestado outro batera, que deu sim conta do recado. No início, percebia-se um nervosismo por parte da banda, pois não haviam ensaiado antes com aquele baterista. Mas logo, quando o batera improvisado (leia-se baterista do Gato Preto) demonstrou que isso não era um ‘problemão’, a banda fez seu show. Adorei a banda. Talvez a que mais gostei, não pela técnica ou apresentação e tal, mas pelas composições musicais... O que é isso gente?! Psicodelia na alma. Grande banda. Ouvindo melhor em casa: NOSSA! A tão esperada apresentação do mutante Sergio Dias, duvidada por muitos, realizou-se. Sem dúvida, belas músicas e grande show, mas naquelas alturas, já não definia-se tanta coisa, e a bela apresentação de ‘Serginho’ e sua ótima banda (destaque para a baterista - garota que demoliu os tambores... ‘do cão’!), estava a nível de outras tão boas quanto. O carisma do cara no palco, além do perfeccionismo, fez com que suas músicas fossem bem degustadas pelos ouvintes. Mas o ápice da apresentação foi quando foram tocadas as conhecidas pelo público: ‘Tudo foi feito pelo Sol’ e ‘Ao contrário de nada é nada’ (acho que é esse o nome), dos ‘Mutantes’ (essa última tocada duas vezes). Foi demais... Tivemos a oportunidade de um breve dialogo com o cara junto a Rollando, e ele me pareceu bem simpático. Canta e toca como nos discos, o cara é foda... Existem rumores que ano que vem, ele volte e traga consigo o irmão (Arnaldo Baptista) e outros mutantes mais... que tal? Outra banda que não posso deixar de destacar (e que proporcionou uma das apresentações mais empolgantes do evento), foi a banda instrumental curitibana Goya, do velho amigo e ex companheiro de banda Giva (batera – e síndico de nosso acampamento no Secos & Molhados), que junto ao saxofonista e flautista, ‘apavoraram’ em improvisos jazzísticos. Devido a falta do guitarrista, Goya com seu som experimental (sem medo de errar!), convidou um guitarrista que... ‘desgraça!’, deu show. O ‘carinha’ tocava muito! Subiram ao palco os também grandes guitarristas do ‘Rollando Rock’, numa bela participação. Ruídos psicodélicos, duelos de guitarra, soul music (leia-se funk e jazz), bateria swing, sax e flauta flutuantes, deram a apresentação um brilho, regada a muita energia e improviso. E por falar em flutuante, a banda alagoana Casa Flutuante fez uma bela apresentação, com canções emocionantes e bem executadas. Destaque para uma música feita com parceria do Pedrão do ‘Som Nosso de Cada Dia’ (grande banda brasileira dos anos 1970), e outra que eu particularmente gosto muito: ‘Imaginação’. Emocionante! Outra grande banda a proporcionar um grande show musical (principalmente para ‘músicos mais letrados’), foi a banda paranaense Sopro Difuso, com sua música ‘regionalista, progressiva, popular brasileira, com guitarras de rock’. Sei lá se assim pode-se definir uma banda tão diversa. O certo é que os caras tocavam muito. Algumas canções lembraram-me alguns grupos nativistas do RS e ‘Almôndegas’ (banda gaúcha dos anos 70). Para não me estender mais, destaque também para a apresentação da banda xapecoense Os Variantes, que mesmo tendo Faccio, vulgo ‘bolacha’ (vocal e baixista), nitidamente cansado, pelos dias de chuva e de rock, quase sem voz (o bicho não para de falar), fizeram uma das apresentações mais empolgantes do evento, levando a galera dançar e cantar, aplaudindo Xapecó pela marcante presença no evento, também saudada por Júnior na apresentação do ‘Rollando Rock’. E falando em presença, destaque para Willian (guitarrista), que com um estilo desprendido e próprio de tocar, recebeu até um beijo no rosto de um fã alucinado que subiu no palco.Talvez tenha esquecido de alguma banda que deveria destacar, mas ainda recupero-me do cansaço, da chuva, das caminhadas, das emoções, dos dias de rock e amizade... Êta povo mais tranqüilo! Nenhuma briga registrada num evento de mais de 3.000 pessoas... A esplendida vista da ‘Serra do Rio do Rastro’ e as belas apresentações musicais, já valeram o meu melhor carnaval até hoje, exemplo de paz, amizade, boa música, belas paisagens... Agora sim, se comprova, não devemos nada para os ‘gringos’ em termos de rock, não mesmo. Nem hoje, nem nunca. Só quem esteve e presenciou pode saber realmente. Enfim, a amizade existe! A boa música elétrica está a salvo! E o jovem, nem todo está perdido, como dizem alguns saudosistas por aí, assim como o rock, que ainda vive, em plenos anos 2000! Avante Psicodália, rumo a 2008...
* em breve fotos do evento e da serra...
Herman G. Silvani ou Niko, o mesmo.
sábado, fevereiro 24, 2007
sábado, fevereiro 10, 2007
Rock nosso de cada dia: entre a música e a atitude
The Mars Volta
Definir o rock não é coisa tão simples como alguns tentam fazer. Este ritmo, filho do casamento entre a musicalidade africana com a européia, tem fortes raízes no blues, e do blues, tem grandes heranças: o grito, o lamento, a dor, a alegria, a energia, a sexualidade. Com o passar do tempo, o que era um ritmo musical dançante (leia-se rock anos 1950), tornou-se um estilo musical e, principalmente comportamental de ser e viver (o que, desde seu inicio mostrou-se ser). Então rock, além de ritmo e música, é comportamento, atitude, posicionamento frente a algumas práticas e valores sociais. Da primeira geração do rock sobrevivem, musicalmente, entre muitos outros, Elvis Presley e Chuck Berry. Depois vieram os Beatles com seu ‘rock novo’ e um novo conceito musical trouxeram consigo. Uma infinidade de bandas fizeram sua decolagem depois dos Beatles, ou junto deles, é o caso dos Rolling Stones. Depois do rock and roll, outras vertentes jorraram mundo afora, já com o rock em termo resumido, o ‘and roll’ fica para a primeira leva de bandas. Eis que surgem o ‘acid rock e/ou rock psicodélico’ dos anos 60, com J. Hendrix Experience, The Cream, Jefferson Airplane, Pink Floyd (fase Barret), etc., o ‘mod rock’ de bandas como The Who e Small Faces (que depois transformaram-se no que ficaria conhecido como garage rock), o ‘garage rock psicodélico’ de bandas como The Electric Prunes e The Seeds, o ‘rock experimental’ do Velvet Underground, e já nos fins dos anos 60 e início dos 70, o ‘garage rock’ e/ou ‘pré-punk’ de MC5, Stooges e New York Dolls, o ‘glan rock’ de David Bowei e Lou Reed, o ‘rock progressivo’ de Pink Floyd (fase Gilmour), Yes, King Crimson, etc., o ‘hard rock’ de Led Zeppelin, Deep Purple e Grand Funk, o ‘metal rock’ de Motorhead, AC DC, Black Sabbath, o ‘punk rock’ dos Ramones, Sex Pistols, Toy Dolls, o ‘ska punk’ do The Clash, o ‘hard core’ dos Dead Kennedys, Exploited, Circle Jerks, The Misfits, o ‘grind core’ de Rattus, Boskops, o ‘heavy metal’ do Iron Maidem e os ‘derivados’ ‘trash, doom, death, prog-metal’, etc., de bandas como Slayer, Megadeth, Tiamat, etc. Enfim, uma infinidade de estilos e bandas. Os anos de 1980 surgiram com novas tecnologias, novas formas de se produzir, compor, atuar e viver o universo do rock. Mistura de ritmos, estilos e o uso de novos recursos (ainda que mal utilizados nestes anos), fizeram do rock um mundo em potencial, além de um produto mais efêmero e consumível para os lucros das grandes gravadoras e da mídia capitalista. Nos anos 90 acontece uma reviravolta neste meio, outras bandas com novas propostas, novos timbres musicais, enfim, uma nova sonoridade e forma de fazer rock surgem para encerrar os anos anteriores. A reprodução musical do rock começa a decair. O que parecia impossível aos mais saudosistas dos anos 60 e 70, acontece. Bandas como Radiohead, Placebo, The Mars Volta, entre outras, experimentam e acertam, fazendo um rock, digamos, atualizado. Mas em verdade, isso não seria novidade, já em meados dos anos 80 bandas como Doctor Deseo (Espanha), já tinham seus timbres e propostas musicais e estéticas apresentadas no underground, onde, diga-se de passagem, o rock sobrevive. O hard core / punk rock, por exemplo, é um estilo que transformou-se mas permaneceu nos anos oitenta como uma das vertentes mais vivazes do rock, com bandas como NOFX, Bad Religion, Social Distortion, SNFU, Operation Ivy, etc. Chegados os anos 2000, já com o rock pós 80 mais bem difundido e mais bem aceito pelos próprios ouvidores de rock, surgem outras novas bandas também com propostas que desafiam a reprodução, pondo pimenta na boca dos saudosistas que deploram o rock do presente. The Mars Volta é um bom exemplo disso. Uma banda que traz a tona uma nova forma de gravar e tocar. Um som que beira o absurdo, de uma banda que traz em si uma poética ainda não bem compreendida, mas que merece toda a atenção pelos que vivem e fazem do rock a trilha sonora de suas vidas. Existem muitas outras bandas é certo, mas esta serve de digno exemplo. No Brasil, suposta terra de samba, mpb e bossa nova (que já não é tão nova assim), o rock acompanhou essa transformação, essa ‘evolução’ sonora musical comportamental do rock. Por aqui existem grandes bandas de rock, nos seus mais variados estilos. Algumas que, independente da época e do alcance, fizeram e fazem seu som ecoar: Os Mutantes, Raul, Som Nosso, Patrulha do Espaço, Casa das Máquinas, O Terço, Secos e Molhados, Bacamarte, Baia e Rock Boys, Somba, Dinartes, Repolho, Ruído por mm, Cachorro Grande, Cólera, Os Inocentes, Sangue de Barro, Cordel do Fogo Encantado (se não é rock musicalmente falando, é no palco e no modo de execução musical), entre outras, muitas outras... Enfim, o mundo musical é incalculável, e nele, o rock ocupa boa parte.
Em defesa do rock que é...
Acompanhando e participando de debates e discussões sobre o rock, além de ter certo conhecimento na área, já que, além de compor e tocar rock em bandas desde 1993 até os dias atuais, fiz uma monografia sobre o assunto na área de história (onde sou graduado). Tive, além da experiência prática desses anos todos dedicados ao rock, acesso e contato a diversas leituras sobre o tema, o que me proporciona tecer alguns comentários fundamentados sobre tal. A questão que aqui se coloca é a seguinte: “atualmente, o que define uma banda de rock e, de certa forma, ‘qualifica’ a produção e criação da banda?” É bem mais fácil falar sobre isso do que querer dar um conceito acabado para o rock. Pode-se dizer que são vários os elementos que caracterizam uma banda de rock. Entre eles citaremos alguns, os que, devemos levar em conta quando do debate sobre ‘o que é uma banda de rock’. Como rock não é somente música, mas ‘música e comportamento’, pois assim tornou-se (ou nasceu?), e hoje não é diferente, continua assim sendo, citaremos alguns elementos que caracterizam-no. Um elemento, talvez dos mais importantes, defendemos que seja a ‘atitude’, ou seja, o posicionamento da banda. Quando falo aqui de posicionamento, não estou me referindo unicamente a posição política (o que também é importante), mas a postura assumida pela banda, como proposta artística por exemplo, seja ela no palco ou fora dele. ‘Presença de palco’ é outro elemento. O rock sempre teve presença marcada por onde se faz ouvir e ver, o que faz jus a seu título e sua história. Não vamos longe, vejamos Hendrix, Chuck Berry, Keith Moon, Jello Biafra, entre outros. O ‘timbre’ forte, casamento entre equipamento, instrumentos e o toque do músico, é outro elemento característico do rock. Mesmo que sutil, delicado, de profunda sensibilidade, o timbre de um tocador de rock é percebido pelo modo de faze-lo. Oscilando entre violência e paz, dor e alívio, tristeza e alegria, os timbres de rock são heranças do blues, como já foi dito, pois no modo de tocar, de segurar o instrumento, de comunicar-se e comunicar com ele, o roqueiro tem sua identidade própria, sua ‘sujeira’ na pureza do som, ou melhor, não esconde que o som não é algo puro como ele foi tratado durante anos pela igreja e pelos puristas. O que difere o rock de outros estilos musicais é justamente sua ‘extravagância sonora’, sua ‘radicalidade musical’. Sabe-se que a música tem linguagem própria, e isso não é diferente no rock. Rock, além de ser técnico e estudado, é improvisação, é comunicação, isso, além da música, e nisso, rock é ‘além música’. A voz de uma humanidade que precisa criar, ou simplesmente fazer ouvir. ‘Energia’, outro elemento indispensável do rock. Quando falo em energia, não estou me referindo unicamente da energia herança do garage rock e do punk que radicalizou ainda mais a musicalidade do rock, mas da energia do homem músico de rock, da energia saída de seu instrumento, que, diga-se de passagem, é elétrico. Todo o rock é elétrico, ou seja, ‘o rock já nasceu plugado’, e isso é parte inseparável de sua estética sonora-musical. Defendemos também, que além de mostrar uma boa música, de simplesmente animar e fazer sorrir, o rock hoje necessita, talvez mais do que nunca, comunicar, apresentar sua proposta, ou seja, assim como todas as artes modernas, ‘causar’. Rock não é alegoria. Se o rock fosse mera alegoria, só serviria a indústria fonográfica e cultural, e não seria um modo de vida que suscita um comportamento social. Atualmente, muitos músicos de rock ostentam suas estéticas e olhares malvados do estereotipado roqueiro, aquele inventado para nos filmes hollywoodianos, servirem de bandidos, arruaceiros, cafajestes, e produzem um som sem algo a acrescentar, parece que não tem nada a dizer. Existe uma tal onda do chamado ‘pop rock’, afirmando-se como tal (e qual rock não é pop?), que nada mais é, em sua imensa maioria (não generalizando – há exceções), do que uma imitação mal acabada do rock. Talvez a auto afirmação do ‘pop rock’ seja para o diferenciar do rock, visto por muitos ainda como ‘coisa de maloqueiro’, irresponsável e/ou arruaceiro. ‘A maioria’ das bandas que pegam esta onda, fazem do rock (ou de seus símbolos) um pedestal, um degrau para subir ao topo do sucesso (coitados), prostituindo-se as ideologias de mercado, participando do jogo sujo da industria da cultura e da sociedade do espetáculo (leia-se Adorno e/ou Benjamim – Escola de Frankfurt). Além da maioria serem donas de péssimas composições, seus timbres musicais fabricados em estúdio são horríveis. Hoje, já não existem desculpas para se compor algo ruim, pois tudo, ou quase tudo, está dado. As referências estão em volta, o passado ecoa, as tecnologias foram domadas e o dinheiro já não é o maior atravanque. O que falta então? ‘Espírito’, ou seja, ‘alma’ de artista, aquela do ‘velho’ blues, do roqueiro, aquele que anterior as convenções está apto a experimentar, a ousar, a dar seu recado, a gerar, causar algo na mente e corpo do público. Enfim, rock hoje, é mais difícil de se produzir, de compor, de tocar, de encontrar uma ‘originalidade’, mas, em contra partida, nunca tivemos tão conscientes do que seja isso, pois muito já foi feito e desfeito, e muito ainda há para fazer, é preciso perseverança e atitude, é preciso que o grito seja ouvido e sentido, que o corpo trema e o coração pulse, que a música seja, além de um conceito, um instrumento, assim como é a guitarra, assim como é a voz do cantador, e que o rock continue conflitando comportamentos e gerando outros...
Herman G. Silvani ou Niko
(compositor, vocal e guitarrista da banda Epopéia, graduado em História e pesquisador de rock e suas oscilações)
Caminhos do ‘Garage Rock’
The Small Faces
Depois de toda a efervescência do rock 50, um novo momento deste fenômeno musical/comportamental surge, já nos anos de 1960. Novas posições, novas estéticas, novas propostas, novas sonoridades e experimentações. Uma riqueza estético-musical. Década dos mod’s e do ‘mod rock’, dos psicodélicos e hippies e do ‘acid rock’ e/ou ‘rock psicodélico’, dos virtuosos músicos e do ‘rock progressivo’... Entre estas vertentes do rock, eis que surge também um estilo mais agressivo, mais rápido e pesado, o que posteriormente foi chamado de ‘garage rock’. Já com os Beatles, em alguns discos mais experimentais e pesados, o ‘garage rock’ deu seus primeiros passos. Filho do ‘mod rock’, o ‘garage’ surge em discos de bandas como The Kinks e The Who. Antecedente do ‘hard rock’, o ‘garage’ adentra em outra superfície, construindo-se com elementos mais ruidosos. Novos equipamentos de som (e mais potentes, diga-se de passagem), novos efeitos, modo de cantar mais livre, mais alto, letras mais ácidas (o tema amor já não é tão inspirador), novas posturas de palco, etc. Musicalmente, dá-se para dizer que o ‘garage rock’ é um ‘mod’ menos melódico e mais barulhento, mais radical. Para melhor compreendermos do que se trata, basta ouvirmos músicas como ‘Revoluttion’ (Beatles), ‘My Generation’ (Who) e ‘You Really Got Me’ (Kinks), o que nos da uma idéia do que seria (ou é, porque não), esse estilo de rock - e para termos certeza, ouvimos então ‘Bad Part Of Town’ (Seeds), por exemplo. The Who inicia como uma banda ‘mod’ com seus terninhos e cabelos bem cortados, assim como os Beatles, Kinks e demais bandas daquela época. Depois de algum tempo, sofre outras influências e passa a produzir um som mais ‘sujo’ (sujeira aqui não significa mal tocado, mas mais cru, pesado, ácido). Clássicos do ‘mod’ como ‘I Can’t Explain’ passam a ser executados com mais energia, peso, com mais distorção e com voz já rouca e solta nas apresentações da banda. Neste momento, terninhos e cabelos bem cortados já não fazem mais parte da estética da banda. Agora os ternos são trocados por camisetas e jeans e os cabelos já não são tão mais bem cortados. Da ‘primeira fase’ (anos 60), do que ficou conhecido como ‘garage rock’ destacamos bandas como The Who (num segundo momento), The Electric Prunes, The Small Faces, The Seeds, Sonics e MC5, entre outras. Já nos anos de 1970, este estilo se firma com bandas como The Stooges, The Rebels, New York Dolls, entre outras, as quais ficaram conhecidas também como bandas ‘pré-punk’. Do ‘garage rock’ nasce o ‘punk rock’. Bandas como Sex Pistols por exemplo, surgem fazendo versões de bandas como The Who e Small Faces. Atualmente, o garage rock, sendo um estilo mais voltado ao underground do que ao mercado cultural de mídia e consumo capitalista, encontra-se difundido pelo mundo em bandas independentes. Novas roupagens dão outro teor sonoro ao estilo, não menos pesado (leia-se peso aqui, não como efeitos de pedais digitais, mas como forma de tocar o instrumento, com uma energia característica do estilo que resulta em timbres ‘sujos’ – leia-se o rachar de um alto falante por um amplificador valvulado). Uma das bandas que mais ecoa atualmente dentro do estilo, mesclando novos elementos sonoros e tecnológicos - com toques progressivos e psicodélicos - é o The Mars Volta, uma banda que, de certo modo, é inovadora. É certo que o garage rock, além do punk, hardcore e do hard rock, também influenciou bandas do chamado glan rock. Já nos anos 80 e 90, bandas que produzem um rock mais introspectivo (e não), também possuem elementos do garage rock (o ‘ruído’ por exemplo (leia-se aqui, ruído / timbre distorcido), como são as atuais bandas Radiohead, Placebo e White Stripes. Enfim, existem inúmeras boas bandas com suas respectivas maneiras, descendentes deste estilo, talvez, menos conhecido, menos ‘publicitário’ de rock, mas não menos valoroso. O garage rock ecoa entre timbres rasgados e ouvidos ‘não domesticados’, entre o som e a fúria dos acordes envenenados de uma guitarra em mãos de quem voa...
Herman G. Silvani ou Niko, o mesmo.
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