quarta-feira, novembro 30, 2011

Repolho 20 anos! Viva!

'Querêmo róque.. Querêmo róque!!'

Repolho é a banda mais antiga de Xapecó em atividade depois da Paranóia (das que nunca pararam de tocar e produzir, no caso). Mas isso, nem de longe significa que a banda envelheceu ou que parou no tempo. Muito pelo contrário. A cada aparição sua, Repolho nos brinda com algumas surprezinhas. E eu insisto na tese de que Repolho é a banda mais 'punk' da cidade e do Velho Oeste, gostem ou não! Fazer um sonzinho punk-rock com ares de rebeldia e muito discurso não é difícil. Agora, quero ver ter a ousadia, autenticidade e sarcasmo, mesmo que interiorano, que a Repolho tem. Uma banda de atitude. Cômica, crítica e principalmente, imprevisível. Os irmãos Panarotto levam até o palco um pouco do que eles são com a Repolho (ou imitam muito bem!). Conheço a Repolho também, desde, praticamente seu início e digo, foi uma das minhas referências no meu tempo de 'punk'. Acho que foi a primeira banda da cidade que vi ao vivo e que me chamou a atenção pelo elemento 'escracho'. 'Portanto, sintam-se responsáveis pela minha porcentagem irônica, óquei?!'. Repolho foi comemorar seus vinte anos no auditório do Lang Palace Hotel, pelo projeto Unocultual, que encerra o ano com conquistas de espaços e investimentos em Arte, muito além da sua roupagem alegórica. Auditório grande, praticamente lotado. Passarinho na bateria, Demétrio na guitarra (base e solo... kkk), Roberto nos vocais e Akira (John Filme) no baixo. Uma presença ilustre fez parte desse 'evento' histórico. Trata-se de Paulo de Nadal, o 'Girino', baixista da formação original da Repolho, que veio direto de Curitiba para participar deste aniversário. O show foi muito bom! Músicas velhas e novas. Cheguei a me emocionar ao ouvir a 'Horta da alegria' (primeira demo-tape da banda) sendo tocada inteira. Novamente lembranças de um tempo que não volta mais, mas que deixou boas marcas (e cicatrizes) na minha história pessoal. Grande Repolho! Outra banda que dá mostras de que a produção autoral e independente tem história em Xapecó e no Oeste, e que nos serve de incentivo para que continuemos nessa difícil, porém, alegre empreitada. Esperamos que o projeto Unocultural, que já decolou, continue forte e firme, investindo e potencializando espaços para a boa produção local e também de fora. Esperamos também, pra daqui a pouco, no ano que já começa a se desenhar, que a Repolho se apresente em Xapecó, com suas novas músicas e aquela 'anarquia' sonora e de palco que nos enchem de caos... pois toda a ordem carece de certa dose de caos... tenho dito! & Viva a Repolho!




Red Tomatoes & um retorno sonoro ao Velho Oeste

E o ano se encerra com algumas boas atrações de rock & similares em Xapecó. Parceiros de música de anos atrás voltaram pra tocar na cidade. É o caso dos Red Tomatoes, que fizeram uma bela apresentação no Premier, juntamente com Os Variantes. Red Tomatoes é uma banda que existe desde meados dos anos 90, e que nasceu aqui mesmo, na 'terra de Condá'. Lá por aqueles anos, todos muito jovens ou adolescentes, tocávamos juntos por aí. A realidade era outra, certamente, e produzíamos com o maior esforço nossas músicas e gravações, que na época, eram em fitas K7, as chamadas demo-tapes. Nada de internet, CD, e toda essa tecnologia a disposição. Foi uma escola. Tomatoes é uma banda incansável. A parceria entre Michel (baixo) e Silvio (guitarra/vocal), acontece desde quando os conheço, ainda no início dos Tomatoes. Depois entrou o Nadal (guitarra/vocal) e por fim o Giva (bateria). Michel também já tocou baixo na banda Repolho. Nadal, por sua vez, já tocou em outras bandas parceiras aqui de Xapecó, e é irmão do Paulo (Baruio, Balanço, Girino...), baixista da formação originária da Repolho (hoje vocal e guiarra da banda curitibana Mordida). Giva, grande amigo (e um dos melhores bateristas com quem pude tocar), tocou na X-Meléka, sua primeira banda, comigo e com a Liza. Depois fizemos outros projetos juntos até que ele se mudou para Curitiba. Hoje, além dos Tomatoes, Giva é baterista da Ruído/mm, uma das bandas instrumentais mais legais do Brasil. E foi um prazer ter dividido por várias vezes o palco com essa galera, e é um prazer ainda poder revê-los atuantes, resistindo aos modismos que assolam o mundo da música. Assim como nós, sempre lutadores pela produção independente, composições próprias e certa atitude sonoro-musical. Red Tomatoes tocaram músicas velhas e novas numa bela apresentação. Revê-los com 'saúde musical' e sempre produzindo, reforça nossas esperanças neste meio tão sofrido, porém, tão sincero, que é o do rock autoral independente. Tomatoes é referência quando se fala no rock xapecoense, por mais subjetivo que seja este termo. Enfim. Foi uma baita festa de rock! Esperamos, pro ano que logo nasce, dividirmos novamente o palco com os Tomatoes, como aconteceu algum tempo atrás, aqui e em Curitiba. Dá-lhe Red Tomatoes!!























Giva (nilsên)


atrás: Michel e Giva.. frente: Silvio e Nadal.. os Red Tomatoes
























Michel e Silvio...


domingo, novembro 06, 2011

Unocultural & a banda Os Variantes
















Mais um evento aconteceu pelo projeto Unocultural. Em parceria com o SESC, desta vez foi a banda xapecoense Os Variantes, uma das bandas mais atuantes e significativas da nossa cidade, do Oeste catarinense e, porque não, até do Sul do país. A apresentação iniciou com um novo e belo vídeo-clip da banda, produzido pelo Rodrigo Scandolara. Em formato 'semi-acústico', a banda apresentou um baita espetáculo que precisou ser estendido pra duas seções. O público compareceu em peso e, desta vez (e diferente com o que foi com nós, a Epopeia) ninguém ficou de fora. Com a participação do Thiago Zacchi (El Baile) na gaita ponto e do maestro Jakson Kreuz nos teclados, Os Variantes fizeram uma das melhores apresentações deles que já vi-ouvi (na minha opinião, é claro!). A criatividade e beleza estética do palco, assim como a iluminação, criaram um clima que foi melhorado com os músicos convidados, citados acima. Enfim. Não é por nada que Os Variantes estão entre as bandas mais ouvidas e conhecidas do Velho Oeste. E isso tudo, comprova que Xapecó, além do pouco incentivo financeiro e público, tem o que explorar e gerar culturalmente, muito além dos seus sinuosos prédios, Efapi's e shoppings... Avante Variantes! O próximo e já esperado por nós, é o show da banda Repolho... ou-ié!


















by Herman ou Niko.


sexta-feira, outubro 21, 2011

Epopeia ao vivo na Efapi 2011:


.. com (d)efeitos indesejáveis na voz (se pelo menos os 'técnicos' de som pedissem pra banda: 'Vocês desejam tal efeito na voz? Clic na bateria? - dio! metidos!).. mas dá pra curtir.. então, tá aí..
 
A Epopeia continua!

quarta-feira, outubro 05, 2011

EFAPI 2011 apresenta:

“Entrevero de Rock” com as bandas:

·       Anestesia  (18h)
·       Paranóia  (18h30min)
·       Setmoselo  (19h)
·       Spharion  (19h30min)
·       Epopeia  (20h)
·       Mister Magoo  (20h30min)

Dia 07/10 (sexta-feira)
Entrada franca
No palco ‘alternativo’ da feira (ao lado da cocha acústica)


Lets' GO!


Apresentação no SESC em Chapecó - Para quem perdeu o
(des)Concerto da Epopeia - Teaser DVD

quinta-feira, setembro 29, 2011

Rock no Velho Oeste


























Studio Beer apresenta:

EPOPEIA                                          

&


Dazantigas


30/09 (sexta-feira)
A partir das 23h.
Ingressos antecipados: 10 R$ com as bandas & no Bar da Dulce
fone p/ingressos: 9975-0881
Confiram a cara da nova casa: http://www.studiobeerchapeco.com/

Adeus Redson!

O punk-rock brasileiro perde um de seus mais atuantes ativistas

Conheci Cólera quando ainda pirralho queria mudar o mundo através do rock (& talvez ainda queira, qual é o problema?!). Acontece que hoje, menos utópico e nada – ou quase nada - idealista, ‘tenho a arte porque a vida não me basta’ (isso não é meu, plagiei de algum lugar). Mas também sei que ‘sem a música o mundo seria um erro’ (assim falou Nietzsche!). Então estamos conversados! Ontem, divagando pela internet foi que recebi a notícia da morte do Redson, grande nome do punk rock brasileiro, compositor, vocal e guitarrista de uma das grandes bandas desse estilo no Brasil, o Cólera. Tive um momento de tristeza profunda. O mesmo sentimento que me encheu os olhos de lágrimas que tive quando Joey Ramone, vocal dos Ramones morreu. Duas bandas e duas pessoas (artistas) referências pra mim, enquanto eu me construía um jovem num mundo adulto. Posso até dizer que isso salvou minha vida, porque não? E sei que não só a minha. Quando comecei a ouvir Cólera, ainda em meados dos anos 90, também comecei a me politizar, ler, estudar, me tornar crítico, ativo, vivo! Somadas as minhas leituras, minhas audições nunca mais foram as mesmas. A partir daí, soube muito bem o que queria com a música, com a literatura, com o mundo. Cólera foi uma das bandas que me abriu o mundo para o questionamento e a insatisfação. A partir disso não pude mais me contentar com o dado e passei a criar. E isso enriqueceu muito minha vida. Até onde sei, Cólera foi a primeira banda punk independente do Brasil a pegar a estrada rumo a Europa numa turnê, dentro da ‘filosofia’ do ‘faça você mesmo!’. Isso já é o suficiente para que a banda tenha um respeito e consideração pelos músicos, artistas, punks e/ou roqueiros do Brasil. Acredito que, quem nunca ouviu Cólera tenha um furo no seu conhecimento e compreensão do que seja o rock no Brasil. Redson era um homem ativo que compôs belas músicas, intensas e sinceras, produziu belos discos e deixou seu rastro na História do rock e da música brasileira, mesmo não sendo assim considerado pela ‘nata’ da cultura e da indústria cultural da badalação nacional. Em dias de Rock in Rio no Brasil, bandas famosas daqui, ídolos semi-deuses dali, eis que morre Redson, um peculiar e autêntico artista, compositor e personalidade do rock, muito além do ‘pão e circo’ midiático. Termino este texto com certa tristeza, porque essa foi realmente uma perda pra mim - porém, uma alegria vem acompanhada disso, pelo simples fato de ter conhecido Cólera, já ter tido quase todos os seus discos em vinil, ter tocado músicas do Cólera quando tocava punk rock, e ainda hoje, por ouvir e saber cantar boa parte das músicas dessa banda que deixou seu som ecoar e sua energia correr nas veias daqueles que passaram por essa experiência, porque ouvir Cólera é mais do que simplesmente ter os ouvidos agradados. E a voz de Redson enche a sala da minha casa de vontade criadora e sonoridade...
by Herman ou Niko












Amnésia (Cólera)

Como bala de canhão
Isso pesa na consciência
Tenho bronca da rotina
Com vontade de agredir
Eu já repeti demais
E a minha decisão
É voltar a dizer não
É voltar a dizer não
Demais, já repeti, já esperei
Já me cansei demais...
Isso é vida de animal
E assim não é legal
Tenho bronca da rotina
A vontade é destruir
Eu já repeti demais
E a minha decisão
É voltar a dizer não
É voltar a dizer não
Demais, já repeti, já esperei
Já me cansei demais...


*
Cólera ao vivo (festival - ao vivo na Finlândia - programa Agora é tarde & Ultraje a rigor homengeiam Redson):

quinta-feira, setembro 22, 2011

Epopeia – o retorno!
















 

* Tudo começou com uma pergunta: “Onde está o som?”

Saldo positivo! Sim, outra vez. Foi a segunda vez que tocamos no teatro do SESC local. E a casa lotou, novamente! Da primeira vez, em fevereiro retrazado, foi a convite do SESC. Desta vez, pelo projeto Unocultural, encabeçado pelo Roberto Panarotto (Repolho), grande figura, produtor e agitador cultural de Xapecó, há anos. Conheci o Roberto no início dos anos 90 aqui, sempre produzindo e propagando a cultura independente/alternativa regional. Hoje, o SESC se faz um espaço, se não o mais, um dos mais interessantes para a propagação da produção autoral independente local. E por mais que um e outro gato pingado torça seu nariz para isso, os espaços estão aí, para serem ocupados. Uma Universidade só se torna ‘universal’ quando promove o desenvolvimento humano e cultural. E neste caso, projetos como o Unocultural, evidenciam tal realidade. É quanto uma Universidade faz jus ao título que leva, ou seja, quando extrapola o ‘academicismo’ com ações como estas.


Falar de algo que você mesmo faz parte não é muito fácil. Alguns podem pensar que é uma auto-promoção, uma auto-afirmação (e os paranóicos se contorcem!). Então vou me conter aos ‘outros’. Quase um ano sem subir aos palcos, a Epopeia em seu ‘silêncio’ (ou desaparecimento temporário), criou expectativas tanto quanto ao seu fim como a sua continuidade. E acabou acontecendo a segundo caso. Depois da partida do Tuba, a banda estacionou. Mas não por muito tempo. O Fernando (maninho), veio pra somar e fazer a Epopeia prosseguir na sua empreitada sonora. E o que eu pude ver e sentir na noite do nosso retorno aos palcos, num teatro lotado, com pessoas sentadas pelos corredores,  e outras, infelizmente, que ficaram de fora devido a falta de espaço, foi algo simplesmente gratificante. A cada música, a cada energia lançada, a resposta do público era imediata.

* antes do show começar, público se acomodando no teatro ao som de Enio Morricone


As palavras são: trabalho & reconhecimento! – para além de qualquer discurso...

Numa análise geral, posso dizer que o sucesso do evento e do retorno da banda se deu pelo trabalho construído (além das músicas), pela produção, pela proposta multi-linguagem, além da vontade e amor pela arte, pela música. O resultado nós sentimos no carinho, nos fortes aplausos, na energia que se gerou, nos vários recados elogiosos que recebemos, e ele se chama ‘reconhecimento’. Alguma crítica de alguns frustrados que nem sequer viram o show pode ter rodado por aí, mas como disse um amigo: ‘É patético!’. Palco não é pódium, é certo (e sabemos muito bem disso, já que somos timbrados no assunto), mas muito menos altar de um templo religioso onde os pregadores ficam discursando aos seus súditos e seguidores na tentativa do rebanho. O palco possibilita a troca, a comunicação, mas isso tembém depende da condição de quem está sobre ele. A arte tem disso, o contato que se sente no corpo, na alma, na mente, e quando alguém pronuncia de forma vazia e discursiva apontando o ‘caminho exato’, com uma pseudo-certeza, um diminuto conhecimento de causa, e sem o devido contexto, acaba por atirar no próprio pé. Com isso tudo, não há como não rir. Paranóicos e discursivos: nem tudo depende das influências, assim como nem tudo é ‘esquemão’ – ainda existe sinceridade e se leva o ouro pelo trabalho desenvolvido, pela proposta aprentada. Conhecimento, dedicação e prazer, são palavras que geram algo muito além do discurso, e isso é algo que alguns paranóicos-discursivos e ‘cavernosos’ precisam aprender. Dixi!


















As referências... (Tudo bem! Se não existe mais originalidade, não significa que não possa ser autêntico)

Antes de iniciar o espetáculo, enquanto as pessoas se acomodavam no teatro, as músicas ambiente ouvidas eram de Enio Morricone  - trilhas sonoras dos filmes do Sergio Leone. Todos devidamente acomodados, as portas se fecham e começa o show. No primeiro ato, contamos com a presença e participação literária do Gelson Bini, que leu dois belos contos, um em memória do Tubin. Depois foi a projeção do vídeo-aniversário da banda com uma singela e poética homenagem ao nosso amigo sonoro. As cortinas se abriram ao som de um Gramophone que ganhou destaque no cenário do palco. Um totem e alguns incensos. A projeção de um filme nostálgico russo (leia-se Tarkowski), entre outros, foram alguns dos elementos de linguagem que compartilhamos com os presentes.


Falamos de música! Falamos de arte! A consagração da vida...

“A vida sem a música seria um erro” (F. Nietzsche)

Os músicos parceiros deste retorno: Jakson, membro fundador da Epopeia, mandou arranjos magníficos de órgão e piano, e um solo digno de um Charly Garcia nos tempos do La Máquina de Hacer Pajaros no moog/sintetizador do seu teclado. Anderson no saxofone e Brívio no trompete, magistralmente mandaram seus recados em arranjos e solos jazzísticos - Contrane, David Brubeck e Males Davis estavam ali conosco naquela noite. A Liza fez do seu baixo ‘o comandante’ daquela festa, com timbres e sutilizas (que só as mulheres conseguem), desenhando as músicas como nunca. A Eliz, simplesmente cantou – com a voz, com o corpo, com a banda, trazendo ao palco os fluídos femininos de gigantes da soul music e do rock. O maninho, mostrou pra que veio. Sentar naquela bateria, tendo em vista a carga de ‘responsabilidade’ que é estar onde até a pouco estava o peculiar Tubin, realmente, é um feito. Simplesmente, o maninho destruiu! E todos respiraram aliviados. O presença sonora do Tuba foi sentida por todos que já o viram em ação. E a Epopeia fez novamente o ‘dever de casa’ – desta vez, como nunca!


















 Maninho


                   
               Liza                                                          Niko                                                      Eliz

Não havia o que esperar mais do público, que nos retribuiu com toda a força e energia que se gerou no local. Pessoas que dignificam qualquer artista com seus aplausos cheios de energia e sinceridade - combustível para nossa atuação e continuação. Ver meus alunos ali, amigos e admiradores, novos e antigos, os pais do Tuba, nossas famílias, entre outras pessoas que fazem a coisa acontecer da sua maneira, pessoas que vieram nos abraçar e agradecer emocionadas, isso tudo, foi e é muito gratificante. E eu me deliciei com minha guitarra, meus efeitos & defeitos no palco, e é só isso o que no momento eu sei de mim.
















Agradecemos à todos os presentes pelo carinho, pela troca - e aos que, mesmo ausentes (ou que ficaram de fora), conspiraram à favor do sucesso do nosso retorno!

Vocês fazem parte dessa Epopeia... ‘eis o som!’


Herman G. Silvani  (Niko) & Epopeia.

 

Rock, que situação!

¨
Desde muito jovem (uma criança), quando comecei a ouvir rock (e não demorou muito para que eu montasse minha primeira banda no esquema do ‘faça você mesmo’), desde aquela época (meados dos anos 90), de cara me deparei com bandas que compunham suas próprias músicas, gravavam suas próprias demo-tapes (fitas k7 na época) faziam sua história. De lá pra cá, as coisas mudaram muito, naturalmente! Tanto é que agora Xapecó também tem porta-vozes dos ‘fracos e oprimidos do rock’, ‘oráculos’ que falam besteiras sem mesmo pestanejar. O que eles não sabem, é que há mais de dez anos, a produção independente por aqui já existia e era mais visível do que hoje, mesmo com mais dificuldades e menos recursos (e ninguém ficava se lastimando por causa disso). De falácias vazias o mundo já está cheio. As críticas eram bem mais contundentes por parte significativa das bandas. Havia mais iniciativa e menos lamento (deve ser a febre ‘emo’ que assola alguns). Alguns tolos também não sabem que na década de 70 por aqui, tivemos Tyto Livi e o Grupo Nozes, pessoas e grupos pioneiros que gravaram dois dos primeiros discos do rock independente do sul do país (senão os primeiros). E isso é história. Nossa história. História da produção independente daqui. Parece que a coisa foi se diluindo num marasmo discursivo que alguns chorosos reproduzem por aí. E eles, volta e meia, aparecem por aí, apelando ao ridículo (talvez uma maneira de tentar aparecer, ter alguma promoção, por mais medíocre que seja o ‘método’). Atualmente, existem algumas bandas (e isso também já virou discurso ou clichê) querendo se livrar da alcunha ‘rock’ (que varia mais no conceito do que pensa) e que, no fundo, dão mais importância pra isso do que aqueles que são seus alvos de critica, ao tentarem se afastar desse conceito. Mas rock não é só discurso. Não é só música. Não é só entretenimento. Rock também é postura. Assim como o punk ou qualquer outra arte que se permita ousar, questionar, subverter. Na última sexta, tivemos uma palestra-vídeo literária no SESC com o Gelson Bini, que tratou do tema ‘rock e literatura: no punk e pós-punk’, depois um debate-diálogo, onde eu e o Mano (grande professor de literatura da região), fomos convidados para compor a mesa e ser debatedores (e certamente não é o diploma - não só ele! - que tem peso nessas horas, onde se faz esse tipo de convite para tratar de temas tão abrangentes, mas sim o conhecimento – que geralmente se dá pela pesquisa, seja ela acadêmica ou não). Nessa ocasião, o tema ‘atitude’ e ‘postura’ na produção independente foi o mote de todo o debate. Trazendo à tona a ‘filosofia’ do ‘Faça você mesmo!’, e a contextualizando além do punk, passeamos pela literatura marginal e/ou maldita dos séculos passados até a produção do que se chama ‘alternativo’ atualmente. Nisso, se pôde perceber como se faz necessário um aprofundamento da temática por parte de bandas e daqueles que se aventuram no mundo dito ‘independente, alternativo’ ou mesmo ‘marginal’  da produção artística local. Quem não se despenha nisso sempre acaba naquela velha reprodução enrustida de crítica e conhecimento que transborda nos discursos ‘pseudo-rebeldes’ por aí. Um velho ensinamento diz: ‘Quando não se tem o que dizer, o melhor é calar-se!’ Nietzsche também comunga dessa idéia ao anotar: ‘Só se fala daquilo que se superou!’. Por isso, enquanto alguns patinam em justificativas e falatórios, o mundo gira, a produção acontece e o Caos se propaga junto às transformações...


O rock e o masculino

Existe um velho chavão de velhos ‘machões’ (ou enrustidos?) do mundo do rock que diz que ‘rock é coisa de homem’. Por incrível que pareça, essa falácia ainda existe e é reproduzida, acreditem! O pior, por ‘jovens’ que se pretendem criativos, originais, pensadores, artistas. Ainda estão no tempo das auto-afirmações masculinas. Mas é certo, alguns quando compõe, fazem realmente isso destinado a determinado gênero. O chamado ‘rock de home!’. Nós, ‘natualmente’, não podemos dizer isso, já que a Epopeia é composta por dois masculinos e dois femininos. Não fosse isso, não teríamos os elementos que temos (e quem pôde ver nosso retorno no teatro do SESC sabe do que eu estou falando). O toque feminino dá um ar especial ao ambiente, sempre! Que triste seria ver curtindo a banda só ‘cuécões’! Não, não, literalmente, não somos uma banda que faz rock de homem. Nosso som, assim como nossa consciência, está além disso. Dá pra se dizer que o nosso rock (ou o que preferirem chamar), é assexuado, ou ainda, bissexual. É isso. Rock não tem sexo. Música não tem sexo. Arte não tem sexo. Ou ambos, tem todo o sexo do mundo – e nisso, históricamente, o rock traz vibrações sexuais, uma de suas ameaças sociais (leia-se Elvis Presley requebrando & censurado quando apareceu pela primeira vez na televisão).


let's rock girls!

segunda-feira, setembro 19, 2011

REPOLHO, 20 anos de róque e anarquia!

A primeira vez que vi e ouvi a banda Repolho em ação tive vontade de pular no palco. Não para pegar os caras, mas para tocar mesmo, fazer parte daquele acontecimento. Lembro bem. O ano, se não me engano foi 1992, em frente a antiga praça central da cidade (naquela época o poder público incentivava mais as bandas locais). Eu era um guri que ainda estava engatinhando na música (e de certa forma continuo). Naquela época, além dos irmãos Panarotto (Roberto e Demétrio), tocavam também o Passarinho na bateria e o Girino (Paulo de Nadal, atual ‘Mordida’) no baixo. Lembro também de um figura, alto e magro, que dançava com um repolho na mão. Parte do show. As fantasias já existiam e a atitude também – características que compõem a peculiaridade da banda. Muitos comparam Repolho a banda Mamonas Assassinas, eu não. Conheço Repolho bem antes de ouvir falar em Mamonas, e cá entre nós, o som não tem muito haver também, nem a postura de palco. Mamonas é bem mais produzido, no sentido ‘teatralizado’, pensado, medido, forçado. Na Repolho, o negócio é mai espontâneo, as coisas acontecem – você nunca vai ouvir e ver ao vivo a mesma música na mesma versão. Repolho é a banda mais anárquica que Xapecó já viu, a mais ‘punk’. Talvez eles nem gostem que assim a chamem, mas não tenho outro adjetivo no momento (nem nunca tive). Comecei tocando rock em uma banda punk, montada por mim mesmo e alguns amigos, e Repolho sempre foi uma referência (além dos Ramones, Sex Pistols e Replicantes). Depois foram várias outras bandas como The Clash, Dead Kennedys, Toy Dolls, Cólera, Inocentes, e mais tarde, NOFX, Operation Ivy, entre outras. Por mais céticos que fossemos, nunca deixamos de considerar bandas como Graforréia Xilarmônica, Júpiter Maça e Cascavelletes. Aliás, em meados dos anos 90, fomos ver a Graforréia no antigo Marron Glacê (altos da avenida, em frente ao que mais tarde foi o TNT – ‘bar do fano’). Vimos também no Guará, Júpiter Maça. E depois, por mais umas 3 ou 4 vezes ainda, em outros momentos. Xapecó sempre teve suas ‘bandinhas’ punk (expressão em tom carinhoso), mas Repolho sempre foi a mais sarcástica, audaciosa, crítica. Uma alegria caótica e crítica sai da banda Repolho e vai dar direto no público. Alguns não entendem muito bem, outros não suportam, mas a maioria de quem vai a um show, certamente, passa a ser mais crítico (não apenas no sentido ‘político’ da palavra, mas também no irônico). Repolho, além disso, é uma banda de hits. Sim, hits de sucesso. Uma das bandas mais conhecidas do público ‘underground’ no sul do país. Em entre as do sul, uma das mais conhecidas no Brasil. Sempre do seu jeito (é só assim que eles sabem fazer – segundo já ouvi do próprio vocalista Roberto Panarotto), e vendo seu show ao vivo, dá pra comprovar isso. De certo modo, essa ‘condição’ faz da Repolho, se não a mais, uma das bandas mais autênticas da cidade, do Estado e do Sul do país. Goste ou não goste da banda, o que não é possível, é ficar indiferente. Muitas bandas que conheço daqui da região Oeste, ficam no ‘meio termo’. Já com Repolho o ‘meio termo’ não existe. Humor escrachado com pitadas de uma ingenuidade infantil e flashes de um ‘sem graça’ que acaba sendo engraçado. O erro, aquele pelo qual muitos músicos perdem o sono, na Repolho não existe. Todo o erro é parte da apresentação. Mas quem disse que isso é um problema? No caso da Repolho nunca foi. Sabem como ninguém lidar com isso, numa aceitação de ‘si próprios’ que a torna autentica. Este ano, Repolho completa 20 anos de ‘colonagem cibernética’ (estilo sonoro-musical elevado pela banda), no mesmo ano em que nós (Epopeia), completamos 10 anos. É o rock xapecoense vivo e pulsante, acontecendo! Resistindo aos modismos e a falta de criatividade que assola parte significativa da arte local. Nisso, já tivemos o prazer de dividir algumas vezes o palco com a Repolho, e sempre que isso aconteceu, foi tudo muito simples e direto, sem frescuras ou rodeios. A anarquia que a banda Repolho proporciona, conscientemente ou não, é uma das suas maiores características, pois o palco, de ‘altar cristão’ (em que muitas vezes um show de rock parece ser) passa para um ‘terreiro pagão’, um ritual de orgia das cores, sonoridades e sentidos. Enfim. Repolho continua sendo uma referência pra nós, já que somos herdeiros da energia punk que, diga-se de passagem, a Repolho tem pra emprestar.



...& Repolho marca sua primeira apresentação deste ano em Xapecó (ano do aniversário de 20 anos da banda), no dia 23/09, às 23h. no Premier Bier, onde dividirá o palco com a banda gaúcha Bidê ou Balde: http://acb2.wordpress.com/2011/09/09/repolho-e-bide-ou-balde-no-premier-em-chapeco-dia-23-de-setembro/

Maiores informações e história da banda: http://bandarepolho.tumblr.com/

terça-feira, setembro 13, 2011


UnoCultural apresenta 17/9 SÁBADO às 20Hr
 Epopeia no SESC Chapecó - 

Ingresso meia hora antes - entradas limitadas -GO!

sexta-feira, setembro 09, 2011

Adeus ao ‘incrível’ Manito!

  • O rock e a música no Brasil se despedem de mais um mestre!




















Uma das primeiras e grandes bandas nacionais a tocar um rock com características progressivas, jazzísticas e psicodélicas foram os ‘Os Incríveis’, e ele fazia parte dela - o ‘incrível Manito’. Anos atrás, devido a minha pesquisa em História na área musical-comportamental, tive(mos) – (eu e a Liza), a oportunidade e o prazer de conversar e entrevistar um dos grandes bateristas do rock brasileiro, o Netinho. Netinho junto ao Manito tocava nos Incríveis. Com o fim dos Incríveis nos anos 70, Netinho fundou outra magnífica banda, o ‘Casa das Máquinas’. Alguns anos depois, também tive o prazer de reencontrar o Netinho, desta vez no show do Casa. No ano seguinte, realizei um desejo meu, que foi o de poder ver ao vivo uma das bandas nacionais que mais gosto. Com o fim dos Incríveis, Manito se junta ao Pedrão e ao Pedrinho para montarem um dos grandes trios de rock psicodélico progressivo do Brasil, o ‘Som Nosso de Cada Dia’. Num segundo momento, o Som Nosso variava seus ritmos ao soul/funk, com muita propriedade. E lá também estava ele, o ‘incrível Manito’. Quem viu, viu... E eu vi e ouvi, ao vivo e a cores. Do mesmo modo que pude curtir o Casa das Máquinas, foi numa das edições do festival Psicodália. E certamente, foi um dos melhores shows que vi até hoje. Ver o mestre Manito aparelhado com dois órgãos Hammond e seu saxofone, foi realmente algo extraordinário. Um músico dos mais completos que já vi/ouvi tocar. Depois do show, consegui um bate papo com Manito e, além de grande artista, uma figura simpatissíssima. Compôs belas músicas, fez magníficos arranjos e solos e gravou ótimos discos. Quem não conhece, é só procurar e ouvir ‘Os Incríveis’ e o ‘Som Nosso de Cada Dia’. Manito era um gênio! Desses que não se encontram facilmente. E como o mundo anda em constante transformação, chegou a hora do mestre voar. Manito acaba de deixar esse mundo, mas sua sonoridade, sua musicalidade, seu talento nos foi oferecido como um privilégio. Hoje vou beber meu tempo em memória à este mestre, ouvindo meus discos dos Incríveis e do Som Nosso de Cada Dia.




















Liza, Niko, Manito, Damo e Guto.. Psicodália 2009, show do Som Nosso de Cada Dia..


























Um trecho dos mais belos do rock nacional - da música 'Sinal da Paranóia':


"Pensar nas coisas eternas que não duram mais do que um dia"


Adeus Manito!

segunda-feira, setembro 05, 2011

Unocultural e SESC apresentam:

 desConcerto de rock com a banda





“10 anos desconcertando o habitual”


- o retorno da banda aos palcos -

Apresentação sonora-visual, com elementos psicodélicos, garage, soul, jazzisticos, progressivos, poético-surreais...


Dia 17 de Setembro (sábado), às 20h no Teatro do SESC


* Retire seu ingresso gratuito com certa antecedência!


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Rock no Teatro!
É… e saber que já me falaram um dia que teatro não é lugar pra rock. Tremendo equívoco. É sim! E se provou que é. Aqui em Xapecó várias bandas de rock tocaram no teatro. Epopeia foi uma das primeiras bandas locais de rock mais elétrico que tocou no teatro do SESC, com certo gás, com certo volume, com certa eletricidade, com certa ousadia. E logo, logo, estaremos tocando novamente, desta vez pelo projeto Unocultural. Foram convidadas algumas bandas locais, e entre elas está a Epopeia. Esse show vai marcar nossa volta aos palcos depois da perda do Tuba, e de quase um ano sem tocar. Também será um show de aniversário dos dez anos da banda. Estamos preparando algo especial pra esse dia. Algumas linguagens, além da musical.. Bem, quem ir verá, ouvirá, sentirá!  O convite está feito. Esperamos pelos admiradores, fãs, amigos e colegas de arte, música e rock. Mas até que não chegue esse dia, no próximo domingo, dia 11, às 20h, vai tocar no mesmo teatro do SESC a banda de rock instrumental, John Filme, uma das ‘muito boas’ novas bandas da cidade. Vamos todos prestigiar e fortalecer a cena do rock xapecoense!

Herman G. Silvani


terça-feira, agosto 16, 2011

EPOPEIA, 10 anos de rock e psicodelia!

Depois do fim da banda de garage rock Tribo Audaz, em que éramos um trio (Giva, Liza e Niko), passamos a inserir mais psicodelia e progressividade nas nossas músicas. Foi assim que surgiu a banda Epopeia. Convidamos o Jakson Kreuz (antigo Bauretes Quisofônicos, hoje maestro-pianista) para fazer órgão e piano na banda. Assim, entre experimentações sonoras e musicais, Epopeia se encontra com o rock progressivo. Musicas longas, cheias de efeitos e referências eruditas, além da ‘confusão’ psicodélica. Em alguns anos, bateristas entraram e saíram da banda, a maioria muito bons (umas das peculiaridades da banda).


Eu, a Liza e o Jakson, mantínhamos a idéia e as composições em dia, até que o Jakson foi para Porto Alegre fazer sua faculdade de composição musical, e novamente, nós nos encontrávamos em um trio de garage rock, sendo que, nossa ‘escola musical’, tanto minha quanto da Liza, foi o punk rock – hard core e o garage, só que agora com um elemento a mais (e que nunca mais nos largou), a psicodelia. Eu toco rock desde meados de 1993, quando montei minha primeira banda, a G.D.P. (Gritos de Protesto). Uma banda punk-HC, suja, irada e direta. Mal sabíamos tocar. Eu cantava, o Gugo tocava bateria e o Cristian, baixo. Sem guitarra, ligávamos o baixo numa caixinha ‘Fran’, daquelas bem baratas, aumentávamos o volume e: ‘eis a distorção!’. O baixo soava como uma guitarra. Era tudo o que precisávamos.


Na época eu já tinha uma noção básica de violão, então aos poucos, fui introduzindo uma guitarra na banda. Por não gostar do instrumento, convidei um amigo para compor as guitarras, o Flávio Tubino, antigo roqueiro que tocava em bandas do início dos anos 90 aqui em Xapecó. Aos poucos fui pegando gosto pela guitarra, e quando Marcelo Téo entra na banda, já dividíamos a função. Logo, teríamos duas guitarras para engrossar o caldo punk que preparávamos para saciar nossa fome sonora. De G.D.P. mudamos para Restos de Nada, depois Igual a Nada e por fim, Princípio do Fim. Com este nome inauguramos (e fechamos também) alguns importantes espaços do rock chapecoense, como o bar ‘Leros e Boleros’ e o ‘Jamaica’ no calçadão. Festas como a ‘Cantando com los muertos’ também foram cruciais na nossa trajetória, entre outros. Depois disso, muitas bandas punks surgiram e terminaram também.


A Princípio do Fim durou até meados de 1995. Me juntei a outros amigos para continuar com os projetos de rock na cidade. Sem banda fixa, criamos o projeto ‘Improvizzo’, onde compúnhamos algumas músicas e tocávamos outras de terceiros, tudo na linha punk – hard core, até que um dia, eu, o Giva (hoje Ruído/mm e RedTomatoes, Curitiba) e o Dani Téo (irmão do Marcelo, hoje produtor em estúdio em Porto Alegre), montamos uma nova banda que se chamou X-Meleka. Dani saiu da banda e entrou no seu lugar o Wlady, substituindo a Liza, até que essa aprendesse a tocar seu instrumento, o baixo elétrico. Com esse trio, foram várias apresentações, em dois anos e meios de atividades, mais ou menos.


Fundamos, junto a outras bandas, alguns espaços importantes do rock chapecoense na época, como o ‘República Rock’, na boate do CRC, o ‘Hollywood Rock’ bar e o ‘Domingo Lesgau’, onde várias bandas tocavam todos os anos na avenida central, entre outros. Gravamos uma demo-tape, e uma música numa coletânea em CD de bandas independentes de todo o Brasil. Depois ainda tivemos uma música nossa regravada por uma banda paulista.









A Liza entrou no final da X-Meleka, quando saiu o Wlady. Logo, a banda viraria a Tribo Audaz, e do punk-HC-Ska, nos tornaríamos garage rock. A Tribo Audaz teve vida curta, mas não menos intensa. Tocamos na nossa primeira feira (EFAPI), em 1997 ou 98, se não me engano, e fizemos várias viagens para festivais de rock no sul do país, levando sempre, um ou dois ônibus lotados, com público, amigos e outras bandas.



A ida do Giva para Curitiba, fez com que a banda parasse por alguns meses. Mas logo, logo, surgiria a Epopeia. Eu, Liza, Jakson e João Santin na bateria, tocamos os primeiros acordes com este nome, em 2001. Depois, João vai embora para Florianópolis e em seu lugar entra Marcelo Carraro. Marcelo, depois de um tempo também vai para o litoral estudar, e em seu lugar entra Marlon Zanin. Eu, cansado de cantar, e já que nunca fui ‘cantor’, deixei meu posto para uma amiga que ficou um curto tempo na banda, até também ir embora, a Sú. Marlon sai da banda e com a volta do João para Xapecó, a bateria novamente estaria ocupada. Lizzi, assume os vocais por um curto período de tempo também.




Eliz, que é irmã da Liza, entra na banda para uma única apresentação. Lá vou eu novamente pros vocais. João sai novamente da banda e Jakson então vai embora para POA e a banda estaria novamente em risco, mas não por muito tempo.








Eis que surge em cena Fabrício Tubin, e com suas ‘baquetas voadoras’ e modo peculiar de tocar, contribui para que a Epopeia adquira sua ‘própria voz’. Como um trio de garage rock psicodélico, tocamos durante uns cinco anos. Até que Eliz volta pros vocais e, enfim, a Epopeia chega ao seu som. Entre seis e sete anos tocando juntos, em janeiro deste ano, Tubin sai da banda e do mundo material (pelo menos fisicamente), o que nos causa imenso abalo. Pensamos em encerrar de vez as atividades com a Epopeia devido ao acontecido e as dificuldades em se fazer rock por aqui, mas graças ao apoio de amigos, fãs e admiradores, e pela entrada de um novo e também grande baterista, a banda continua.








 
Logo, logo, estaremos novamente em ação, com surpresas, novas músicas e sonoridades, com a nossa pegada e energia já características, novas versões e possibilidades, nosso ‘espírito sonoro’ revigorado para, novamente, tocarmos por aí...


Em breve!


  


 A Epopeia continua!